A força de uma amazona - Lady O'hara - Parte III

200 72 1
                                    


Foi neste momento que o nosso intendente pediu licença para adentrar no recinto.

- Ladies, eu trouxe algumas frutas, um pouco de queijo, pães e o chá que Lady Helena adora, desculpe-me não conseguir mais coisas que pelo passar das horas logo trarei o almoço para as ladies e o Lorde Rose Negra. – o intendente tinha no máximo quarenta anos, era filho do antigo intendente e depois de sua morte acabou assumindo a função.

- Para mim não é necessário vou comer um pouco só com a Helena, não quero nada pesado antes das lutas. – respondi.

- Como preferir senhora, com licença. – em seguida ele se retirou.

Peguei um pedaço de pão e de uma xícara de chá, enquanto continuava a mimar minha irmã.

- O'hara, eu posso me casar com um príncipe? – perguntou a pequena Helena.

Quase cuspi o chá que estava na minha boca na cabeça dela, engasguei um pouco.

- Casar? – havia sido surpreendida pela sua pergunta – Com quem?

- Ora com o Príncipe Guilherme. – respondeu Helena virando o seu rosto em minha direção.

Hanna estava com uma cara mais assustada que a minha, pensei um pouco antes de responder.

- Infelizmente não querida, o Príncipe Guilherme já está prometido a uma princesa que não me lembro o nome no momento.

- Está prometido a Princesa Isabel! – completou Hanna.

- Ah, – emburrou a pequena - eu queria tanto casar com ele.

- Por que? – não conseguia entender porque uma garotinha estavas a pensar em casamento.

- Porque ele é um príncipe, você não gostaria de casar com um príncipe? – respondia com a inocência de uma criança.

- Não sei, dependeria muito de qual príncipe.

- Acho que ouvi bem o Rei Eduardo dizer: "é uma pena que já casei todos os meus filhos, já que adoraria te casar você com um deles". – falou Hanna engrossando a voz para tentar imitar a do rei.

Hanna deu uma risada me provocando.

- Teria que ser o Príncipe Henrique, já que o Príncipe Carlos é casado. – fiz uma cara de nojo, o Príncipe Henrique não fazia o meu gosto.

- Por que você fez essa cara? – perguntou Helena.

- É – enrolei um pouco – que digamos ele não faz o meu tipo.

- Mas você o protegeu aquele dia! – Hanna tentava me colocar contra a parede.

- Protegi porque é meu dever como amazona, não porque simpatizo com ele. – dever e honra, sempre foram o meu lema, se virasse as costas para ele naquele momento estaria quebrando meu juramento de amazona.

- E quem faz o seu tipo? – a fala de Helena arrancou uma risada de Hanna.

Fiquei sem saber o que responder, não é que eu não tivesse atração por homens, mas esta atração sempre foi bem reduzida, achava alguns bonitos, fora isso não sentia mais nada de especial. Além do mais me trazia lembranças desagradáveis.

- Não sei. – respondi tentando encerrar aquela conversa.

Hanna não se contentou com minha resposta e começou a falar nomes para testar minha reação:

- E o Lorde Rafael, o prometido da princesa ele é bem bonito! – ela me observava atentamente na esperança que me entregasse ao ser pega de surpresa.

- Ele é bonito, fora isso não vejo nada demais. – o Lorde Rafael, não chamava minha atenção, mesmo assim não sentia antipatia por ele.

- Já sei o Lorde Ryuu sempre que você o vê fica nervosinha! – agora ela conseguiu me provocar.

- Não seja tonta! Só quero fazer ele engolir o seu orgulho: "Não posso lutar com você porque minha honra não permite!". Estraçalharei a sua honra com a minha espada!

Hanna disparou a rir como se eu tivesse contado a maior piada do mundo.

- Por que está rindo sua tonta?

- Porque seu nome no idioma antigo significa "A honrada"! Não acha engraçado, que ele fale que justamente sua honra não permite! – disse Hanna rindo apenas para me provocar.

- Não! Acho que você tem uma cabeça doentia!

- Sei, sei, mas até que ele é bonito e educado, ainda tem um ar misterioso, isso não te atraí? – perguntou Hanna.

- Hanna chega! Deixe-me dormir mais um pouco! – estava irritada e aquela conversa apenas me irritaria mais ainda.

Deitei-me e comecei a tentar dormir mais um pouco e fiquei pensando em Lorde Ryuu, aquele idiota, o que eu podia fazer para que ele lutasse comigo? Somente provocá-lo não estava adiantando e se eu! Tive uma ideia, tirei um cochilo até que o Intendente veio nos chamar estava prestes a iniciar a chave com os últimos trinta e dois competidores.

Fui acompanhada de Hanna até a arena, vários rostos conhecidos estavam ali para competir entre eles: Lorde Urso com os seus dois filhos Lorde Quinca e Lorde Roberte, ainda Lorde Felipe, ao seu lado o Príncipe Henrique que somente os deuses sabiam como havia chegado a essa fase, Cavaleiro Alex que lutou muito bem ano passado e Edmundo, este não era de Falcon pertencia ao Reino de Gena foi ele que me derrotou ano passado nas quartas de finais, empunhava uma espada grande de duas mãos com certeza seria um dos meus piores adversários e de longe o favorito para ganhar o torneio, o restante a maioria eu já tinha visto pelos torneios, mas não conhecia por nome, a maioria lordes menores ou cavaleiros que ganhavam a vida competindo em torneios.

O Rei Eduardo estava sentado acompanhado de toda a sua família e da mais alta nobreza ao seu lado, além do Príncipe Cassius, nosso antigo inimigo que agora dormia sobre o nosso mesmo teto, adoraria lhe colocar no seu devido lugar, e bem na direita na primeira fila Lorde Ryuu de braços cruzados ao seu lado a sua irmã e do lado dela outra dama de companhia da princesa. Duque Nelson pediu para iniciar o sorteio que era feito na roleta, a roleta foi girando e o primeiro a ser escolhido foi o Cavaleiro Gilberto, o seu símbolo era uma torre sobe um céu nublado, a roleta girou mais uma vez e logo de cara veio o meu símbolo a rosa vermelha. Antes de iniciarmos a luta já podíamos ver quem estava com a torcida a favor. A multidão bradava por meu nome, gritava-o euforicamente:

- Escarlate! Escarlate! Escarlate! Escarlate! Escarlate!

O Senhor do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora