O Despertar do Samurai - Lorde Ryuu - Parte V

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- Meu filho está comprometido com a Nathalia e ainda recebeu essa carta dizendo para tomar cuidado que a sua noiva estaria tendo encontros escondidos! – o barão entregou um pedaço de papel para o rei que devia ser a dita carta que falará.

O rei leu a carta e depois passou para que os demais a olhassem.

- Pelo que estou vendo o seu filho chegou atrasado Barão. – comentou o Grande Urso depois de ler a carta.

- Grande Urso! Por favor meça as suas palavras. – apelava mais uma vez o rei ao seu bom senso.

- Desculpe-me majestade, não seria melhor ouvir o cor..., quer dizer o noivo também. – respondeu o Grande Urso sem papas na língua.

Risadas dispararam até o rei teve que se segurar para não rir. Mantinha-me sério não sabia no que isso iria dar e em Nagamoto isso nunca acabava bem.

- Antes de chamá-lo quero saber sobre a gravidade, – o rei fez uma pausa e parecia compartilhar da opinião do Grande Urso de que tudo não passava de uma grande besteira – que até agora, estamos falando de abraços e fofocas na corte, por favor seja objetivo Barão.

- Majestade depois da carta meu filho tomou providências e interrogou alguns guardas, resultado disso que um dos guardas afirmou que no primeiro dia do baile da princesa o Lorde Ryuu foi até o quarto da Nathalia. –finalmente as expressões ficaram sérias.

- Sabes que é uma acusação grave! – o advertiu o rei – É proibido a qualquer homem entrar naquela ala.

- É claro que eu sei Vossa Majestade, por isso que chequei com outra empregada e ela disse que viu naquele dia a Nathalia sair chorando de um dos quartos.

Os lordes se olhavam entre si como já não tivessem certeza da minha inocência ou do resultado daquela audiência.

- Peçam para a Nathalia entrar! – falou o rei e o Grande Urso foi a porta chama-la – Precisamos esclarecer logo estes fatos.

Nathalia entrou, estava visivelmente nervosa, nem conseguiu me olhar direito.

- Nathalia temos acusações bem graves contra o Lorde Ryuu, seu tio nos trouxe informação que o Lorde Ryuu foi encontrá-la no seu quarto é verdade? – o rei foi direto ao ponto que o incomodava.

- Ele não foi me encontrar! Na verdade, ele passou para ver sua irmã que estava indisposta e por acaso se encontramos no quarto dela. – sua voz saia tremula e nervosa.

- Quer dizer que a Priscila estava junto com vocês dois nesse momento? – indagou o rei que parecia procurar por alguma coisa que atenuasse meu delito.

- Não, ela havia sido levada para ficar aos cuidados da Septa Alga, mas não foi intencional. – ela levantou seu rosto nervoso.

- E o que aconteceu lá afinal de contas? – perguntou o Grande Urso.

- Nós se beijamos aí.... – parece que sua voz engasgou e não permitiu que continuasse e ela começou a chorar e soluçar.

- Não precisamos saber dos detalhes e constranger ainda mais a lady, todos sabemos onde isso vai parar. – falou o Duque dos Portos pela primeira vez naquela reunião.

- É verdade Lorde Ryuu? – disse o rei se recompondo – Você nega algo que foi dito aqui?

- Não. – respondi.

- Nathalia pode ir agora. – o rei coçou a cabeça, deu uma olhada para meu pai como se a coisa estivesse fugido do seu controle.

- Majestade por favor não faça nada com o Lorde Ryuu, ele não me forçou a nada. – suplicou Nathalia.

- Tudo bem, pode ir Nathalia.

Nathalia se retirou sem conseguir me olhar, sabia o motivo, eu havia a envergonhado, manchado a sua honra.

- Majestade pelo que vi aqui são coisas da juventude e se o Lorde Ryuu não forçou nada, não faz sentido puni-lo. – Duque dos Portos intercedia ao meu favor.

- O duque fala isso porque não tem filhas, confesso que se fosse com minha filha não teria gostado nada disso. – respondeu o rei que parecia indeciso.

- Com todo o respeito majestade, mas em nossa época não éramos santos. – foi a vez de meu pai me defender.

- Eu não tenho filhas, por isso pode aparecer até um insulto, mas acredito que os donos das cabritas devem atende-las quando o bode está solto no pasto. – não sei de onde o Grande Urso tirava as suas falas.

- Estas falando sério? – disse o Duque dos Portos sinalizando que o seu comentário não havia ajudado em nada.

- Carlos? – olhou o rei para o seu herdeiro que demorou um pouco a responder, parecia compenetrado na história que havia sido narrada a ele.

- Se me permite meu pai gostaria de explanar um pouco sobre tal situação. Como sabem também tenho uma pequena, que por enquanto não me preocupas, apesar disso, não julgo pensando nela, mesmo assim seria um ultraje deixarmos tal situação passar em branco. Desta forma, acredito que algo deva ser feito, afinal o dano deve ser reparado. Agora quanto a gravidade deste caso em questão tenho dúvidas sinceras. Hoje mais cedo quando o Lorde Ryuu venceu o torneio ele entregou a coroa de flores para Nathalia e pude ver em seu rosto nada mais que a pura felicidade. – o Príncipe Carlos fez uma pequena pausa – Não tenho dúvidas que tratasse de amor reciproco. Quem aqui nunca se apaixonou perdidamente? – outra pausa – Se é para reparar a honra de uma lady proponho o casamento dos dois, e uma compensação pecuniária ao filho do barão.

Finalizou o príncipe a sua fala e todos pareceram concordar com a solução apresentada por ele.

O Senhor do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora