CAPÍTULO 27

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Júlia

Parece fácil tomar decisões, mas ainda estou morrendo de medo.

"Se você beber água eu falo meu nome."

"- E o que vou fazer com seu nome? Me dá um beijo que eu bebo a garrafinha toda e a de Indelével.!"

"- Você é o melhor Xuxu de todos uns pés de Xuxus."

"- Já que você é meu Best Friend, já podemos sair da Friend Zone?"

"- Você parece muito com o meu chefe só que ele usa barba."

"Vire-se de costas. E então monto em suas costas como se ele fosse um cavalo."

"- Você vai se lembrar disso amanhã?"

"- Quem se importa?"

"E então vejo línguas em uma disputada batalha dos desejos e mãos se atacando para ver quem tira mais rápido a roupa, a roupa no final das contas vence liberando apenas nosso sexo nu e cru."

De olhos fechados, curto a sensação como se Heitor tivesse me perdoado e eu fosse dele novamente.

E então acordei de um sono mega agitado.

Putz grila acabei de lembrar de como tudo aconteceu.

Será que Heitor entendeu meu choro como um não?

Se ele quiser a pequena que tá aqui pode se chamar Victória mesmo. Decido então mandar uma mensagem pra ele...

"Oi Thor, não sei que horas vai ler, mas preciso dizer que eu tava dormindo e lembrei das duas vezes que havia me esquecido de você. Nosso primeiro encontro e o pega pá capa no banheiro. Tudo que você quer comigo, eu também quero, inclusive o nome Victória. Estarei na rodoviária às oito da manhã. Beijos. Te amo."

Talvez esteja pensando, nossa ela tem carro e não dirigiu?

Se eu tivesse dirigido não estava aqui para contar a história. Nem a antiga nem nossa nova história.

O amor me bateu duas vezes na porta com um homão da porra, isso claro se ele me aceitar. Tudo que vem acontecendo na minha vida passa em minha mente como um filme. Ao me ver com a mochila quase de madrugada tomando café, Theo senta comigo.

- Conversou com o boy magia?

- Mais ou menos. Sabe, eu não me lembrava de duas vezes que fiquei com ele, eu não sei se meu subconsciente projetou os acontecimentos ou se realmente foi aquilo. É engraçado, porque se eu tivesse sã, eu saberia que era ele, reconheceria sua voz, seu beijo. De uma certa forma, essas duas noites foram bloqueadas. E eu não sei como digerir isso.

Theo se levantou e me abraçou.

- Olha Carrapatinho, quando chegar em casa, pergunte melhor a ele, muitas das coisas ele tem a resposta. Se Heitor quisesse, poderia fingir um escândalo e meter um pé na sua raba por estar grávida de uma noite inconsequente. Como você me contou, ele não é mentiroso e nem puto mais. Se é o que querem toquem o foda-se e vão ser feliz. Independente da relação chefe versus secretária, mais velho versus mais nova, negro versus albino, japonês versus índio. Nada disso importa. Seu coração possui apenas carne, mas recebe perfeitamente bem as orientações do seu cérebro para amar com qualidade. Agarre seu homem não por ser lindo e ter um pau grande, mas por todo caráter, empatia, companheirismo, romantismo. Um homem é um pacote, não partes separadas. Por isso você busca a felicidade. Olha amore mio, não fique fugindo por pequenos chuviscos, você é forte o suficiente para enfrentar qualquer tempestade de peito aberto e vencer.

As palavras de Theo me tocaram profundamente e ainda meditando sobre elas eu entrei no busão, sem chorar dessa vez. Quando cheguei à rodoviária eu o vi de costas. Fui muito tola, burra, imbecil, palerma, veada e sem noção por ter fugido. Ajeitei minha mochila nas costas e fui andando até Thor a mais silenciosa possível.

Chegando até ele, peguei um pequeno impulso e pulei nas costas dele.

Eu sei que a gente precisa conversar, mas não resisti e ainda vendei seus olhos.

- Jú, Jujuba, Júlia, fujona, minha pequena, minha vida, mãe da minha filha.

- Acertou.

Desci das costas dele, porque a barriga já tava pontuada.

Enquanto eu não sabia, minha barriga e quadril estavam normalzinho de normal, não sentia nada além dos enjoos, tonturas e tal. Quando eu descobri, o bebê parece ter se esticado e de ontem pra hoje que contei pro Heitor já parece uma melancia júnior.

Heitor se virou e olhou para mim de cima abaixo e debaixo acima, parando em minha barriga.

Sem dizer nenhuma palavra, me abraçou chorando.

Senti um remorso multo grande de ter fugido, pois na minha cabeça de vento, achei que seria um favor a ele.

- Meu Deus Jú, como você está diferente, parece que não te vejo há uns dez anos, putz que saudade.

Eu esperava gritos, xingos e até castigos, mas essa reação eu, definitivamente não esperava.

Sabe aqueles hormônios desgramentos que você lê sobre?

Eles existem!

Eu acompanhei Heitor no choro sem ao menos entender, o porquê estava chorando na verdade.

Sem preocupar se estávamos em local público ou privado, Heitor se agachou e começou a beijar minha barriga.

- Papai não sabia que te queria, mas já te ama muito minha princesinha. Não te conheço, mas já sei que é linda. E fala pra sua linda mamãe parar de fugir do papai viu?

Automaticamente, minha barriga deu umas tremidinhas e aí que nós dois abriu a boca pra chorar mesmo.

Não sei quanto tempo ficamos ali, mas quando chegamos em casa, não tinha espaço para palavras, apenas para ação. Heitor me beijou de uma forma totalmente diferente, envolvia paixão, saudade, desejo, amor e agradecimento existe?

Como se fossemos um só, fomos grudados até o quarto, onde Heitor me depositou com devoção na cama, tirando peça por peça e beijando meu corpo com adoração.

Fizemos um amor lento e profundo como nunca.

- Te amo....

∞∞∞∞

(COMPLETO) APÓS A CURVAOnde histórias criam vida. Descubra agora