A Amazona Escarlate - Suelen - Parte III

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  Já eu só desejava um casamento feliz, por sinal me deparei com o Marques Otávio quando saímos. Ele já devia ter mais de quarenta anos, alto e um pouco calvo, usava uma barba bem aparada, sempre vestia roupas de cor preta, com bordados marrons, amarelos e vermelhos, cores de sua casa, viúvo e sem herdeiros, seus filhos morreram durante um surto de sarampo que teve antes do meu nascimento. Eu sempre o achei muito charmoso e engraçado, junto com ele vinha o seu sobrinho um garoto gordo e espinhento, devia ter uns treze anos, alguns diziam que ele herdaria todas as terras do Carvalho Fumegante, que também era o símbolo de sua família. A Priscila contou-me uma vez que o deus dos céus um dia acertou um raio num carvalho, desta maneira que os homens descobriram o fogo e a família do marques havia adotado a velha lenda como símbolo de suas terras e de sua família. Segundo ela até fazia um pouco de sentido já que suas terras eram cobertas por uma mata de carvalhos.

- Ladies. – fez uma pequena referência o Marques Otávio

- Marques que bons ventos os trazem aqui? – também fiz uma referência.

- Ora, ora, viemos participar das comemorações! Como poderíamos perder tamanha festa! Como também a hospitalidade do rei e ainda de quebra podemos ver tantas flores lindas nesta corte. – Marques Otávio sempre fora simpático e na minha opinião galanteador.

- Fico lisonjeada! Vieram participar dos jogos? Adoraria torcer pelo senhor. – sorri e ele deu uma pequena risada.

- Não minha jovem, estou muito velho para isso, meu tempo já passou! Deixo isso para os garotos. – respondeu o marques coçando um pouco a cabeça sem jeito.

- Mas, o Grande Urso deve ser bem mais velho que o senhor e ele competiu ano passado. – insisti e novamente ele deu uma risada e eu ri junto.

- O Grande Urso deveria parar também, acredito que as ladies preferem ver os jovens do que esses velhos brandindo suas espadas cegas.

- Nem tanto.... – continuaria minha fala, mas nesse momento a Nathalia me deu uma pequena cotovelada para que parasse.

A senhora Estefani, minha professora, sempre me dizia que uma mulher não podia fazer elogios e nem os devolver, muito menos trocar gracejos. Uma mentira deslavada, pois as ladies viviam de gracejos. Claro que garotas como a Nathalia e a Princesa Luiza não precisavam desses artifícios já que todos ficavam babando em cima delas.

- Com licença Lorde Otávio, temos alguns afazeres a serem feitos. – Nathalia resolveu encerrar nossa conversa.

- Claro ladies, desculpe-me por tomar vosso tempo. – disse o marques que certamente estava a levar aquele garoto feio para a presença do rei.

Depois que ele se foi Nathalia repreendeu-me, disse que eu não devia trocar gracejos com os lordes, porque podiam interpretar de forma diferente e não serem tão educados como o Marques Otávio. No fundo eu sabia que era verdade, adorava provocar o Barão Valentim, ele já era casado mesmo assim costumava dar em cima de quase todas as garotas da corte, somente a princesa e as filhas dos cinco lordes maiores que ele respeitava. Um dia ele me beijou a força, fiquei paralisada estava muito assustada, pelo seu azar a princesa viu e lhe deu o maior sabão e imediatamente ele pediu desculpas. Jurou que aquilo nunca mais iria se repetir, uma pena já que ele era uma graça, sonhei com aquele beijo por semanas. O mais estranho que a princesa não me repreendeu já a Nathalia me descascou falando que eu não devia dar liberdades para homens casados e que isso poderia me arruinar. As garotas nobres ligavam muito para o fato de acabarem arruinadas, como aconteceu com aquela garota que ficou grávida do príncipe, se fosse comigo iria para casa e apresentaria para meu pai um bastardinho real, acho que ele acharia o máximo! Pelos deuses! Como sou besta!

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