tu luz

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Lana se jogou no sofá assim que Karol fechou a porta. Olhou pros lado procurando alguma coisa pra fazer mas nada vinha em sua mente. O relógio marcava 22:25 da noite, então, o que lhe restava eram novamente séries, comida e esperar algum sinal de vida de Christopher. Levantou indo em direção ao quarto quando ouviu seu celular tocar. Olhou para ver quem era e soltou o ar, aliviada e nervosa ao mesmo tempo.
- Oi, Yenny. - Atendeu a ligação com a voz um pouco falha. Nunca havia falado com ela por telefone, apenas por mensagem. E falar assim, numa situação dessas, vazia com que ela ficasse ainda mais nervosa.
- Hola querida. ¿Cómo estás? - A mulher tinha uma voz doce e um tom neutro, o que ajudou Lana a se acalmar.
- Bem... Ou tentando ficar. - Lana entrou no quarto, sentando na cama em posição de Índio. - Ele está aí?
- Oh, sim. Chegou tem pouco tempo. Como prometido, vou chama-lo. Fique bem.
- Obrigada, Yenny. A senhora também.

Lana ouviu alguns ruídos do outro lado e segundos depois ouviu a voz de Christopher dizer "ok, mami" prendeu o ar por isso e o esperou falar.
- Lana? - O ouviu dizer e se pudesse parar de respirar ali, pararia.
- Oi... - Soltou o ar dos pulmões e se jogou pra trás na cama observando o teto enquanto um silêncio se instalava no telefone. - Você não vai falar nada?
- Achei que você quisesse falar. - E mais alguns segundos de silêncio.
- Você não vai mesmo voltar atrás na decisão de sair da banda? - Perguntou a menina mordendo o lábio inferior tentando conter a ansiedade e se pudesse ver Christopher sabia que ele estava fazendo o mesmo.
- Então você já está sabendo... - Lana ouviu Christopher respirar fundo do outro lado da linha. - Joel contou?
- Zabdiel. - Lana levantou de súbito, ficando sentada novamente. - De onde você tirou que Joel me contaria?
- Achei que vocês... Não sei.
- Parece que você realmente não me conhece, Vélez. Eu namoro você, ou namorava... e eu estava apenas com você. Nao tem essa de Joel.
- Mas ele falou que tinha aproveitado no Brasil e...
- E o que, Christopher? - Lana o interrompeu, irritada demais com aquela situação. - Você pensou que uma simples vinda dele ao Brasil iria mudar o que eu sinto por você? A gente saiu, conversou e foi só isso. Eu não fiquei com ele. - Christopher permanecia calado, escutando tudo o que Lana tinha pra dizer. - Se CNCO acabar por isso, por essa briguinha boba de vocês, eu vou achar que essa banda nunca foi de grande importância na sua vida como eu e como milhares de fãs achavam.
- Você não pode dizer que a banda não é importante pra mim. - Christopher já tinha a voz embargada. Ele queria chorar e Lana percebia isso, mas não iria dar pra trás no que falou.
- Não só posso como estou falando. Você vai desistir do seu sonho, do sonho dos meninos por uma briga com o Joel? - Perguntou, dando uma pausa para que Christopher respondesse mas ele não o fez. - Você vai mesmo largar de mão as pessoas que te amam?
- Ele deu em cima de você. - Christopher falou firme e Lana bufou.
- Joel confundiu as coisas, amor. Mas eu estou com você, se você ainda me quiser, claro. - Ouviu uma pequena risada vinda de Christopher e se deixou rir também. - Promete pensar com carinho? Zabdiel me disse que ainda não foi anunciado.
- Prometo. Quero que me prometa algo também. - Lana assentiu, mesmo sabendo que ele não conseguia ver. - Quero que você pegue o primeiro avião pro Equador amanhã. Promete fazer isso?
- Mas eu trabalho... Eu não sei se posso.
- Pode tentar por mim, uh? - Mordeu o lábio inferior ao ouvir Christopher e tomou a decisão de ir. Provavelmente seria demitida mas como resistir a um pedido de Christopher Vélez?
- Eu vou.

[...]

Karol estava impaciente enquanto Pedro não parava de falar. Havia se arrependido do encontro no momento em que cruzou a porta do restaurante. Bebeu um gole do seu suco enquanto sua cabeça passeava pelos últimos acontecimentos da sua vida. Como ela se meteu nessa bagunça de sentimentos?
- E é por isso que eu não gosto muito de Abacate. - Pedro finalizou o monólogo dele e só aí Karol voltou sua atenção pra ele.
- Como? - Perguntou, ainda meio distraída.
- Você não ouviu nada do que eu disse, não é? - Perguntou o garoto, soltando um riso baixo.
- Não... Me desculpa. - Karol suspirou, colocando o cabelo atrás da orelha. - Acho que é melhor irmos, não tô me sentindo muito bem.
O menino concordou, mesmo contrariado. Chamou o garçom e pagou a conta, mesmo Karol insistindo para que dividissem. Se levantaram indo até o carro e mesmo que Pedro fosse extremamente simpático, Karol não conseguia ficar a vontade ali.
Entrou no carro do rapaz colocando o cinto e torcendo para que o caminho até sua casa fosse rápido e silencioso. Só precisava da sua cama.

Noche InolvidableOnde histórias criam vida. Descubra agora