AOS SEUS OLHOS. Livro 1

💕Capítulo 10💕

Kaya na mídia.

-- Bom dia D. Regina, por favor venha até minha sala e traga minha agenda, traga também as cópias do contrato da T&T com a Gonçalo, e por último mas não menos importante, assim que a Kaya chegar peça a ela pra vir falar comigo!

D. Regina estava atordoada, não porque a Bruna estivesse lhe pedindo algum absurdo, mas sim porque ela estava lhe desejando um bom dia com um belo sorriso no rosto, Bruna não sorria gratuitamente pra ninguém.

Na sua sala, Bruna organizou suas anotações para a reunião do Conselho, tudo tinha que estar perfeito. Ela não queria que tivessem dúvidas do porque seu pai estar lhe passando o bastão neste momento.

Muitos iriam pensar que seu pai lhe passar a presidência era um prêmio de consolação por ela ter perdido o noivo. Os mais íntimos dela e do pai saberiam que isso não era verdade. Há tempos que o Nestor falava em dar uma parada, mas a Bruna lhe pediu para não sair de vez da T&T, ela ainda precisava dele.

Mesmo que ela não tivesse lhe pedido isso, seu pai teria ficado. Seu Nestor era um perdigueiro, ele só sairia da T&T depois de caçar e achar o traidor. Foi esse seu jeito obstinado que contribuiu muito para que a T&T ser tornasse uma das melhores construtora do país, atualmente ela estava entre as 20 melhores.

E agora que ficaria à frente da construtora, Bruna pretendia manter e até mesmo melhorar este ranking, foram anos e anos sonhando com isso, se preparando para isso.

Tudo começou com as conversas que ela tinha com seu pai quando ela era ainda uma criança, seu pai como engenheiro e um dos donos da T&T tinha muitas histórias pra contar, Seu Nestor, junto com seus sócios; Teodoro Sampaio arquiteto e Agenor Braga advogado, tiveram muitos desafios a enfrentar.

Quando seu pai lhe contava como eles, apesar de serem ainda uma pequena construtora conseguiram um grande contrato deixando para trás construtoras mais renomadas, ela pulava de alegria, ela queria estar lá..

Quando ele lhe contou como Seu Agenor com toda sua competência conseguiu livrá-los de um péssimo contrato que poderia até mesmo levá-los a falência, Bruna vibrou, Bruna queria estar lá..

Quando ela ficou sabendo da homenagem surpresa que os funcionários fizeram para os três sócios da construtora em comemoração aos 15 anos da T&T, a Bruna queria estar lá..

Mas a Bruna começou ter noção que não seria tão fácil assim fazer parte da T&T, na adolescência sempre que podia ela ia para a T&T, conviver com os funcionários, ver a dinâmica do pai com os sócios e ir ao canteiro de obra era o paraíso pra ela.

Mas ao mesmo tempo que ela se sentia no paraíso, ela também experimentou o inferno; nas suas visitas a construtora ou ao canteiro de obras Bruna passou a entender que o mundo era dos homens.

Homens e mulheres se mostraram machistas quando ela dizia que queria ser engenheira, falavam que ela era menina, e que por isso tinha que ser arquiteta; mexer com urbanismo, decorações.

Quando ela firmemente respondia que ela queria e seria engenheira da T&T, eles, com complacência diziam que ser engenheira daria certo.. já que ela era filha do dono.

Foi a partir de comentários como esses, que a Bruna tomou uma decisão que mudaria a sua forma de ser, e que mudaria também a forma de pensar de todos. Quando chegou sua vez de estagiar na T&T, a Bruna escolheu ser estagiária do seu pai, nessa época a T&T, contando com seu pai, tinha cinco engenheiros, por isso seu pai contestou sua escolha:

-- Bruna, seria bem melhor que você escolhesse outro engenheiro para estagiar, por ser minha filha muitos vão dizer que seu estágio está sendo facilitado, não vão levar você a sério!