Dambus(Rodada 5)

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   Há quem diga que em qualquer momento da vida temos apenas dois caminhos. Viver ou morrer, Certo ou errado, Bom ou mau, fazer ou não fazer, vencer ou perder... vencer ou perder... vencer ou perder...

- Vencer – Balbuciou Dambus consigo mesmo.

*

Após destruição completa da cidade, o espantalho invocou do cajado, assomado a magia, pequena águia capaz de guiá-lo no mar de corpos. O animal revelara passagem quase segura até o brilho estranho que encontrara no chão, num ponto qualquer do campo de batalha.

Dambus foi bem guardado pelos Luftíres, que sequer deixaram uma espada tocá-lo. E, mesmo se o tocasse, o mataria? Como se mata uma coisa como aquela?

Verdade seja dita, subordinado da morte, aliado dos Príncipes do Fim, necromante. O espantalho era o antagonista do momento, era, sim, um dos caminhos; e quem seria o protagonista? O segundo caminho?

Eis que a visão captou criaturas novas que corriam feito fantasmas. Espíritos do Subterrâneo, um ninho cheio deles. Corriam para todos os lados, principalmente atrás dos que gritavam mais alto. Eram assustadores e difíceis de olhar: tripas, ossos velhos e peles penduradas.

Em meio aos escombros, numa clareira arredondada de terra, saíram muitos. Tantos que os poucos restantes não foram capazes de esconderem o forte brilho mais atrás.

A águia de Dambus avistou o motivo da guerra, o objeto capaz de mudar a vida de cada envolvido. Avistou a coroa: de metal branco grosso e desenhada no formato de folhas para encaixar ao redor do crânio.

*

- Vencer. – Balbuciou Dambus consigo mesmo.

Esperou até o ninho esvaziar, porém, 4 Espírito se recusavam a sair. Impaciente, o movimento das mãos deu ordem aos Luftíres, que avançaram.

Os dois avançaram raivosos e soberbos, eram guerreiros acostumados com a vitória. Vitória esta, que tirara o olho esquerdo de um, e marcou o outro com cicatrizes.

O Caolho desceu o machado de duas mãos na vertical, mas o golpe acertou nada além de vento. Foi o primeiro a atacar, e o primeiro a morrer. O tempo de guarda aberta durante o ataque fora suficiente para sofrer mordidas e arranhões. Os Espíritos lhe tiravam a pele com tanta facilidade que mais parecia carne macia, cozinhada em água fervente acima da fogueira.

Dambus não tinha chances. Sabia que era batalha grande demais para ele e seus pequenos seguidores.

Invocou lobo capaz de ser montado e fugiu, acompanhado pelo Cicatriz. Os Espíritos se deliciavam o suficiente com a carcaça do Caolho para perseguirem alguma presa.

*

Dos bravos corações combatentes restaram apenas resquícios de qualquer lado. A força igualava em soldados, mas um dragão de lava pode ser bela vantagem. A fera matava quase por diversão e sempre obedecendo as vontades de Zet.

O que seria capaz de enfrentar aquilo? Que outra criatura pode ser tão destruidora quanto?

Ali, ao alcance das mãos, se alguém realmente pudesse fazer a diferença, seria o dono da coroa; o rei do exército mais letal das Terras.

Livro-jogo: A busca pela coroaOnde histórias criam vida. Descubra agora