Aqui estou de volta a minha cidade, depois de 2 anos de trabalho voluntário na Amazônia. Estava com saudades.
Nasci, cresci, vivi quase toda minha vida em Barretos, mas quando você fica sem chão é preciso sair um pouco, dar um tempo pra você mesmo. Quando perdi meus pais em um assalto em casa, achei que iria morrer junto, foi uma dor sem explicação.
Você sai de casa para um dia normal de faculdade, e quando retorna pra casa, ela está cheia de policiais, seus vizinhos estão todos na rua com cara de assustados, e ai vem a notícia que você jamais espera receber, tiraram a vida dos seus pais, por causa da merda do dinheiro. Não éramos milionários, tínhamos uma vida boa, meus pais batalharam muito para isso. Os dois eram médicos também, acho que por isso desde criança tinha um amor tão grande por essa profissão.
Depois dessa noite fatídica eu entrei em depressão, sentia que nada poderia me tirar aquela dor insuportável que estava sentindo. Mas havia pessoas que me amavam, e me queriam viva denovo. Ter meu noivo Bruno e minha melhor amiga Clara foi o que me ajudou a querer voltar a viver.
Comecei a viver no automático, ou como dizem, estava sobrevivendo. Terminei minha faculdade, vendi a casa dos meus pais, não aguentava ficar lá, tudo me lembrava eles, e a noite que queria apagar da minha mente. Comprei uma nova e menor casa para mim.
Um dia conversando com Bruno decidimos se voluntariar, sei que ele foi a contragosto, mas mesmo assim não desistiu, estava lá porque sabia que isso iria me ajudar.
Nesses dois anos aprendi muito, descobri que para ser feliz você não necessita do bem material, o pouco basta se você sabe apreciar as coisas boas que a vida lhe oferece. Que tenho que agradecer a vida que tive, e que meus pais me proporcionaram, pois nem todos tem a mesma oportunidade. Que o amor nasce nas pequenas coisas. E que ajudar o próximo faz um bem danado, te faz se sentir útil.
Chegando perto dos 2 anos Bruno já queria voltar, montar a clínica odontológica, e finalmente nos casar. Tudo estava começando a pesar, e minha vida já merecia outro rumo, e a proposta de emprego em um dos maiores hospitais da região me impulsionava a querer voltar.
Quando aceitei voltar, pedi para ficar mas um mês. Mesmo não gostando da idéia Bruno retornou sem mim, um mês antes. Mas esse mês passou, a viagem passou, e agora estou aqui de volta, Melina Ferraz de Albuquerque pronta para recomeçar.
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Surpresas da Vida
RomantizmTodos os personagens neste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é mera coincidência. PLÁGIO É CRIME - Art. 3 da lei 9.610/98 violar direito autoral dá pena de detenção de 3 meses á 1 ano ou multa. Logo após a morte d...