O Despertar do Samurai - Lorde Ryuu - Parte III

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As crianças corriam a minha volta, achavam minhas roupas engraçadas, as pessoas achariam a mesma coisa de vocês em Nagamoto pensei. Quando entrei na arena muitos nobres começaram a rir e a disparar suas zombarias, um escudeiro correu ao meu encontro.

- Lorde o senhor pretende lutar assim?

- Sim, é assim que um samurai deve lutar esse tipo de luta.

- Mas e sua armadura?

- A honra é minha armadura, não se preocupe jovem, já lutei em batalhas piores e se estou aqui em sua frente é porque as venci.

Desta vez era o Grande Urso que dirigia os combates, logo que me viu ele se aproximou, talvez o rei o colocou para dirigir os combates como uma forma de o tirar do combate.

- Estávamos a sua espera meu jovem, estava achando que o lorde não viria, fico feliz em vê-lo aqui. – em seguida ele me cochichou – Tome cuidado com a garota do Duque Rosa Negra, certamente ela te acertará quando tiver chance, com meus filhos também, afinal sabe como é são meus filhos.

No final de sua fala a sua risada característica, fiz sinal com a cabeça de que tinha entendido. Devia ter mais de oitenta participantes, a maioria estava apenas de espada e se posicionavam no canto da arena com a intenção de proteger as suas costas. Fiquei no centro da arena e o Grande Urso deu um berro para que o combate iniciasse, em seguida o público começou a gritar, saquei minha bakko e várias risadas surgiram.

- Ele está com uma espada de madeira! – gritavam e soavam gargalhadas por toda a arena.

Um garoto me avistou e correu desesperado para tentar me acertar, foi o primeiro a tombar, em seguida outro, mais outro e mais outro. Corpos cansados, muita bebida e pouco descanso, sem qualquer agilidade e destreza. Aos poucos as risadas foram cessando e eles não paravam de cair, diria que seria como moscas, mas seria injustiça com as moscas porque eram muito mais ágeis que estes. Somente foram ficando os guerreiros mais fortes, a maioria dos que continuavam eram os que tinham chegado mais longe no torneio de espadas, Lady O'hara, os irmãos ursos que haviam se aliado, Lorde Quincas e Lorde Edmundo também haviam se aliado, e três cavaleiros que eram liderados pelo Cavaleiro dos Portos, outro se aproximou.

- Mente despreparada. – falei.

Com um movimento rápido em direção a mão que estava sem o escudo seguido de um golpe de baixo para cima e o resultado foi mais um cavaleiro nocauteado, já parti em direção de outro e o acertei. Estavam todos muito verdes, não havia disciplina em seus movimentos.

- Pai parece que ele está deslizando na arena! – gritou uma criança estupefata.

O Grande Urso berrava incentivando o combate, os dois irmãos partiram para cima da Lady O'hara. Ela estava ainda visivelmente machucada e não teria como dar conta dos dois sozinho, deslizei até eles.

- Não preciso de sua ajuda! – esbravejou Lady O'hara.

- Eu sei. – o seu orgulho pesava mais que sua espada.

- Como vai ser Lorde Ryuu? – disse Lorde Roberte gingando a minha frente – Acho que sua espada de madeira pode contra o meu aço?

- Ela não é um simples pedaço de madeira, nela está toda minha determinação e fundidos nela estão minha alma e meu coração, teste o seu aço! – o desafiei.

- Como queira! – berrou o Lorde Roberte.

Ele deu um golpe com toda a sua força e a bokku segurou facilmente, em seguida empurrei ele para trás, seu irmão atacou pelo flanco, desarmei-o o acertando um golpe em seu braço, seguido de um em suas costas, ele deu um grande gemido e O'hara não o perdou-o com uma escudada no seu rosto que fez que seu elmo voasse longe, Lorde Roberte tentou o seu melhor golpe e respondi com o meu, o resultado foi que a espada voou das suas mãos e por pouco não foi parar na arquibancada, quando ele viu a Lady O'hara crescendo a sua frente ele gritou que desistia e o público começou a rir. Lady O'hara tentou me acertar, deslizei para frente e fui de encontro aos três cavaleiros que já havia derrubado o Lorde Quincas, gritei: "escudo muito baixo!". E acertei o seu elmo, os dois juntaram seus escudos a minha frente e agora falei: "coração fraco, escudo fraco!". E quebrei os dois escudos com um golpe da minha bokku, Lorde Edmundo terminou de finaliza-los.

- Lorde Ryuu vai me perdoar, mas agora só estamos nós três e tenho que atacar o oponente mais forte! – apenas acenei para que viesse, sentia minha alma fluir naquela batalha.

Olhei em volta e via o público se divertido, parecia que por um minuto haviam esquecido de suas vidas e todas as suas dores, riam sem parar, gritavam, torciam, se emocionavam, comecei a entender porque tanto gostava dessa brincadeira. Novamente um grito da torcida como se tentasse me alertar que o Lorde Edmundo corria em minha direção, na minha visão seus movimentos eram lentos como o de uma tartaruga, apesar de ser diferente dos demais, faltava a ele algo a mais, com um golpe acertei a sua espada e com outro o acertei, deslizei e parei em suas costas, ele ficou confuso me procurando e Lady O'hara o acertou.

- Quem é o oponente mais fraco aqui? – esbravejou como uma leoa ferida.

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