💕Capítulo 43💕

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Ver o Carlos Eduardo com os olhos cheios d'água mexeu com ela, as palavras dele ao se despedir mexeram mais ainda, ela já ia sucumbir quando ele pôs o dedo em seus lábios e a calou, a olhou uma última vez, deu adeus e foi embora.

Ela não respondeu ao seu adeus, ficou com medo de abrir a boca e pedir pra ele ficar, agora ela estava ali, recostada na parede, sentada no chão da cozinha se acabando de chorar.

Será que ela havia sido muito dura? Será que foi burrice sua ter deixado ele ir embora? Tantas perguntas passavam por sua cabeça.

Ela o amava e o queria de volta, mas tudo que ela disse pra ele era verdade, e se não fosse ele o grande amor da sua vida? E se em algum lugar houver um outro homem para assumir o espaço vago que ele deixou?

Ela achava que ele era o grande amor da sua vida, mas quem podia ter certeza disso? Ele não se encantou por outra? E se isso também acontecesse com ela? Pior, e se isso também acontecesse de novo com ele?

Saber que esta possibilidade existia lhe trouxe um sentimento arrasador.

Talvez o Carlos Eduardo estivesse certo e ela quisesse mesmo se vingar, mas não, isso não era verdade. Seu coração quase se quebrou ao ver o estado dele ao sair, se fosse vingança, naquele momento ela teria se sentido vingada.

Lembrar disso a fez chorar mais, nunca em seus vinte nove anos ela se sentiu tão perdida, como ela queria ter uma mãe para passar a mão na sua cabeça, para lhe orientar, para lhe dizer que seu rumo estava certo, ela tinha o pai, mas tinham coisas que uma garota só contava para uma outra mulher.

Não era sua intenção fazer aquela proposta ao Carlos Eduardo, ela só queria que eles continuassem se vendo, mas quando ele falou em compromisso ela meio que surtou, lhe veio à memória o namoro conturbado em que ela sabia que ele saía com outras, ela também se recordou quando por fim eles se firmaram como casal e acabaram noivado, como ela pensou que com isso seu futuro estava certo, mas então veio a pior lembrança; ele lhe disse que não estava na casa do seu pai para repor o anel de noivado no seu dedo, ele iria terminar com ela porque queria outra.

Saber que ele tinha outra e que ele não a queria mais, fez ela se sentir tão inútil, tão descartável, e firmar compromisso com ele poderia significar tudo isso de novo, que garantias ela tinha que ele não se encantaria por outra de novo?

Com a cabeça deitada nos joelhos ela recomeçou a chorar, nem quando ele desmanchou o noivado ela chorou tanto.

Era porque naquele dia ela ainda tinha esperanças, ela achava que com seu poder de sedução ela poderia trazer o Carlos Eduardo de volta, e trouxe, mas era impressionante o quanto ela havia mudado em apenas duas semanas, em duas semanas ela entendeu e aprendeu coisas.

Ela entendeu que só desejo não prende ninguém, aprendeu que o amor não pode ser unilateral, os dois tem que amar, e que o amor é um sentimento simples e complexo ao mesmo tempo, mas acima de tudo o amor é certeza, quem ama tem certeza que tudo pode se quebrar, que tudo pode se acabar, mas o amor vai permanecer.

E essa certeza ela não tinha.
Ele disse que a amava, ele tinha certeza disso?
Ela sempre o amou, mas.. esse amor sobreviveu?
No seu coração sim, mas.. e na vida?
Perdida..perdida, perdida, perdida!

A campainha tocou e Bruna ficou se perguntando quem seria, o porteiro não lhe informou a chegada de ninguém. Devia ser algum vizinho.

Ela se levantou e lavou o rosto na pia mesmo, tocaram de novo a campainha.

-- Já vai, já vai!

Ao abrir a porta para atender o vizinho apressadinho, ficou surpresa com quem estava do outro lado da porta.

AOS SEUS OLHOS. Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora