Foi difícil para Hani digerir a história sobre a casa. Era inacreditável a forma como Wonwoo se sacrificou para vê-la bem, e em momento algum pediu algo em troca.
Seu coração apertou de uma forma que a fez chorar muito. Ela tinha acreditado que viveria em paz agora, porém a culpa tomava conta de si.
Dokyeom deu espaço para ela digerir a informação.Sozinha no quarto ela aproveitou para ligar para Wonwoo.
-LIGAÇÃO-
- Hani?
- Annyeong, oppa. Como está?
- Estou bem. E você? Esteve chorando?
- Won... DK me contou sobre a casa.
- Aish... achei que ele iria esperar mais pra contar isso.
- Me sinto tão mal... Acho que fui um grande peso na sua vida.
- Não pense assim. Me sinto muito em paz por ter feito tudo que fiz. Acho que nós todos crescemos muito com tudo isso. Não veja como algo ruim, mas como forma de amadurecimento.
- Me perdoa, Wonwoo oppa. Vamos ser amigos, né?
- Amigos? Claro que não. Eu e você somos irmãos gêmeos, somos quase a mesma pessoa - ele riu a fazendo rir também.
- Obrigada.
- Conte sempre comigo.
- Você também.***
Aquela ligação finalmente pôs o coração de Hani em paz. Agora sim ela tinha a sensação de que não existia mais segredos e culpas, e todos poderiam seguir com suas vidas.
Uma semana se passou e para a jovem Ahn tudo parecia um sonho.
Eles passearam em Gangnan, fizeram um pique-nique e agora sim pareciam uma família feliz.Faltava uma semana para o natal quando a mãe de Dokyeom veio visitá-los.
- Omo, então você é minha norinha? - a senhora de cabelos curtos entrou cumprimentando Hani com um abraço - Você é linda! Estou feliz em te conhecer!
- Eu também, Sra. Chan, ouvi falar muito bem da Sra. - ela sorriu a conduzindo para a sala de estar - Vamos conhecer a pequena Sooke.
A sala estava animada. Yuna mostrava as barbies e panelinhas alegremente para Sooke, que estava em sua cadeira de balanço e soltava risadas contagiantes.
- Eomma, que bom que chegou - Dokyeom abraçou a mãe - essa aqui é a Sra. Ahn, minha sogra - elas se cumprimentam - e Yuna, minha irmãzinha. Já essa pequena - DK pegou a filha no colo e se aproximou da mãe - é a sua neta.
A avó pegou Sooke no colo com os olhos marejados. Todos se emocionaram, conversaram e riram das gracinhas da bebê.
No fim da tarde Wonwoo chegou para visitá-los também.
- Annyeong, família - ele entrou na sala radiante - como está minha princesa? Papai tá morrendo de saudade.
Ele caminhou até a mãe de DK, que estava sentada com Sooke no colo, e se abaixou para ver a filha.
- Oi, meu amor - ele a beijou - Papai te trouxe um presente.
O moreno mostrou alegre uma sacola colorida e Sooke balançava os bracinhos animada.
- Won, já falei que não precisa trazer presente toda vez que vem. Você vai a falência - Hani falou pegando a socola.
- É mais forte que eu - sorriu - vê se a numeração está certa.
Hani abriu a sacola e pegou o vestidinho azul claro que estava dentro.
- Está certo. Você nunca erra, é lindo, Won. Komawo! E ainda vem com chapéuzinho! Vai ficar lindo nela!
- Vai mesmo - ele se voltou para a pequena novamente - minha princesa vai brilhar mais, né? Conheceu a Vovó Chan hoje?
- Como está, criança? - ela perguntou.
- Eu? Estou ótimo - Wonwoo sorriu e abraçou a mais velha. Sempre a considerou como uma mãe também.
- Estou muito orgulhosa de você. Aliás, meus filhos, vocês cresceram bem. Fico feliz.
- Hrmm, o DK precisou de um empurrãozinho, mas acho que agora estamos no mesmo nível.
- Ei, tá perdendo a noção do perigo? - Dokyeom passou o braço pelo pescoço do amigo o fazendo cair no chão e todos riram.
- Aish, só disse verdades.
- Ei, Won, e o Hoshi, hein?
- Já nem volta mais para o dormitório mais. Tá nas nuvens.
- Aigoo, por um momento achei que a Daya não iria aceitar o pedido de casamento.
- Ela passou por muita coisa esses últimos meses, vocês sabem - Hani comentou com eles - mas ela também não conseguiria ficar sem ele, agora está pronta para mudar de vida por completo.
- Fico feliz por eles - Wonwoo disse sorrindo com Sooke no colo - e por vocês. No fim, o destino toma conta de acertar todos os caminhos, não é?
***
O resto da tarde se passou tranquilamente, e todos jantaram como uma grande família feliz.
Antes de ir, Wonwoo fez Sooke dormir cantando com ela em seu ombro.
Aquele amor que ela transmitia preenchia seu ser de uma forma inexplicável.
Ele sentia que não precisava de mais nada, apenas seu cheirinho de bebê bastava.Enquanto dirigia rumo ao dormitório, ria lembrando da pequena. Era engraçado como uma criança, com a qual que não possuía laços sanguíneos, aquecia seu coração.
Uma filha que ele ganhou de presente. Assim que Wonwoo via Sooke.
Não conseguia evitar pensar nela sempre que via uma roupinha ou algo fofo nas lojas.Um amor unilateral também dá frutos...
A verdade é que tudo que acontece na vida serve de experiência, e que podemos tirar coisas maravilhosas, mesmo de situações dolorosas.Sim, doía ver Hani com DK. Doía saber que ela nunca seria sua. Mas ao mesmo tempo era reconfortante vê-los felizes.
Tudo que aconteceu o deixou mais forte e o tornou um homem. Ele sempre foi "pé no chão", sabia onde estava se metendo, mae não esperava se apaixonar por Sooke daquela forma.
Agora Wonwoo tinha uma certeza em si:
Nada supera o amor de um pai. Eles não tinham laços sanguíneos, mas sim de alma.Ele continuaria cuidando dela e a protegendo. Continuaria comprando presentes.
Quando estivesse grande o suficiente, a levaria no cinema e no parque de diversões.Estaria pronto para dar as broncas e para pôr os meninos para correr, principalmente.
Ensinaria matemática e deixaria português para Dokyeom.Colocaria Tablo para ela ouvir, e faria uma playlist bad para quando estivesse adolescente.
Ensinaria violão e rap, e faria com ela todas as coisas que pais presentes fazem, porquê afinal, pai é quem dá amor, e ele tinha sobrando.Amores vem, amores vão.
Wonwoo decidiu deixar seu coração fechado por um tempo. O que teve com Hani foi intenso para ele.
Foi com ela que ele descobriu o amor, o seu lado carinhoso e protetor.
Talvez um dia ele estaria pronto para amar novamente, mas por hora lhe bastava amar Sooke.
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Adore U (Lee Seokmin)
FanfictionVolume 1 da sequência "Give me Your Song" Liberdade... Talvez essa palavra não signifique muito para quem a possui, mas para Dokyeom ela tinha um peso quase impossível de segurar. Todos esses anos ele viveu da forma que seu pai quisera. Todos esses...