Livro-jogo: A busca pela coroa

Raki(Rodada 1)

Raki(Rodada 1)

- Me orgulho de você meu filho – disse Aêlá. Deu um forte abraço em Raki.

- Sentirá mais orgulho quando eu retornar. Trarei a honra para nossa família. – E partiu, segurando seu pedaço de pergaminho com o enigma.

"... Eu, Kaiko, deixo aqui gravado o meu desejo. Que alguém encontre minha antiga coroa, e lidere as Terras como achar melhor. Como todos que me conheceram sabem, nunca acreditei em "bem" e "mal", mas acredito que fazemos o que temos que fazer, influenciados por nossas histórias, motivações e desejos; então boa sorte!..."

"...É impressionante como riquezas fartas e vida fácil criam seres fracos, não? É de se supor que uma mente desenvolvida seja capaz de vencer uma batalha entre exércitos? Melhor dizendo, o que será que se esconde embaixo de nossos pés? Em grandes salões cobertos de ouro reina o poder, mas, assim sendo, o Poderoso cercado de ouro se esquece daquilo que tem mais valor, mesmo que esteja embaixo de seu próprio nariz. O cheiro da rosa é forte, e o seu desabrochar traz grandes maravilhas..."

Os primeiros passos foram os mais difíceis. A aldeia pacata e subterrânea em que vivia se afastava cada vez mais às suas costas. Há entrada, três toras de madeira foram colocadas de maneira a formar um arco, foi a última coisa que seus olhos admiraram do antigo lar.

Atravessar as Terras Selvagens foi fácil. Com o conhecimento que tinha, encontrou caça e caminhos de fácil acesso. No quinto dia de viagem, já havia cruzado a fronteira e chegado às Terras Sagradas.

Apenas um dia após ter pisado na Terra nova já encantava-se com a beleza do lugar. No sétimo dia, encontrava-se perdido em meio à floresta quando uma densa neblina começou a serpentear entre as árvores. Com a facilidade de enxergar a grandes distâncias dos Hôlo, Raki observou o que parecia um ser de luz, brilhando enquanto permanecia deitado e de costas sobre uma pedra. Curioso, aproximou-se com cautela enquanto usava as mãos para afastar os galhos. Carregava consigo uma lança de puro metal-leve às costas e uma pulseira com runas gravadas nela; ambos os objetos foram dos chefes antecessores de sua família, e agora o pertencia.

De repente se viu em meio a uma clareira. Havia um pequeno lago à sua esquerda, e a pedra com a criatura permanecia à frente. Agora, era como se aquele ser brilhasse ainda mais. Uma luz branca e pura, que forçava os olhos a se apertarem e parecia hipnotizar. Pelas curvas suaves e a delicadeza que demonstrava, parecia uma mulher.

Raki aproximou-se e, quando estava a cerca de 10 passos de distância, seu corpo paralisou. A voz prendia-lhe na garganta, o sangue parecia paralisado em suas veias e seus olhos vidraram-se na bela visão.

A criatura virou-se, revelando um olhar malicioso de corsa. Escorregou da pedra com suavidade e caminhou na direção do Hôlo. Sua silhueta era leve e maleável; o andar era atraente e hipnotizante, e até mesmo o som de seus passos na grama molhada era angelical.

Parou há cerca de 3 passos, deu um leve sorriso com sua boca fina e sem lábios, e pareceu meiga por alguns segundos. Em um piscar de olhos, dentes afiados surgiram; o belo olhar de corsa tornou-se estreito, como o de uma cobra, e um som aterrorizante surgiu das profundezas deste ser de luz.

Raki pensou que ia morrer. Não havia como fugir dali, não conseguia mexer-se ou gritar por ajuda; apenas conseguia ver a morte se aproximando.

Zum – veio o som do vento sendo cortado. Uma flecha de ponta brilhante soprou em direção à criatura, que conseguiu desviar-se por centímetros. De repente homens e mulheres saíram da mata ao redor acompanhados por gritos de guerras. A criatura fugiu correndo, sumindo em meio às árvores.

- Não deixem que fuja – gritou um homem forte e barbudo. Carregava consigo um machado de duas mãos e vestia roupas de couro. – Você fica aqui comigo Briana – disse para uma mulher ruiva que estava ao seu lado, enquanto um grupo de 2 homens, 1 elfo e uma mulher perseguiam a criatura de luz.