💕Capítulo 74💕

219 39 6
                                    

Bruna

Acordar duas vezes numa cama de hospital em menos de dez horas não era uma coisa muito agradável não. Mas, diferente da primeira vez, ela agora não acordou sozinha.

Seu pai e o Sebastião estavam conversando num canto do quarto, e próximo a porta, o Carlos Eduardo estava conversando com a doutora Alencar.

Foi automático, ela passou a mão na barriga, isso chamou a atenção dos no quarto.

-- Ela acordou, minha filha, que susto você deu no seu velho, eu não posso ter mais esse tipo de emoção nao filhota! -- Haviam lágrimas nos olhos dele.

-- Pai, e o meu bebê?

-- Nosso filho está bem meu amor. -- Ela não escondeu sua raiva ao olhar para ele, ele não podia estar ali, ela não o queria ali.

-- Saia!

-- Bruna eu..

-- Eu quero que você saia daqui Carlos Eduardo, pai..

-- Ei, isso não pode acontecer, você não pode se agitar assim não  mocinha, por favor saiam todos que eu vou conversar com minha paciente.

A médica estava sendo diplomática, ao por todos pra fora ela não permitiu o constrangimento de ninguém.

Depois que todos saíram, ela se encostou na beirada da cama e conversou com a Bruna.

-- Seu bebê está muito bem, fizemos uma ultra e confirmamos que não havia nada de errado com ele.

-- Mas eu tive sangramento, isso não significa um princípio de aborto?

-- Não necessariamente, você não parou de menstruar, isso por si só já poderia sinalizar que esse mês também haveria liberação de sangue, mas eu fiquei sabendo que você já estava numa pegada de trabalho muito forte, e pelo que vi aqui no quarto, as coisas também não andam muito boas entre você e o pai do seu bebê, não é verdade?

-- É verdade sim, mas a Senhora tem certeza que o bebê está bem?

A médica sorriu e com paciência lhe explicou:

-- Nas imagens ele está perfeito, seus batimentos cardiacos estão dentro da normalmente para um feto de 11 semanas. Então sim, eu tenho certeza que ele está bem, mas eu vou te dar alguns conselhos para que vocês continuem assim.

-- Pode falar doutora.

Depois de falar sobre cuidados na gestação e os cuidados que ela deveria ter, a médica abordou outro tema:

-- Converse com o pai do seu bebê, quer brigar com ele? Brigue aqui no hospital mesmo, porque se precisar já estaremos aqui por você. Eu não sei o que foi que ele fez, mas..

-- Ele me perguntou quem era o pai do nosso filho, se era ele ou o Sebastião, aquele meu amigo.

A médica riu, mas riu com vontade. Bruna ficou sem entender nada.

-- Chega ser irônico, seu amigo loiro é o único lá fora que eu não vi lançando olhares assassinos para o pai do seu filho. Lá fora o clima não está nada bom pra ele, uma senhora até lhe deu um tapa, eu vi!

-- A mãe dele, tenho certeza. Bem feito pra ele, quem mandou ele fazer merda, mas parece que é só isso que ele faz ultimamente.

-- Pode até ser, mas não se esqueça que uma das coisas que ele fez, foi seu filho!

-- É, ele fez. -- Ela fechou os olhos e virou o rosto.

-- Converse com ele, você pode até não querer falar com ele, mas ele quer falar com você e provavelmente não vai te deixar em paz enquanto você não o escutar. Foi horrível o que ele disse, mas pra mim ele assumiu a paternidade, ele não me deixou em paz até que eu lhe mostrei por A mais B que você e o bebê estavam bem mesmo. Escute o conselho de uma velha, converse com ele, isso vai ser melhor para o seu bebê!

AOS SEUS OLHOS. Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora