Um pedido de socorro - Princesa Luiza - Parte II

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- Minha adorável filha veio me buscar para o almoço?

- Também, antes gostaria de pedir um favor.

- Filha se é sobre o anúncio oficial peço que tenha mais um pouco de paciência... – interrompi ele.

- Não é sobre isso. – ele fez uma cara impaciente.

- É um pouco mais delicado que isso.

- Não vá me dizer que... – o interrompi novamente.

- Calma não é nada disso que possa estar pensando. É sobre a Lady Suelen. – acredito que ele possa ter pensado que havia cometido o mesmo erro da minha amiga.

Agora meu pai pareceu um pouco mais calmo.

- E o que posso fazer por ela?

- Gostaria que arrumasse um casamento para ela.

O rei sentou-se, em seguida gesticulou abrindo as mãos fazendo um pouco de seu habitual teatro.

- Por acaso virei o rei casamenteiro agora?

- Pai! É que logo me casarei, não é justo que ela continue solteira. Além do mais o que ela fará? Voltará para casa dos seus pais? – o encurralei.

- Estranho.

- O que?

- Você pensando em alguém além de você! – disse o rei intrigado.

- Está me chamando de egoísta?

- Um pouco, enfim, vamos ao que interessa. – disse se virando para o visconde que apenas acompanhava a conversa de forma reservada – Visconde, sabes de alguém que esteja livre e na altura de Lady Suelen?

- Bem vossa majestade, existem muitos nobres que certamente gostariam de desposar a Lady Suelen. – o visconde fez uma leve pausa abaixando o olhar como se estivesse com vergonha do que estava prestes a falar – Antes tenho que ser sincero, a maioria destes estão passando por certa dificuldade financeira. Contudo, devido a boa situação econômica da família de Lady Suelen certamente seria interessante uma eventual união.

O rei cruzou os braços não pareceu satisfeito com a opção que lhe foi apresentada.

- Não quero aproveitadores! – falou o rei de forma ríspida, depois ele deu uma abrandada em seu rosto como se estivesse voltado a calma – Visconde tenho essas meninas como minhas filhas. Não teríamos nenhuma outra opção, que não envolvesse pecúnia?

- Majestade, infelizmente não tivemos nenhuma oferta de casamento para Lady Suelen durante o festival, o que é bastante incomum. Tivemos ofertas para a princesa, muitas para a Lady Nathalia, também para a Lady Priscila e por incrível que possa parecer muitos jovens vieram especular sobre Lady O'hara, porém para a Lady Suelen nada.

Meu pai pareceu surpreso quando o visconde disso sobre ofertas para a Lady O'hara, não fiquei surpresa, uma vez que, a amazona era muito bela.

- Garanto que eles têm medo de propor abertamente a Lady O'hara pedidos de casamento! – zombou meu pai – Mas, isto não vem ao caso, somente não entendo o que há de errado com a Lady Suelen.

- Acredito que se deva ao seu nascimento...

Meu pai ignorava esse fato, para ele bastava uma garota estar na corte para que tudo estivesse resolvido.

- A Lady Nathalia já está casada, não precisa mais de pretendentes! Não tem nenhum deles que possa se encaixar?

O visconde fez uma pausa parecia estar procurando as palavras certas e quando as encontrou falou:

- Acredito que será necessário mais que um incentivo por parte da coroa se quiser alguém deste quilate.

- Refere-se a pecúnia novamente?

- Não propriamente, pode ser um título, um cargo. – ele gesticulou com a cabeça – A menos que Vossa Majestade abaixe um pouco as pretensões daquela jovem.

- O pai dela já pagou bem caro pela posição dela aqui na corte, não quero explorá-lo mais ainda. Nem quero também junta-la com um qualquer que não tenha onde cair morto.

Era comum que as vezes o rei oferecesse os chamados "incentivos" para realizar um casamento. Meu avô foi campeão em oferecer tal recompensa, muitas de suas amantes foram casadas desta forma. Digamos que pelos bons serviços prestados meu avô costumava a premia-las com bons casamentos.

- Pai, o que acha do Marques Otávio? – sugeri, depois de esperar pelo momento adequado.

- O Marques Otávio? Ele não é um pouco velho para ela? Não que eu veja problemas quanto a isso, mas me refiro a Lady Suelen. Imagino que ela queira se casar com um jovem mais ou menos da sua idade. – respondeu meu pai.

- Já vi os dois conversando várias vezes animadamente, sendo que também ela já fez muitos elogios dele para mim.

Meu pai deu uma gargalhada em seguida coçou o queixo.

- Não sabia que o Marques era um conquistador e nem que estava com toda essa moral com as jovens donzelas. Apesar de me parecer uma boa ideia não sei se o Marques Otávio está disposto a um novo casamento. Inclusive ele já veio conversar comigo a respeito de adotar um garoto, acho que é seu sobrinho ou algo assim.

- Se me permite majestade fazer algumas colocações. Acredito que seria interessante esta união, o Marques ainda é jovem e pode ter herdeiros legítimos. Devo lembra-lo que vários nobres intermediários andam manifestando-se contra adoções. O Barão de Damasco me confidenciou que apresentaria uma petição contra Lorde Ryuu, pois acredita que se trate de uma adoção clandestina. – meu pai o olhou de forma séria, não existia segredos que muitos nobres procuravam pelo visconde quando queriam levar algum assunto o rei. O visconde era o termômetro, com base em sua opinião saberiam como o rei receberia o assunto, quando o parecer dele era negativo muitos desistiam de levar o assunto ao rei. Claro que isso não impedia o visconde de ventilar o assunto aos ouvidos do rei.

- Do que está falando Visconde? – perguntou meu pai irritado.

- Está se tornando rotina em nosso reino que quando algum nobre não possuí filho varão, ele providencia a adoção de um jovem. Parece inofensivo, porém muitos parentes colaterais acabam prejudicados, uma vez que herdariam as terras, títulos e demais bens.

O que o visconde falará era um assunto que a tempos rodava pela a corte a questão dos bastardos.

- Isso eu sei Visconde! O que quero saber é porque raios esse barão estás a falar do filho de meu amigo!

- Como disse, causou estranheza o reconhecimento de um jovem desconhecido como filho. Muitos questionam os seus traços orientais.

- Eu conheci a sua mãe, ela era de Talos. Os traços orientais estão muito presentes nos talenses. Por sinal, uma das mulheres mais belas que já vi. O meu amigo Duque Nelson é um homem honrado, jamais transgrediria nossas leis. Enfim, se aquele barão inventar de apresentar alguma petição, farei ela em pedaços. – apesar das palavras dura sua fala foi mansa.

O Senhor do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora