A floresta perdida - Priscila - Parte III

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- E o que aconteceu com os Altos Elfos?

- Depois disso o Rei Átila tentou trazer o seu povo para cá. Contudo, a magia da floresta não permitiu a sua entrada e eles continuaram com sua peregrinação até as terras vermelhas que ficam ao oeste daqui e lá eles escravizaram os anões. E com a ajuda deles e da magia conseguiram uma forma de restabelecer a sua longevidade.

- Eles se tornaram imortais?

- Bem eu não diria isso, a longevidade dos elfos se dá pela sua ligação com a natureza, nós absorvemos a mana presente nas florestas. Além disso, é normal que nós façamos longos períodos de hibernação para absorvermos ainda mais essa energia.

- Então, se eles passassem a viver nas florestas poderiam viver bastante como vocês?

- Não é bem assim, os Altos Elfos romperam sua ligação com a natureza, por isso não conseguem absolver a mana como nós. Eles teriam que restabelecer a sua ligação com a natureza e somente uma divindade conseguiria fazer isso.

- Divindade?

- Sim, os elfos possuem duas divindades Folha e Evra. Deixamos a explicação deles para outra ocasião. O fato de que os Altos Elfos encontraram um modo de absorver mana novamente.

- Como seria esse modo?

- Lembra daquelas pedras que você viu durante o caminho capazes de emitirem luz? – perguntou Turion.

- Sim, afinal o que é aquilo? – nunca tinha visto nada igual.

- São chamadas de pedra da luz. Sendo os anões os seus extratores, eles escavam as rochas mais profundas atrás delas. Essas pedras são uma espécie de cristal que acumularam mana por milhares de anos. Os Altos Elfos conseguiram construir casulos para que hibernassem dentro deles e assim absorver mana. Deste então, eles estão dentro de uma montanha hibernando em massa. Essas tumbas são administradas por parte do seu povo que permanece acordada e pelos anões, seus escravos. Mesmo, com a maior parte do seu povo hibernando, seu povo continuou aumentando e parece que a alguns anos eles começaram a romper esse ciclo de hibernação.

- O que isso significa?

- Significa que logo eles voltarão para reivindicar suas terras.

- E isso é ruim?

- Pense no que eles farão com o seu reino. – a expressão de Turion mudou.

- Já se passou tanto tempo! Talvez, possamos encontrar uma maneira de vivermos em paz, não?

- Não, – ele balançou a cabeça – os Altos Elfos eliminarão todos os humanos que encontrarem em seu caminho. Disso tenho certeza, uma grande escuridão tomará os próximos anos.

- Os humanos não são tão fracos como você pensa. Agora possuímos grandes exércitos, somente o meu pai possui milhares de homens sobe o seu comando! Agora imagine todo o reino de Falcon!

- Não há como vocês vencerem, eles são mais fortes, mais inteligentes, possuem armas melhores e ainda dominam a magia.

- Por que você está tão perturbado? Pela primeira vez sinto em sua voz medo, duvida e insegurança. – ponderei.

- Porque eu posso sentir todo o sangue que será derramado.

- E o que você quer que eu faça?

- Venha comigo, meu povo partirá para Floresta Proibida que fica além do Rio Mana.

- É essa sua resposta, fugir?

- Sim, deixemos isso para traz, que homens e altos elfos resolvam suas diferenças. Por favor, venha comigo, eu te imploro! – implorou Turion.

- E abandonar minha família, meus amigos, meu povo? Desculpe-me, eu não consigo fazer isso. – virei minhas costas para ele.

Nesse momento a magia se quebrou e fomos trazidos de volta ao templo. Turion estava cabisbaixo, abracei-o e beijei-o. Fiquei a pensar sobre tudo o que estava por vim e de repente comecei a ver diante de mim enormes exércitos formados por aquelas criaturas e do outro lado estava meu irmão junto a Amazona Escarlate, Lorde Felipe, uma mulher que conjurava poderosas magias, mais alguns rostos conhecidos e também um monte deles que ainda não conhecia, mas que pelo jeito um dia os conheceria. Atrás deles havia também um grande exército humano, a paisagem estava cortada por fogo e destruição. Ryuu gritou e correu ao encontro do exército inimigo e os humanos o seguiam sem titubear. Conseguia ver o rei dos Altos Elfos, trajava uma armadura toda prateada, seus olhos estavam escuros, sua pele ressecada e branca como se a muito tempo não tomasse sol, mesmo assim aquele rosto me era familiar! Contudo, daqueles olhos que um dia me olharam com amor só conseguia ver ódio! Um mar de sangue se formou a minha frente e sentia a dor de cada vida perdida. Senti uma grande aflição e acabei desmaiando. Quando acordei estava deitada sobre a cama de Turion e de sua mão saia uma estranha luz dourada.

- Você está bem? – perguntou-me.

- Por que você não me disse antes?

- Desculpe-me meu amor! – uma lágrima rompeu seus olhos.

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