Heitor
Tudo na vida deveria ter limites, inclusive a gostosura e mente fértil da minha mulher. Eu queria pensar que faculdade é só uma fase, mas eu já passei por essa fase passando o rodo de calouras à formandas.
Não me levem a mal, depois que Jú ganhou neném, sua beleza beirou ao absurdo, enquanto eu já ultrapassei os trinta há muito tempo, o que quer dizer que agora com 29 anos, Jú parece estar entrando no mundo da maioridade agora.
Eu que sou obrigado a escutar se Vic e Jú são irmãs, isso com certeza me torna velho. Longe de mim ser controlador, mas só quero zelar pelo que tenho do lado, porém Jú parece estar entrando em alguma crise existencial que nossas ideias raramente chegam em um senso comum, ou seja, no sexo.
Conforme vai aumentando seu grau de responsabilidade, aquela menininha que falava ocê, Jesus, Maria e José, que fazia mil loucuras que eu só pensava tô literalmente fudido, está deixando de existir, dando lugar a uma pessoa que apenas se dirige a mim, para perguntar de coisas profissionais.
Pra ser sincero?
Prefiro a fase da conquista.
Eu não queria um tempo, menos ainda que as mulheres da minha vida saíssem de casa, só que há coisas que não podem ser imperativas.
Eu podia trancar a casa, ameaça-la, podia fazer o raio que a parta, e então estaria ainda mais quebrado do que já estou.
Apenas sei que preciso de um plano.
Duas vezes na semana estou fazendo terapia, para que eu perca essa insegurança voltada à idade.
E eu juro, que se Jú decidir que quer os novinhos vida loca, eu não pego nem de beijo, uma menina mais nova de novo.
Da janela do escritório, vejo Júlia dando ré no carro.
Eu não vou mentir para minha filha, porque fazer isso é incentivá-la a mentir inicialmente por coisas banais, até que esteja fazendo coisas ilícitas e nos nem desconfiaremos.
Ligo para minha irmã no Nordeste que está grávida de 07 meses.
— Como vai meu sobrinho?
— Bem, provavelmente melhor que o tio.
— Como assim? — Heitor eu te conheço, você quase não me liga e seu tom de voz está te condenando.
— Júlia saiu de casa com Vic.
— Pra onde?
— Pra antiga casa dela que achei que tinha vendido.
— E por quê?
— Não sei ao certo, falta de diálogo acho.
— É a crise dos sete anos Heitor. Você notou algo diferente nela?
— Os seios?
— Não sexual idiota. Falo em comportamento.
— Júlia anda estressada.
— Sendo você formado, procurou ajudar sua esposa nas matérias?
— Ela nunca pediu ajuda, tudo é o grupo de Whatsapp.
— Então você já tem no que pensar.
Desliguei o telefone com mil e uma ideias na cabeça.
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(COMPLETO) APÓS A CURVA
Literatura FemininaApós levar alguns foras, Júlia resolve meter o pé na jaca. E, depois de um fim de semana, tomando todas com as amigas ela resolve que não vai ser demitida por causa de sua beleza. E por isso, apenas por isso , se veste de maneira menos convencional...