Inspirado pelo amor de Hani, Dokyeom estava pronto para enfrentar seu pai. Foi até ele e sussurrou em seu ouvido que o acompanhasse até o escritório. Assim foi feito.
Quando os dois já estavam dentro do cômodo, o jovem soltou:- Appa, não vou me casar. Você vai ter que parar com suas ameaças porquê eu vou te processar.
O homem riu.
- Estava esperando sua contestação, criança - sacou um celular do bolso e mostrou a tela para o filho - Conhece esse menino? Achamos ele numa praça.
O coração de Seokmin quase saiu pela boca. Era Vernon, aparentemente desacordado, com uma mordaça na boca e sangue escorrendo de seu nariz. O menino estava preso numa cadeia com os braços para trás.
A imagem trouxe uma fúria de dentro de Dokyeom, que lançou um soco no rosto do pai.- EU NÃO ACREDITO QUE FEZ ISSO!
O impacto fez com que o velho virasse a cabeça, mas ele logo se recompôs passando um pano no rosto.
- Ah, criança. Eu avisei. Achou mesmo que eu não iria descobrir sobre o detetive? Eu cumpri minha parte do trato. Você já deveria saber que a palavra de um homem é sua honra, e que a honra é tudo.
- Onde ele está? - as lagrimas escorriam do rosto de DK, ele nem conseguia olhar no rosto do pai.
- Bom, depende de você. Se não concordar mesmo em se casar, logo ele estará jogado numa vala qualquer. Agora se colaborar, em pouco tempo ele estará no dormitório.
- Você é um monstro! - o rapaz cuspiu no chão com nojo do próprio progenitor.
- Você tem um minuto para decidir, criança.
O velho discou um número e posicionou o celular no ouvido pronto para dar as próximas ordens.
O coração de Dokyeom sangrava. Ele queria viver seu amor com Hani, mas não podia jogar com a vida de um amigo. Amigo este que estava presente nos momentos mais difíceis de sua vida. Aliás, Vernon já tinha deixado de ser amigo, era seu irmão mais novo. Ele tinha que protegê-lo.
"Me desculpe, mocinha..."Com lágrimas de mais profunda dor ele disse:
- Eu vou colaborar, appa.
***
Hani conversava despreocupadamente com Daya e os meninos enquanto tomava uma taça de vinho.
Gostava de ver a amiga e o namorado juntos, e tudo que mais queria era viver aquele momento com seu amor.Não demorou muito e todos ouviram uma voz vinda de dentro do salão.
Ela se sentiu nervosa, pois os meninos se olharam como se já soubessem o que iria acontecer.As pessoas começaram a entrar, e Hani foi atrás, sendo interrompida pelas mãos de Wonwoo segurando seu braço.
- Você não vai querer ver isso, Hani.
- O que está acontecendo? Cadê o Seokmin?
- Hani... Eu...
Ela se soltou e entrou no salão.
A multidão formava um círculo, deixando Sr. Lee no centro. Ao lado esquerdo dele estava uma jovem loira, aparentemente tímida, e do lado direito estava DK.
Ele havia chorado, ela pôde perceber, e fitava o chão.Hani olhava tudo com estranheza. Sentiu Wonwoo segurar seu ombro, como se precisasse a apoiar em algo.
- Como todos sabem, hoje é aniversário do meu único filho, Lee Seokmin - o velho começou a falar mas ela custava a entender suas palavras - E é com grande prazer que anúncio hoje seu noivado com Sun Hee.
Os convidados aplaudiam e gritavam, mas Hani o olhava fixamente tentando processar o que tinha acabado de ouvir.
Noivado? Quem era Sun Hee? O que estava acontecendo?Por um momento os olhares deles se cruzaram, e Hani pode ler a palavra "perdão" sair dos lábios do rapaz. Nesse momento Dokyeom caminhou até Sun Hee e, ajoelhado, colocou um anel em seu dedo anelar direito.
O coração de Hani parecia que ia sair pela boca e suas pernas fraquejavam. Ela se virou escondendo o rosto no peito de Wonwoo e com as lagrimas caindo disse:- Me tira daqui.
***
Wonwoo a levou até seu carro. Seus soluços preenchiam o silêncio dentro do veículo, até que o mesmo foi quebrado pelo moço:
- Hani, preciso saber onde é sua casa.
- E-eu N-não quero aparecer assim em c-casa. Me leva para um hotel, p-por favor - ela tentando secar os olhos mas sentia um nó preso em sua garganta - eu não entendo o que aconteceu, Wonwoo. Eu não entendo!
- Fica calma, Hani. A gente conversa quando chegar. Tem lenços no porta luvas.
O jovem abriu o compartimento e ela tirou de lá um saquinho de lenços. Enxugava as lagrimas, porém novas desciam por seu rosto.
Wonwoo estacionou em frente a um hotel simples e fez o check-in em seu nome. Ao entrar no quarto Hani tirou seus sapatos e soltou os grampos do cabelo, se jogando na cama em seguida.
O jovem sentou-se ao seu lado e começou a falar:
- Hani, DK tem problemas com o pai. Aquele tirano ameaça ele e já tinha falando sobre noivado a um tempo. Dokyeom conseguiu um trato, no qual o pai o deixaria livre por um mês, mas em seu aniversário ele teria que noivar com uma escolhida. Uma garota de "sangue azul". Eu sei que ele te ama, mas com certeza Sr Lee o ameaçou de alguma forma.
- Por que ele não me disse? Ele me fez acreditar que iríamos ficar juntos, ele me deu esperanças. Ele me usou. Eu não acredito nisso!
Ela escondia o rosto com as mãos numa tentativa frustrada de esconder sua vergonha. Havia se entregado por completo para aquele homem, e agora ele estava noivo de outra. As lágrimas caiam desesperadas, e Wonwoo a abraçou bem forte.
- Eu sei que dói, mas você não está sozinha.
Eles ficaram naquele abraço por um bom tempo, até que Hani começou a sentir os olhos pesados de sono.
- Eu preciso dormir - falou mais calma - mas não tenho nenhuma roupa.
- Eu tenho uma camiseta extra aqui nessa maleta - apontou uma pasta preta que ele tinha deixado em cima do criado mudo - Eu posso te emprestar para dormir.
- Eu agradeço. Obrigada por me ajudar hoje.
- Não precisa agradecer.
Ele sorriu e entregou a camiseta para Hani. Ela caminhou até o banheiro e tomou uma ducha. As lágrimas se misturavam á água em seu rosto. A dor lacerava seu coração, uma dor que ela nunca tinha sentido antes.
Após se lavar ela vestiu a camiseta de Wonwoo, que ia até seu joelho, e voltou para o quarto. O acompanhante já tinha se trocado.
A pesar de nunca ter ficado próxima a ele, Hani de sentia grata por ter uma companhia naquela noite. Não queria entristecer sua mãe com seus problemas e Daya estava ocupada com Hoshi.
Se deitou na cama e viu Wonwoo pegar um travesseiro e por no chão.- Não tem outro cobertor pra você? - ela perguntou.
- Não se preocupe, eu e os meninos estamos acostumados a dormir assim.
- Eu me sinto mal. Você me ajudou hoje. Pode deitar na cama comigo. Eu não ligo.
Ele assentiu e deitou-se com ela. A cama era enorme, sobrava espaço.
Hani não aguentava mais o sono, e foi se rendendo pouco a pouco.
"Quem sabe não é tudo um sonho"...
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Adore U (Lee Seokmin)
FanfictionVolume 1 da sequência "Give me Your Song" Liberdade... Talvez essa palavra não signifique muito para quem a possui, mas para Dokyeom ela tinha um peso quase impossível de segurar. Todos esses anos ele viveu da forma que seu pai quisera. Todos esses...