Raki(Rodada 3)

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     Após perder o rastro de sua presa, Raki optou por uma estratégia diferente. Levando em conta sua experiência de anos buscando alimentos para a sua aldeia e suas habilidades como guerreiro, decifrara que o caminho mais lógico para Coriane seria a Cidade dos Elfos.

Após dias dormindo sob as árvores e alimentando-se de carne de javali e coelho, finalmente chegara à entrada. Notara que a movimentação dos guardas era intensa tanto dentro dos muros malfeitos quanto nos arredores. Também reparou em alguns batedores conforme se aproximava da cidade, mas, se não atacaram, provavelmente o alvo não era ele.

- Parado Hôlo. Visitantes estão sendo revistados agora – disse um elfo que estava de guarda. – Diga-me a que veio!

- Vim das Terras Selvagens em busca de uma mulher. Talvez você a tenha visto. Seus cabelos são negros e os olhos verdes penetram como se fosse nos hipnotizar. Talvez estivesse machucada, ou algo assim. Seu nome é Coriane e nós nos conhecemos durante uma viagem. Segundo ela, eu poderia vir visitá-la sempre que quisesse.

O guarda analisou a situação pó um segundo. A mulher era conhecida por toda a cidade e realmente passara por ali fazia poucas horas.

- Certo. Coriane passou hoje mais cedo. Preciso avisá-lo Hôlo: aqui não é seguro. Algo se aproxima e, se puder, vá para o mais longe possível.

O guarda abriu passagem e Raki adentrou satisfeito pela facilidade com que passara, os guardas não pareciam estar muito bem preparados. Claro que, antes de se apresentar a entrada, transformou a lança que carregava em uma pequena adaga e escondeu-a por baixo da roupa.

Após alguns minutos caminhando pela cidade, Raki encantou-se com a sofisticação da arquitetura e com a beleza dos prédios ornamentados em gesso branco. Sua vila sequer podia ser comparada aquilo. Tinham o suficiente para se manterem, mas apenas se todos trabalhassem duro e, como se não bastasse, cada canto podia espreitar um perigo diferente. Desde animais venenosos a emboscadas de tribos inimigas.

De repente, ao longe, vozes exaltadas foram ouvidas enquanto eram acompanhadas por gritos de guerra. Seguindo as vozes Raki encontrara uma multidão furiosa sendo alimentada por palavras venenosas de um humano. Este, fugia dos guardas enquanto incitava elfos enfurecidos a caminhar em direção ao palácio.

Seguindo-os, Raki observou todos os acontecimentos. Forcados, porretes, guardas, elfos, uma pequena rebelião se iniciou e tomava força enquanto gritos de elfos irritados eram ouvidos. As palavras "guerra" e "Exilados" eram as mais repetidas.

Eis que após o rei aparecer e conter parcialmente o alvoroço, uma mulher conhecida fora avistada. Coriane, acompanhada por alguém que Raki não conhecia, aproveitara a confusão e passara pelos guardas.

O Hôlo acertou em seu palpite e agora seus olhos não se desviavam da presa recém encontrada. Em um momento, enquanto cidadãos mais agressivos começavam a forçar passagem pelos guardas, Raki observou uma brecha através das grades do jardim. Se conseguisse pular rápido o suficiente talvez ninguém o avistasse.

Respirou fundo e transformou a adaga em um bastão de metal comprido o suficiente para lhe dar impulso e assim atravessar a grade com pontas de lança no topo. Ao saltar teve um leve vislumbre do tumulto, parece que ninguém o vira realmente e, agora, o caminho entre ele e sua presa estava livre.

Livro-jogo: A busca pela coroaOnde histórias criam vida. Descubra agora