Capítulo 25

541 54 30
                                    

Amanheceu, e conforme ia clareando o quarto Hani foi despertando.
"Não é um sonho..."

Percorreu os olhos pelo ambiente. Não era muito grande. Na frente da cama havia uma TV, uma mesinha e frigobar. Os tons claros do local o deixava muito aconchegante.

Parou os olhos em seu companheiro. Wonwoo dormia despreocupado na outra ponta da cama. Ele estava de barriga para baixo, fazendo com que sua boca ficasse entreaberta, formando um O.

Hani se sentiu um pouco envergonhada, porém agradecida pela presença do menino. Ultimamente ela sentia um medo terrível de ficar sozinha.

Pegou seu celular no criado-mudo ao lado da cama e viu que tinha várias mensagens de Daya. A amiga estava preocupada, ja que Hani deixou o baile sem avisar a ninguém. Respondeu dizendo estar bem e desligou. Não queria ficar olhando o aparelho, pois tinha fotos de Dokyeom.

Fechou os olhos novamente e uma lágrima insistiu em cair, molhando seu travesseiro. Não conseguia acreditar no que tinha acontecido. Por quê ele não contou nada a ela? Por quê brincou com seus sentimentos?

- Bom dia... - a voz rouca e grave de Wonwoo a trouxe de volta. Limpou suas lágrimas rapidamente e respondeu.

- Bom dia. Te acordei?

- Não, eu acordei com a claridade. Está bem?

Os olhos do rapaz a fitavam firmemente e a deixou corada. Ele já tinha se virado e estava deitado de frente para ela.

- Não - escondeu o rosto com as mãos - Não consifo acreditar, Wonwoo.

- Eu sei. Isso vai passar, mesmo que demore.

Ficaram deitados mais um pouco, até que Hani se lembrou que ambos precisavam trabalhar. Wonwoo era muito calmo, e transmitia essa calma para ela.
Se levantaram, o que fez Hani lembrar que só estava com aquele vestido de festa.

- Eu não tenho roupa. Não acredito. Não quero passar em casa para me trocar - ela choramingou sentada na cama.

- Quer que eu desça e te compre uma roupa? Tem uma loja aqui ao lado do hotel. Ainda são 08h, temos tempo.

- Você faria isso por mim?

- Claro.

- Obrigada... Eu realmente não quero por esse vestido nunca mais.

Ela passou as medidas e Wonwoo desceu na missão de lhe trazer roupas novas.
Enquanto esperou ficou relembrando o sexo maravilhoso que tinha feito com Dokyeom na noite anterior. Ela se sentia vulnerável e usada por ele. A partir daquele dia os dois não passavam de uma lembrança dolorosa que insistia em permanecer na sua mente.
Estava determinada a fazer tudo diferente dali para frente.

Pegou o telefone e ligou para seu superior na PLEDIS. Disse que não queria mais trabalhar com o grupo Seventeen, e se teria a possibilidade dela trocar de grupo. O homem disse que faria o possível e entraria em contato em breve.

Quinze minutos depois Wonwooo voltou com uma sacola. Trouxe um vestido tubinho vermelho e um casaco preto para ela.
A menina se impressionou, pois ele escolheu o tipo de roupa que ela gostava.

Calçou seus scarpins pretos e jogou o vestido que usara no baile no lixo do banheiro. Não gostava de desperdiçar as coisas, mas aquele vestido ela não queria ver nunca mais.

Enquanto eles desciam no elevador, Hani recebeu uma ligação da empresa dizendo que havia outro grupo para ela trabalhar. Seu coração ficou mais tranquilo, não precisaria mais ver Dokyeom todos os dias.

- Eu serei remanejada, Wonwoo - falou enquanto eles entravam no carro.

- Vai ser melhor pra você mesmo. Mas será triste. Todos já estavamos acostumados contigo.

- Também vou sentir falta, mas não tem jeito.

***

Havia se passado um mês desde o aniversário de Dokyeom.
Hani estava trabalhando com um grupo feminino, o Pristin.
Seu escritório agora ficava no prédio da PLEDIS, e ela não via mais DK.

Os meninos continuaram mandando mensagens para elas, principalmente Joshua e Dino, que a tinham adotado como uma espécie de mãe. Eles ligavam todos os dias para contar as novidades, e de uma certa forma ela gostava disso.

Wonwoo também continuou por perto. Eles conversavam e quando ela estava muito triste ele ia até sua casa com potes de sorvete para assistirem alguma coisa juntos. Hani gostava de sua companhia. Ele realmente era muito calmo, e a fazia se sentir assim também.

A vantagem de estar de volta ao prédio da empresa era poder almoçar todos os dias com sua melhor amiga. Daya a fazia rir demais com vídeos de outros grupos de kpop cometendo gafes em programas de TV.
O problema era quando Hani estava sozinha. Não podia evitar pensar em DK, e isso doía demais.

Todos falavam do noivado dele, e a mídia falava que a música Adore U tinha sido escrita para Sun Hee, o que deixava Hani mais deprimida.

Era uma quinta-feira e a jovem estava saindo da PLEDIS. Aquele dia ela não estava se sentindo bem, com muito enjoo e tontura, e pediu para Wonwoo a levar para casa.

Ele já a esperava na saída, encostado no seu carro. Mas conforme ela foi se aproximando foi lhe dando um mal estar, e Hani começou a ver tudo se apagar.
Foi segurada pelos braços de Wonwoo antes que pudesse cair no chão. Desmaiou.

***

Hani acordou no hospital. Ao olhar em volta podia ver uma agulha em seu braço direito levando soro para suas veias.
Sentado em uma poltrona ao lado de sua cama estava Wonwoo.

- Hey, acordou. Sua mãe acabou de sair daqui, foi levar Yuna para comer.

- W-wonwoo... O que aconteceu?

- Você desmaiou. Sorte que eu estava lá para te pegar.

- O que eu tenho?

- Então... O médico vai vir falar com você - ele passou a mão em seu cabelo preto nervoso e ela percebeu isso.

- Wonwoo... O que está acontecendo? Por favor não me esconda nada.

- Eu realmente acho que não poderia te contar isso, Hani, mas o farei... Você está grávida.

Ela não estava entendendo. Grávida?
Aquilo só podia ser piada.

- Não brinca comido, Wonwoo.

- Não é brincadeira, querida. O dr. disse que você está de mais ou menos de cinco semanas.

- Não pode ser... - ela cobriu o rosto com as lagrimas já descendo em seu rosto - Eu estou grávida dele?

- Eu sei. Eu sei... mas não se preocupe. Eu estou com você, sua mãe também. Vai ficar tudo bem.

Hani só conseguia chorar. Wonwoo a abraçou e ela se desmanchou em seus braços. Grávida aos dezenove anos, resultado da primeira vez, de um cara que estava noivo de outra pessoa. Só podia ser piada do universo.

- Não conte para ele, oppa. Não quero que ele saiba.

Adore U (Lee Seokmin) Onde histórias criam vida. Descubra agora