Capitulo 4

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Clara queria me levar para casa de seus pais, Tio Jorge e a Tia Vera já tinham ligado umas 10 vezes só na parte da manhã para saber se eu ia ficar com eles, por mais que eu os ame e me tratem como filha, hoje quero ficar em casa, combinamos então de jantar juntos.

Cheguei em casa, coloquei as coisas no meu quarto, peguei meu celular, vi que tinha muitas ligações e varias mensagens, a maioria do Bruno, como esse desgraçado ainda tem coragem de vir atrás de mim, a curiosidade não me deixa e vou ver algumas, todas dizendo que precisamos conversar, que não posso fugir, que ele sente muito por tudo que aconteceu, mas a ultima me deixou com os nervos aflorados

Mel, me atende, responde alguma mensagem, só não me deixe, precisamos conversar, eu sinto por tudo que aconteceu, não era pra ser assim eu preciso te contar tudo que aconteceu, não me deixe por favor EU TE AMO, sempre seu Bruno

- Esse cara só pode estar de zueira com a minha cara. - Falo pra mim mesma.

O cara me trai, eu pego ele no flagra, e o cara vem dizer que me ama e que não era pra ser assim, que me desculpem o palavreado mas amor de cú é rola, a pessoa não pode te ver magoada, arrasada, ela ainda tem que colocar uma faca e dar um giradinha que é pra aumentar a feriada, mando uma mensagem pra ele

Você quer uma mensagem então essa será a ultima, me esquece, some da minha vida, aproveita e pega aquela vagabunda e vão arder nos quintos dos infernos! Passar bem :D

Logo após que envio meu celular começa a tocar, olho no visor e vejo que é ele, nem dou tempo para o segundo toque e desligo a chamada, mando uma mensagem para Clara que se acaso quiser falar comigo ligar no meu outro numero que eu tinha da época do trabalho voluntario, e desligo o celular, não preciso me estressar mais com esse assunto.

Para não ficar com mil coisas na cabeça, resolvi fazer faxina, nada melhor pra passar o tempo e ocupar a mente, coloquei minhas musicas preferidas no ultimo volume, vizinhos que me perdoe mais hoje eu preciso, limpo, esfrego, seco e quando percebo a casa esta um brinco, mas estou cansada e com dores, é acho que não foi uma boa ideia essa brincadeira de empreguete, pego um analgésico que o medico passou, tomo e vou pra cama descansar já que tenho um tempo até o jantar.

"Estou em um gramado lindo e extenso, tem arvores para todos os lados, um céu azul e uma brisa tão gostosa, olho em volta, e vejo duas pessoas sentadas abaixo de uma arvore um pouco a frente da onde estou, mas daqui não consigo ver quem são, vou andando até eles, vou chegando mais próximo, e percebo que é um homem e uma mulher  e estão segurando um bebe, andando um pouco mais vejo que são meus pais, não entendo o porque mais já choro, eles me veem e se levantam, a criança no colo deles é uma menina linda, os três estão sorrindo para mim, tento abraçar eles mais não consigo,  começo a me desesperar, mas eles continuam sorrindo.

- Pai, mãe eu quero abraçar vocês. - Mas eles nada respondem, tento novamente e continuo sem conseguir

- Por favor, eu estou com saudades, eu preciso de vocês. - Eu grito desesperada

- Você é o nosso orgulho. Diz meu pai

- Seja forte filha, seu bebe esta com a gente, é uma linda menina e jamais esqueça estamos sempre com você.

-Mas eu preciso de vocês.

-Não minha filha, fizemos você forte o suficiente pra aguenta, e eu sei que você vai conseguir.

- Mãe, Pai. Grito mais eles estão andando e não consigo mais alcançar, dou um ultimo grito. – Mãe."

Acordo com o coração disparado, estou suando, passo a mão no meu rosto e esta molhado de lagrimas, me lembro do sonho e continuo chorando, apesar de não acreditar muito em sonhos, esse parecia tão real minha mãe, meu pai, a bebe, será que era mesmo a minha bebe? Ela era tão linda, meu celular começa tocar, mas não quero atender pensando que possa ser o Bruno, mas lembro que só a Clara tinha aquele número, atendo

- Alo

- Amiga, você esta bem?

- Estou sim, é que acabei de acordar. - Não quero contar esse sonho pra ninguém

- ok, estou ligando pra falar que já estou indo pra casa dos meus pais e ver se voce quer carona.

- Pode ir, eu vou depois acabei de acorda e preciso me arrumar, ta bom?

- Ta certo amiga fico te esperando, beijos te amo

- Beijão te amo também.

Levanto da cama, parecendo um zumbi, tomo um banho, escovo meus cabelos, coloco um vestido preto na altura do joelho, com um cinto marrom, e um coturno da mesma cor, faço uma maquiagem leve, para melhorar a cara da noiva cadáver, me olho no espelho e até pareço apresentável, pego minha bolsa e minhas chaves, e sigo para o jantar, chego na casa e todos estão na porta me esperando, Tia Vera abre os braços, e já me jogo neles

- Ooh minha filha, como você esta? . - Ela diz passando a mão nas minhas costas, é um abraço tão gostoso que me lembra o da minha mãe, e a aperto mais, quando percebo estou sendo abraçada por todos, e me emociono, ficamos abraçados por alguns minutos, até a Clarinha como sempre abrir a boca.

-Bom minha gente, chega de chororo, que isso dá rugas, e sou linda demais pra isso. -  Sorrimos

- Você é uma palhaça.  - Mostro a língua pra ela que me devolve

Nossa como somos adultas.

-Chega crianças vamos entrar. - Tio Jorge passa o braço nos nossos ombros e entramos, a noite não podia ter sido melhor, comi igual uma louca, fiquei com dor na barriga de tanto rir, contamos historias, falei sobre meu trabalho voluntario, o tio me contou como ficou essa cidade enquanto estive fora, Clara contou aos pais que ela vai marcar um jantar para apresentar alguém especial a eles, fiquei feliz demais pela minha amiga e finalmente decidiu abrir esse coração de pedra, não que ela seja uma pessoa ruim, pelo contrario ela é um amor, mas algumas pessoas se aproveitaram disso e como qualquer outra pessoa ela se fechou para relacionamento, mas tudo indica que isso vai ficar no passado, ninguém mais tocou no assunto Bruno e eu agradeci porque tudo que eu queria era esquecer, apesar de vir a minha mente a todo o momento.

O tempo passa tão rápido quando estamos juntos, que já era tarde demais pra ir embora sozinha, e não teve jeito ia dormir com a Clara em seu antigo quarto, me senti de volta a adolescência, ficamos fofocando até de madrugada, ela me contou que esta muito envolvida com o Pedro o boy magia dela, mas que ainda tinha receio de quebrar a cara de novo

- Olha pra quem você esta falando, amiga nessa vida não temos certeza de nada, muito menos se alguém vai te machucar ou não, mas se eu aprendi algo é que não podemos nos fechar por isso, a vida segue e é curta demais pra gente não viver, para de ser besta e vai curtir seu boy, se não der certo, dizem que homem é que nem biscoito vai um e vem dezoito, só não sei onde eles se encontram. - Rimos juntas, mas quem eu quero enganar, quem me vê falando assim parece que já estou bem, mas só sou forte por fora porque por dentro ainda estou arrasada, mas eu tenho que seguir o próprio conselho que acabei de dar, nossa noite acabou com nós dormindo juntas como quando éramos mais novas.

Na manhã seguinte tomamos café juntos, me despedi prometendo que volto outras vezes, e fui para casa, preciso ligar para o hospital e decidir minha vida. Chego em casa a primeira coisa que faço é tomar um banho, coloco uma roupa bem folgada, e ligo para o departamento pessoal do hospital, e consegui resolver tudo, só levar os documentos e começo na próxima semana, sento no sofá e começo assistir um filme, minha campainha toca, quando abro a porta Bruno esta parado com cara de cachorro sem dono, " e volta o cão arrependido com suas orelhas tão fartas, o seu ruído e o rabo entre as patas" Chaves entendia das coisas, foco Mel foco, estava demorando para esse mané aparecer, e toda sensação boa que estava sentindo desaparecem, la vamos nós ouvir ladainhas de um cafajeste.

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