Um amor impossível - Priscila - Parte I

319 85 30
                                    


Turion

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Turion

- Você está zangado? – apesar do pouco tempo foi a primeira vez que vi Ryuu agir assim, na maioria das vezes ele era doce, educado e meigo.

- Não, somente pensei que encontraria paz aqui. – suas palavras saíram envergonhadas, sim ele estava envergonhado pelo o que acabou de fazer.

- Ei não foi culpa sua. – disse Nathalia o consolando.

- Talvez eu devesse partir, não faço parte desse lugar. Sinto que não pertenço a esse lugar – Ryuu escondia o seu rosto procurava olhar para o horizonte e não fitar o rosto de Nathalia.

- Ei, as vezes eu também me sinto assim, sabe? – Nathalia não se deu por vencida e foi de encontro ao seu rosto com o melhor sorriso que dispunha, ele não resistiu e finalmente ao olhou, parecia triste, mas ela prosseguiu – Acho que faz parte de nós seres humanos, essa busca por um lugar que não existe, mesmo assim a busca não está no lugar e sim aqui dentro! – então ela apontou para o seu coração.

As palavras que a Suelen havia me falado a pouco tempo atrás ecoaram na minha cabeça, será que realmente a Nathalia estava interessada no meu irmão? O jeito que ela o olhava, a simples menção de o partir fez com que quase implorasse para que ficasse, nunca tinha a visto desse jeito; tudo aquilo soava estranho, logo agora que ela tinha ficado noiva, se bem que aquele primo dela, não era boa coisa, será que era apenas uma saída? Ou amor? Se fosse amor não me importaria, já se fosse apenas uma saída.... Pensando bem a quem deveria proteger? Meu irmão que conhecia a pouco tempo ou a minha amiga que conhecia a tantos anos? Família ou amizade? No final dos bosques estava ele parado atrás de uma arvore, pelos deuses! Ele só podia estar ficando louco aparecendo aqui tantas vezes durante a semana, ainda mais a luz do dia.

- Nathalia podia conversar em particular com você rapidinho? – a chamei de canto.

Ela veio meio ressabiada até mim, Ryuu ficou nos observando.

- Será que você podia ficar junto com ele até eu voltar, para evitar que ele se meta em outra confusão ou que faça alguma besteira. Eu preciso falar com meu pai sobre o que aconteceu sem a presença dele. – a desculpa perfeita, pelo menos foi o que achei naquele momento.

- Pode deixar comigo farei companhia a ele, afinal me sinto culpada pelo o que aconteceu. – realmente aquela briga ocorreu por sua causa, todos sabíamos que o príncipe era apaixonado por ela, no entanto, dizer que a culpa fora sua seria idiotice.

- Menos, você não teve culpa.

Deixei os dois e fui até o local que costumávamos nos encontrar, era uma antiga estrebaria que ficava na região norte do castelo e a muito tempo havia sido desativada. Agora não tinha mais nada além de algumas paredes, antes de se aproximar já sentia o seu perfume uma mistura de flores com folhas de laranjeira, davam um tom cítrico, em seguida adocicado por carvalho, uma folha levitava sobre a sua mão. Estava com sua tradicional capa marrom claro que cobria desde a sua cabeça até os pés, por baixo a sua roupa verde. Quando aproximei tirou o seu capuz e os seus enormes cabelos loiros e lisos desceram até metade das suas costas, seus lindos olhos verdes cintilavam, seu rosto fino lhe dava uma expressão delicada. Seu corpo era alto e magro, as pontas de suas orelhas passavam pelo seu cabelo. Alguns diriam que ele era um demônio, para mim era a criatura mais linda que já havia visto na vida.

A primeira vez que o vi de longe zanzando pelo bosque achei que fosse a Nathalia por causa dos cabelos, quando me aproximei, vi que se tratava de um menino, perguntei se ele estava perdido, me respondeu que depois de me ver havia ficado. Agora já não era mais um menino.

- Não estás se arriscando demais? – precisava colocar juízo em sua cabeça.

- O risco torna as coisas mais divertidas.

Ele me puxou para seus braços e me beijou, como fez aquele dia quando cheguei, acabei sendo surpreendida mais uma vez pelas suas ações imprudentes.

- Se alguém te ver aqui você estará morto! Não temes pela sua vida? – sim, se o alguém o visse nosso romance se tornaria uma tragédia.

- A dor de ficar longe de você me faz enlouquecer. Não existe vida sem você. – ele dizia palavras românticas, no entanto, essas frases não eram dele e sim do livro que lhe dei: O Cavaleiro e a Princesa.

- Não vai me impressionar repetindo palavras de um livro! – tentei me desvencilhar de seus braços, não consegui, não porque ele se opunha e sim porque meu corpo se opunha ficar longe do seu.

- Além do mais nem todos os humanos podem me ver. – agora ele estava sendo convencido.

- A sua magia não é tão forte longe da floresta! Devia tomar mais cuidado! – o lembrei de algo que parecia sempre esquecer.

- Sim, mas é o suficiente para encobrir meus rastros. – retrucou Turion.

- Não se aches demais.

Fixei-me em seus olhos, o que eu estava fazendo? Já tinha desistido dessa ideia, antes de voltar para casa se despedimos e juramos nunca mais se vermos. Estava consciente que não poderia viver esse amor. Quando retornei ao meu lar tentei esquece-lo a todo custo, estava forte em meus propósitos, até que na volta ao Castelo Ariel ele me beijou e todos meus planos desmoronaram com apenas um beijo. Estava completamente perdida com o coração em chamas. Perguntas ecoavam na minha cabeça. Afinal por que tínhamos voltado? Até quando viveríamos essa fantasia? Quando ele me deu outro beijo as perguntas sumiram e só consegui sentir o calor dos seus braços.

- O que aconteceu com o seu irmão?

- O príncipe o provocou. – respondi, havia o contado tudo para ele sobre meu irmão e foi Turion que me disse que realmente estava diante de meu irmão de sangue e não um farsante qualquer.

- Um senhor não deve ser provocado, ainda bem que tua amiga estás a acalmar o seu coração. – falou Turion que se referia ao meu irmão como um senhor, não por ter sido consagrado um lorde pelos homens e sim por ter sido consagrado um senhor pela mãe natureza. Ainda não tinha entendido direito aquela história.

- Ela está apaixonada por ele? – Turion conseguia sentir os sentimentos das pessoas.

- Sim, mas acho que nem ela ainda percebeu, uma vez que seus sentimentos estão confusos. Ela está insegura, com muito medo, certamente não sabe o que fazer. Existe uma mágoa muito grande em seu coração.

- E eu como estou me sentido? – elevei meu rosto até perto do seu quase o beijando.

- Sabes que não posso sentir os seus sentimentos, já que estou apaixonado por você.

Ele começou a percorrer o meu rosto com a sua mão.

- Isso não tem graça! Deviria ser ao contrário! – murmurei.

Ele esboçou um sorriso.

O Senhor do VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora