(Rodada 6)
Selon
O arpão ainda atravessava Coriane quando ela fechou os olhos e caiu sobre a possa de sangue embaixo de si.
Selon, ferido e tendo feito a morte, focou-se na coroa novamente e buscou-a.
A mente louca criou planos loucos, e um deles foi colocado em prática. De onde estava, puxou o arpão e fugiu. Dentre escombros, encontrou um corpo Exilado com armadura e vestiu-a, pensando que entre ser atacado por apenas um dos lados da guerra seria melhor do que ser atacado pelos dois.
De repente avisou ao longe o ser mais sinistro que seus olhos já viram: Zet. Parado e escoltado por luftíres, orcs, gárgulas e por um espantalho vivo.
- Sim. Eles vai me ajudar sim – falava Selon consigo mesmo.
Caminhou até Zet confiantemente e fez grande reverência ao ser notado. Jurou lealdade e cumprimentou-o como exige o protocolo.
- Meu senhor, encontrei inimigos poderosos que buscam a coroa.
Zet olhava-o de cima, sem misericórdia.
- Então espero que tenha cumprido seu papel de soldado e os matado.
- Desculpe a falta de eficiência meu senhor, mas sou apenas um, e eles são um grupo maior que eu; pensei que avisá-lo seria a melhor opção.
- Quem são?
- Ophelia, Zétiro e Raki. Coriane, que os acompanhava, acabou de ser empalada pela minha lança.
- Sem querer me meter Zet – começou Dambus. – Mas talvez seja melhor eliminar a concorrência. A coroa está próxima e arriscá-la agora seria desnecessário.
- O que sugere? – Indagou o líder dos Exilados.
- Dê a ele quatro Luftíres para caçá-los, e eu também lhe direi a localização da coroa. Sendo os peões que são, se matarem ao menos 1 dos Espíritos que a protegem já terão sido prestativos nessa guerra.
Zet pensou por segundos e disse:
- Seja feita a vossa vontade dessa vez. – Fez sinal para os luftíres que o acompanhavam e ordenou que recebessem ordens de Selon até o final da batalha.
- Obrigado – disse Selon, escondendo um sinistro e largo sorriso enquanto fazia uma reverência.
*
Da maldita lábia do Bobo surgiram bons frutos. Ele, que tem veneno nas palavras, conseguiu para si soldados poderosos. Após sair donde estava, correu de volta ao local da batalha anterior; mas já estava vazio.
Foi quando a indescritivelmente bela ponte de gelo, que só podia ter sido criada por Ophelia, foi avistada. Seguindo-a pelo solo, Selon viu o momento exato em que o dragão de lava quase queimou viva a maga.
Aproveitando a oportunidade que o destino lhe dera, ordenou que os Luftíres atacassem e, daquela vida chamada Ophelia, restou apenas o corpo inerte e ensanguentado.
*
Ela estava caída, fitando o céu quase inteiramente coberto pela fumaça negra de tudo que queimava ao redor. Viu pássaros, belos pássaros, que corriam para longe daquela confusão; ignorando qualquer pedido de ajuda lá de baixo.
- Devo admitir: é pena que você não é mais um de meus rivais - começou uma voz desconhecida. - Te achei forte, com um poder fascinante HAHAHAHAHAHAHAHA Eu a foderia se pudesse, sim, com certeza. Mas agora tenho uma coroa para pegar. Talvez eu volte para abusar de seu corpo mais tarde.
Aos poucos, um rosto escondido pela luz do sol se aproximou. O sorriso era galanteador, os cabelos negros estavam bem-cortados e seria um semblante belo se não fosse o olhar. Aquele olhar louco, sem limites, intimidador. Se existisse algo no mundo dos vivos que amedrontasse tanto quanto a tortura do outro lado, eram aqueles olhos.
O homem segurava uma lança afiada, apontando-a para a testa de Ophelia.
- Diga para quem você encontrar do outro lado que Selon a matou HAHAHAHAHAHA.
A arma lhe abriu um rombo no crânio, e assim o destino levou mais uma vida.
- Venham meus Luftíres, ainda há mais ratos para caçarmos - disse ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Livro-jogo: A busca pela coroa
AdventureO Livro-jogo foi criado para ser um RPG online pelo Wattpad. Todos os personagens descritos no "Introdução aos personagens" são controlados por jogadores de todo o Brasil que se candidataram as vagas e estão participando do projeto. Todas as ro...