Knut (Rodada 1)
Nas Terras do Fim, onde os Guslas vivem, um nono filho decide iniciar sua busca pela coroa do Rei Antigo. Essa espécie possui porte físico desenvolvido, são pouco mais altos que os humanos e sua pele é em um tom cinza-azulado. Desde novos já são marcados por tatuagens e iniciam um rigoroso treinamento, pois acreditam que assim como o mundo perigoso que os cercam, eles também precisam ser perigosos.
Knut aprendeu a usar toda a sorte de armas e seu treinamento de longos anos lhe rendeu cicatrizes que ele demonstrava com prazer ao andar com o peito nu por onde quer que vá.
A vila deste jovem Gusla era formada por cabanas de palha seca e madeira, e haviam surgido de maneira tão desordenada que lembrava um imenso formigueiro a céu aberto; limitava-se a um campo no coração da floresta. Porém, assim como a maior parte das Terras do Fim, o chão era rochoso e as árvores, apesar de estarem vivas, tinham seus galhos nus e não davam frutos; obrigando-os a caçarem para sobreviverem.
Em um início de manhã, que por lá mais lembrava um fim de tarde com o dia oscilando em tons de laranja, roxo e azul, o jovem aventureiro partira. Recebera de seu pai um Gribulla para lhe auxiliar na viagem.
Os Gribullas são seres acinzentados e de mesmo tamanho que os cavalos. Possuem um maxilar avantajado, patas dianteiras mais curtas que as traseiras, sua boca é dura e afiada permitindo-lhes que sobrevivam apenas se alimentando de pura madeira; em geral, se parecem muito com sapos gigantes acinzentados, apesar de não saltarem devido ao grande peso da carcaça. São adaptados para sobreviver e resistentes, além de se serem montarias obedientes e calmas.
- Pai, retornarei com a coroa e trarei orgulho à nossa família – disse Knut. Estava parado próximo a entrada da vila, entre duas árvores mortas cujos galhos nus se enroscavam lembrando a forma de um arco de madeira. Na mão direita segurava as rédeas do seu Gribulla.
- Meu sangue, tenho fé em você – disse o pai com a voz grave e sinistra. Sua expressão era dura, mas naquela vila todos pareciam irritados e mal-humorados. – Tempos difíceis criam seres fortes – era o lema deles. – Retorne como o maior Gusla que já viveu entre nós – bateu com a mão direita no peito esquerdo de punho fechado. Assentiu com a cabeça.
Knut fez o mesmo gesto, montou seu animal e partiu. Durante os primeiros segundos de viagem, imaginou que gostaria de ter se despedido da mãe, mas a entendia: provavelmente ela se emocionaria e iria demonstrar seus sentimentos, para eles, isso era sinal de fraqueza.
Seguindo floresta adentro, a trilha à frente era tortuosa e recheada de altos e baixos, mas os Gribullas foram feitos para terrenos como este, então não foi um grande desafio.
Consigo, Knut carregava uma espada de uma mão de dois gumes. Era afiada e fosca, para que o reflexo da luz na lâmina não lhe entregasse a posição para os inimigos. Um escudo circular de madeira com bordas metálicas que se prendia em suas costas; um colar, e um mapa das Terras.
No primeiro dia de viagem, dormiu à beira de uma colina rochosa que lhe proporcionou um descanso seguro e desconfortável. Devido a cultura dos seres das Terras do Fim, na haviam hospedarias ou casas que pudessem lhe acolher em seu trajeto.
No segundo dia, caçou quatro coelhos que lhe sustentaram por uma boa parte do dia. Com a experiência de caçador e os conhecimentos sobre a Terra, foi fácil esconder-se de inimigos e arranjar alimentos. Assim, seguiu-se uma viagem tranquila e desconfortável que durou 9 noites até Tripé do Norte, o lugar onde três fronteiras se encontravam.
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Livro-jogo: A busca pela coroa
AdventureO Livro-jogo foi criado para ser um RPG online pelo Wattpad. Todos os personagens descritos no "Introdução aos personagens" são controlados por jogadores de todo o Brasil que se candidataram as vagas e estão participando do projeto. Todas as ro...