A floresta perdida - Priscila - Parte I

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- Amanhã darei a desculpa que estarei indisposta, conheço meu irmão, certamente ele passará no meu quarto para me ver, será a sua chance! – minha fala fez com que Nathalia corasse

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- Amanhã darei a desculpa que estarei indisposta, conheço meu irmão, certamente ele passará no meu quarto para me ver, será a sua chance! – minha fala fez com que Nathalia corasse.

- Mas, o que você espera que eu faça? – perguntou Nathalia que permanecia sem jeito.

- Não seja ingênua, meu irmão é homem, faça o que for necessário! – Nathalia era muito bela e meu irmão estava caído pelos seus encantos, bem na verdade, parecia que o sentimento era reciproco e aqueles dois precisavam de um empurrãozinho. E esse empurrão seria o típico do falcão, o falcão real a espécie típica de Falcon costuma fazer seus ninhos em lugares altos e inacessíveis; dizem que a mãe quando acredita que seus filhotes estão prontos para o primeiro voo ela simplesmente arremessa os filhotes do ninho. E agora teria que fazer o mesmo com os dois para que esse amor pudesse decolar.

- Não sei se consigo, sou virgem, nunca fiz essas coisas. –segurei firme em suas mãos, gostaria de lhe dizer palavras bonitas, mas nunca fui boa com isso, em vez disso lhe disse palavras duras e cruéis.

- O que acha que acontecerás depois que casar com o seu primo? Acha que ele será carinhoso com você? Ele te estuprará na primeira noite e em todas que vierem! Seja forte, faça o necessário para se livrar deste destino! – lágrimas escorreram de seus olhos.

Ela sábia que aquilo era verdade e a cada dia ficava mais perto de se tornar realidade.

- E você onde estará enquanto isso? – Nathalia virou o rosto secando as lágrimas com um fino lenço.

- Já tenho minha parte tudo pronta, estarei com a velha septa. – isso era tudo que ela precisava saber.

Na verdade, havia comprado a velha septa, não me custou caro e nem ao menos foi difícil de convencê-la. Sem perguntas, apenas um pouco de ouro. Já quanto a Nathalia, não confiaria a ela meu destino, não podia confiar numa pessoa que estava desesperada, facilmente tudo aquilo poderia se voltar contra mim.

- Tudo bem. – concordou.

- Ótimo! Agora vá se arrumar para a festa! Lembre-se de ficar divina. Não esqueça da carta e de provocá-lo. – ela tinha que fazer tudo certo para que seu noivo mordesse a isca.

Se despedimos, seu olhar estava apreensivo, como de quem aposta todas as suas fichas num blefe. Sim, tudo isso poderia dar muito errado, mas de nada adiantava pensar nisso. Afinal, eu também tinha que me arrumar, deveria ficar linda para o meu Turion. Chamei minhas damas, para que me ajudassem. O vestido de Martin havia ficado divino, deveria vesti-lo. Precisava convencer meu pai que a indisposição foi de última hora, meu plano saiu tudo como esperado, ou quase, ao terminar de me vestir havia outra pessoa no meu quarto. Dispensei minhas damas, falei que estava passando mal e que era para avisar a velha septa.

- O que fazes aqui? – falei logo depois que elas saíram.

- Estava ansioso para vê-la, estás linda meu amor. – disse Turion se mostrando.

- Seus elogios são tão previsíveis. – provoquei.

Ele deu um pequeno sorriso e aproximou-se, depois beijou meu pescoço.

- Estava me vendo trocar de roupa?

- Talvez. – respondeu com um ar de cafajeste.

- Como você é indecente.

- Se soubesse de todas as indecências que passam pela minha cabeça duvido que virias comigo hoje à noite. – disse me abraçando.

- Nesse caso acho melhor ficar.

Puxou-me até os seus lábios e parou antes de encostá-los nos meus.

- Consegues resistir? – agora foi a sua vez de me provocar.

- Não. – beijei-o, um beijo doce que esquentou meu coração.

- Seu pai virá até aqui? – ele parecia preocupado.

- Não, nesse momento ele já deve estar junto com o rei. Nathalia o avisará que não poderei vir, porque tive um mal-estar.

- E o senhorio? – agora ele perguntava-me sobre o meu irmão.

- Pare de chamá-lo assim! Preciso que o confunda com sua magia, para que ele acredite que estou nesse quarto. Consegues?

Ele encostou sua mão no meu coração e uma cópia igual a minha surgiu, porém ela foi perdendo a cor até desaparecer.

- Deu certo?

- Sim, é uma cópia grosseira sua, feita a partir de sua mana. Deverá servir por um tempo.

- Com certeza servirá! Vamos? – estava ansiosa.

- Antes, temos que fazer uma pequena alteração em seu visual.

- Não me diga que serei obrigada a utilizar orelhas pontudas iguais as suas? – brinquei e ele deu uma risada.

- Não é nada disso! – ele tocou a ponta de suas orelhas – E minhas orelhas fazem parte do meu charme, não acha?

- Até que elas são bonitinhas! – concordei.

Ele retirou a capa que o cobria, em seguida colocou por cima do meu vestido e a fechou. O botão que ficava perto ao peito era no formato de uma folha, fiquei observando abotoa-lo com suas mãos finas e delicadas.

- Os Elfos estão muito ligados a natureza, por isto preferem roupas simples e aos seus olhos vestimentas luxuosas são... – ele fez uma pausa tentando escolher melhor as suas palavras –, digamos muito chamativas.

Fiquei me sentindo uma idiota, tinha me arrumado para ele e no final aos seus olhos estava me passando como uma ridícula.

- Mas, isso é para eles! Particularmente acho suas roupas muito bonitas e de bom gosto. – disse-me tentando desfazer meu beiço.

- Você só está me falando isso para me agradar.

- Claro que não! Agora vamos! Não podemos perder tempo.

Saímos do castelo facilmente, parecia que ninguém conseguia nos ver. Fomos andando até a mata e aos poucos os sons de pessoas conversando e rindo foram ficando para trás. Caminhamos mais uns vinte minutos até que chegamos a umas antigas ruínas. Ele disse algumas palavras que não consegui compreender fazendo com que um estranho portal se ativasse, parecia um espelho feito de água.

- Não precisa ter medo, apenas não largue da minha mão.

Ele segurou firme a minha mão e iniciou a travessia, o acompanhei. Senti um calor confortante, como aquele que sentimos ao entrarmos na água quente em dias frios. Quando abri meu olho de novo estava diante de árvores enormes e luzes branca por toda parte. Os sons da floresta me davam arrepios e faziam com que eu me apertasse contra Turion.

- Como disse, não precisa ter medo.

- Que lugar é este?

- Acredito que vocês a chamem de Floresta Perdida.

Existiam vários relatos de viajantes sobre a Floresta Perdida, muitos eram de pessoas que haviam tentado desbrava-la, porém a maioria delas não terminavam bem, nos mais otimistas os aventureiros haviam ficados perdidos por dias até conseguirem retornar. Já em outros as pessoas nunca mais eram vistas.

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