Carlos Eduardo estava ansioso para chegar na T&T, e a razão não era o trabalho, sua ansiedade tinha nome e endereço. No banco de trás do seu carro estava uma caixa com os pertences da Bruna. Esta caixa seria o pretexto perfeito pra falar com ela, não pretendia confronta-lá, só queria conversar. Nesses últimos dias, conversar com ela era só o que ele andava fazendo mesmo.
O trânsito não estava muito ruim e logo ele estava entrando no estacionando da construtora. Ao chegar na sua sala foi logo perguntando:
-- Dona Agatha a Senhora sabe me dizer se a Bruna já chegou?
-- Chegou sim, o Senhor acredita que ela chegou cantando Dr Carlos Eduardo? Eu nunca nem vi essa menina sorrindo e hoje ela não só chegou sorrindo como cantando também! -- O Carlos Eduardo amarrou a cara na hora, a Dona Agatha era uma Senhora de cinquenta e poucos anos que gostava muito de uma fofoca.
-- Muito obrigado pela informação Dona Agatha, até mesmo pela informação adicional. -- Falou isso é foi pra sua sala.
Depois de assinar alguns papéis e resolver algumas questões burocráticas pegou a caixa com os pertences da Bruna e foi à sala dela.
Ao chegar na ante-sala viu que sua secretária não estava, se aproximou e bateu na porta, ela respondeu lá de dentro:
-- Pode entrar Dona Regina.
Ele entrou, ela estava sentada em sua mesa de cabeça baixa lendo alguns papéis.
-- Fale Dona Reg..
-- Não é a Dona Regina. -- Ela levantou a cabeça e viu que era ele.
-- Ah, é você Carlos Eduardo, está tudo bem? Está precisando de algo?
Enquanto fazia essas perguntas ela se levantou, ao fazer isso ele reparou nas suas roupas, ela estava totalmente diferente, os vestidos e calças elegantes foram substituídos por um vestido soltinho de malha estampado com florzinhas, na altura dos joelhos. Nos pés, ao invés dos saltos que ela nunca dispensava, ela estava com uma rasteirinha cheia de brilho, ela estava linda, diferente, mas linda.
-- Eu só vim trazer suas coisas que esqueci de lhe entregar no sábado.
-- A tá, mas você não precisa se incomodar de trazer aqui, podia ter deixado lá na garagem mesmo, depois eu pegava.
-- Preferi trazer aqui, eu também queria falar com você.
-- Sei.. algum problema?
-- Não, problema nenhum. -- Na verdade ele queria perguntar sobre o Sebastião Andrade, mas acabou ficando sem coragem pra isso. -- É que eu queria te dizer que não vou levar Noely à Brasília, vou sozinho, achei melhor assim.
-- Achou melhor? Não entendi.
-- Achei melhor pra evitar falatórios.
-- Besteira sua, se for por minha causa fique sabendo que eu não me importo que falem.
-- Eu sei que você não se importa, se você se importasse não ficaria por aí desfilando com um conhecido mulherengo até altas horas da madrugada. -- Ele não conseguiu segurar o que estava entalado na garganta.
-- Qual é o seu problema Cadu, quem escuta você falando assim até pensa que você está com ciúmes, você se esqueceu que foi você quem desmanchou o nosso noivado?
-- Não é uma questão de ciúmes Bruna, mas qualquer um acharia estranho, a tarde você disse que me amava e praticamente se entregou a mim, mas a noite foi vista em situação comprometedora com outro.
-- Isto está me parecendo uma cobrança, ponha a mão na consciência e veja se você pode me cobrar qualquer coisa Cadu! -- Pelo seu olhar feroz, ele viu que ela não estava gostando da conversa.
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AOS SEUS OLHOS. Livro 1
Literatura FemininaVoltando à sala, o sofá confortável foi um chamariz, ajeitou o roupão e já ia se sentar quando a campainha tocou. -- Noely, deve de ser a nossa pizza, atenda por favor! -- O Carlos Eduardo gritou do Quarto. -- Você vai confiar em mim? Eu vou aprov...