Noche Inolvidable

party night

- Eu não acredito que a gente realmente tá aqui. - Karol falava olhando com um misto de curiosidade e admiração para tudo a sua volta no aeroporto. A garota abriu os braços, deixando o casaquinho que levava em uma das mãos cair sem querer no chão, não são importando com isso, girando de olhos fechados enquanto abria o maior sorriso de sua vida. Lana ria da amiga, balançando negativamente a cabeça desacreditada de que o sonho delas realmente estava começando a se realizar. - Rio de Janeiro, chegamos!!! - completou Karol, pegando o casaquinho do chão. Ela olhou para a amiga que ainda não havia falado nada, bateu o ombro contra o dela num gesto de perguntar o que estava acontecendo sem precisar falar.

- A ficha ainda não caiu. - Lana foi a vez de Lana confessar. - A gente lutou tanto por isso e eu tô com medo de não dar certo. - Respondeu sincera, torcendo para que as lágrimas que tanto tentava prender não caíssem agora.

Karol apenas abraçou a amiga de lado e sorriu fraco. Parecia que as duas tinham trocado de lugar. Lana sempre tão confiante em relação aos meninos, aos seus sonhos e a tudo o que poderia envolver isso, se via com um medo sem igual e Karol era quem passava força e demonstrava a empolgação por estar ali.

- Olha! Tem nossos nomes ali nas plaquinhas, deve ser da rádio. - Karol apontou para que a amiga visse e as duas caminharam até o homem. Se apresentaram, mostraram um documento com foto de cada uma para que ele tivesse certeza de que eram realmente elas e seguiram para pegar o carro até o hotel. Seriam apenas dois dias ali. Iriam encontrar com a banda amanhã pela manhã em um evento da rádio e no dia seguinte seria o show. Dois dias para viver seus sonhos e verem seus meninos. Isso poderia mesmo ser real?

(...)

- São só dez da noite e a gente tá aqui trancada, eu não to crendo nisso! - Lana se jogou de bruços na cama em que Karol estava e a amiga só riu fraco, continuando a mandar mensagens no grupo do whatsapp que tinha sobre os ídolos - Ah, não, Karol! Não é possível que só eu queira conhecer o Rio de Janeiro!
- Eu quero conhecer, óbvio! Mas não as dez horas da noite! - Karoline finalmente tinha deixado o celular sobre a cama e encarado a menina. - Pode ser perigoso sair essa hora, sei lá.
- Falam que as noites cariocas são as melhores e a gente vem do quinto dos infernos pra tá trancada dentro do quarto de hotel - Pontuou Lana.  - Além do mais, nós temos o dinheiro que juntamos. Da pra pegar um uber e ir pra uma baladinha ou barzinho e depois voltar de uber. - Karol analisou a proposta por um tempo, enquanto Lana aguardava ansiosa ainda deitada de bruços e mexendo as pernas no ar. Karol sorriu em rendição levantando as mãos e Lana não perdeu tempo, pulando em cima da amiga gargalhando e disparando vários "eu te amo, bf".

As garotas correram para se arrumar e as 23h em ponto estavam deixando o hotel no uber. Lana havia visto pela internet um barzinho por ali. Nas fotos o local parecia legal, além de ter música e era o que as garotas mais queriam. Chegaram no local, pagaram o motorista e desceram do carro. O barzinho era aconchegante, tinha um clima bom e muita gente bonita. Pegaram uma mesa num cantinho e começaram a olhar o cardápio. Karol não parava de mexer a cabeça ou qualquer parte do corpo com a batida do funk e Lana não prestava nem sequer atenção nisso, queria mesmo era saber qual seria a bebida da noite. Pediram caipirinha e carne com batatas fritas.

- Eu não sei você, mas eu tô louca pra dançar! - Karol comentou, pegando o copo que estava a sua frente e levando até sua boca, tomando um gole da caipirinha. Fez uma careta e Lana não pôde deixar de rir.
- Levanta e dança, amiga, todo mundo tá fazendo isso. - Lana deu de ombros, indicando com a cabeça um espaço no meio do barzinho onde as pessoas já estavam dançando. Malandra de Anitta começou a tocar e Karol deu um gritinho animado, sorrindo de orelha a orelha levantando-se indo pro meio das pessoas dançar, levando consigo o primeiro e provavelmente único copo de caipirinha da noite já que não costumava beber.
- E então, somos só nós. - Lana falou com o copo em sua mão como se falasse de alguém e riu de si mesma, notando o quão retardado e solitário aquilo pareceu. Deu o ultimo gole em sua bebida pedindo mais uma ao garçom. Se estava ali pra se divertir, iria beber mesmo.

Já passava de 1h da manhã mas as garotas não desanimavam. Karol já havia dançado todas as músicas possíveis e até Lana se arriscou em algumas. Enquanto sua amiga ainda rebolava e dançava animada, talvez pelo efeito do segundo copo de caipirinha tomado a pouco tempo, Lana voltou pra sua mesa. Mexeu no celular e olhou em volta do local observando as pessoas até fixar o olhar em três homens muito bem conhecidos por si e paralisar. Eles estavam ali.