Flertes reais - Princesa Luiza - Parte I

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Sempre adorei o festival da colheita, o castelo ficava movimentado, quase toda as famílias nobres vinham para cá, assim como ricos comerciantes, artesãos e plebeus. A festa era destinada a todos, porém ficava dividida de acordo com a posição social daqueles que ali estavam. A nobreza ficava geralmente reunida no maior salão do castelo, ali somente participavam os que pertenciam a mais alta classe, a família real, como também outras famílias reais, e a dos duques e marqueses. O nosso festival era famoso por todo o continente devido a este fato era normal que outras famílias reais e nobres viessem ao festival sendo a mais comum a de Alexandria, já que possuíam grandes laços de amizade entre nossas famílias. Minha mãe era irmã do Rei João II, particularmente eu gostava dele, um homem baixinho e gordo, por sinal muito engraçado e que sempre estava a me presentear com vestidos e joias. Na minha infância me enchia também de bonecas, no meu aniversário de dez anos ele me deu dez bonecas, dez vestidos e dez colares. Nunca visitei Alexandria apesar da insistência do meu tio, meu pai dizia que o caminho era muito perigoso e por isso nunca fomos para lá. Teve um ano que meu tio trouxe uma pintura que retratava o famoso Porto de Alexandria e o seu farol, achei-a muito linda e a deixei pendurada no meu quarto. Além da família do meu tio, costumava aparecer alguns príncipes e princesas, como também quase todos os senhores feudais e as principais famílias nobres do reino, nos últimos anos isso começou a tornar-se um incomodo para mim, e neste ano o incomodo cresceu mais ainda. Meu aniversário condiz com o festival da colheita e sempre é feito um grande baile em minha homenagem. Sendo esse dia destinado a minha pessoa e denominado de o Dia da Princesa, eu fico sentada no trono do meu pai e todas as famílias vem me cumprimentar, em resumo sou bajulada o dia inteiro e fico recebendo presentes. Aqueles que não conseguem me entregar pessoalmente o deixam na parte de fora, virou uma espécie de tradição me presentear, que além das famílias nobres, os comerciantes, artesãos e até mesmo os plebeus começaram a me dar presentes, é tanta coisa que ano passado ocupou dois salões do castelo. No começo eles ficavam largados no palácio e muita coisa acabava estragando, depois minha mãe passou a tarefa para que o Visconde desse destino neles, em resumo ou ele vendia ou doava, lógico que somente depois que eu escolhesse o que me agradava. No meu aniversário de nove anos resolvi eu distribuir os presentes aos plebeus no último dia do festival, principalmente para as crianças, o que a partir de então faço todos os anos, esse fato acabou me rendendo muita adoração principalmente por parte da plebe. Como já mencionei a festa é dividida em classes ficando a elite na parte interna do castelo, e entre os dois pavilhões gêmeos são montadas muitas tendas, ficando ali os nobres de posição mediana para baixo, como também ricos comerciantes, artistas e artesãos. O restante fica na parte externa do castelo, sendo uma verdadeira confusão, nesta parte também ocorrem os jogos onde todos podem participar, menos nas justas que é destinada somente aos nobres, que por sinal é o evento mais famoso e que pagam os melhores prêmios. Existem também a luta de espadas e o famoso todos contra todos, esse último costuma dar muita confusão e muitas brigas, talvez por isso seja o evento mais esperado por todos.

O motivo de estar incomodada é que este ano farei dezesseis anos durante o festival, e até agora não fui prometida para ninguém, ano passado surgiram algumas propostas de casamento oficiais e muitas não oficiais, flertes, gracejos entre outros, e no fundo meu coração estava apertado, apesar da insistência de muitos que já havia passado da hora de acertar meu casamento, sendo quem mais pressionava o meu pai era minha mãe dizendo: temos que dar um jeito nessa menina! Em regra princesas e príncipes como eu e meus irmãos se casavam por convenção e tratados. Éramos tratados como moedas para fechar acordos, não foi diferente com os meus irmãos, meu irmão mais velho tinha se casado a dois anos com a princesa Nívea, com ela teve uma filha a pequena Leia, depois disso sua esposa perdeu a sua segunda gestação e agora havia sobre ela uma grande pressão acredito que muito maior que a minha, já que não conseguiu engravidar depois disso e necessitava ter um filho homem, um herdeiro para meu irmão, um herdeiro para o reino! Meu outro irmão se chamava Henrique era apenas um ano mais velho que eu e estava prometido a princesa Tícia; por último tinha meu irmão caçula, o pequeno Guilherme, estava prometido a princesa Isabel por sinal as duas princesas viviam aqui na corte. Isabel era um doce de criança e eu a adorava, tinha oito anos e vivia grudada comigo ou brincando com o seu noivo, os dois sempre ficavam lado a lado nas cerimonias eram uma graça, já não se podia dizer o mesmo de Henrique e Tícia, ela veio para a corte com dez anos de idade, sendo um ano mais nova que eu, e quando fizesse quinze anos os dois casariam, ela era muito quieta e não desgrudava da suas damas de companhia. Por sinal tivemos um problema com uma dama de companhia, não da Tícia e sim da princesa Nívea quando essa veio para corte trouxe consigo três damas de companhia: Isadora, Julia e Rúbia. Acontece que meu irmão Henrique se engraçou com a Julia e pelas fofocas que giravam na corte tinha rendido, no final a coitada teve que voltar para a casa, Isadora se deu melhor e está noiva de Conde Alberto, já a Rúbia, que por sinal eu a odeio do fundo de minha alma e creio que esse sentimento é mutuo, se pudesse despacharia ela para sua casa, a desgraça continua encalhada. O motivo do meu ódio é simples seus gracejos com o Lorde Rafael, aquilo me dá nos nervos e parece que ela faz para me irritar. Lorde Rafael é apenas alguns meses mais velho que o Henrique, órfão e protegido do meu pai foi criado aqui na corte, seu pai o Marques Iago, também era conhecido como o Lorde Escorpião, morreu na Guerra dos Reis e sua mãe morreu no seu nascimento, o seu feudo é uma pequena extensão de terra que fica a noroeste, lugar onde nasce o Rio Pérola.

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