💕Capítulo 24💕

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Conversar com a Noely não seria algo fácil, mas ele não poderia viajar sem antes fazer isso, pensou Carlos Eduardo.

Ele amou passar a noite com a Bruna e descobriu que só de imaginá-la fazendo com outro o que fez com ele, dava vontade de socar esse alguém imaginário. Como que ele poderia manter um relacionamento com a Noely tendo esse tipo de sentimento pela ex noiva?

O dia nem havia nascido direito quando ele saiu do apartamento da Bruna, agora, a luz do sol que estava nascendo não estava clareando apenas o novo dia, estava clareando também sua consciência.

-- Que merda foi essa que eu fiz? -- Ele estava parado esperando o sinal abrir quando se fez essa pergunta.

Noely confiava nele, ela nunca escondeu seus receios, ele sabia o que ela estava arriscando pra ficar com ele; sua reputação pessoal e profissional. Iniciar uma relação com ele a marcou, todos, direta ou indiretamente estavam apontando para ela.

Sabendo disso tudo, como ele poderia encará-la depois do que aprontou essa noite? 

-- O Rafael tem toda razão, só existe um jeito, e esse jeito é o terceiro mandamento da Dona Elisa! -- Ele parou no acostamento e manobrou o carro em sentido contrário ao que estava indo.

Eram seis e meia da manhã quando  estacionou em frente à casa da Noely, ele sabia que neste horário ela estaria se arrumando para ir a faculdade. Após pensar um pouco ele se decidiu, pegou seu celular e enviou um Zap para ela.

"Noely estou em frente ao seu portão, posso te dar uma carona pra faculdade?"

Ela visualizou a menssagem e instantes depois respondeu:

"Já estou saindo, me dê cinco minutinhos.Você não vai viajar agora de manhã? Aconteceu alguma coisa?"

Carlos Eduardo pensou um pouco antes de responder:

"Quando você sair conversamos"

"OK". Ela respondeu.

Após os cinco minutos ela estava abrindo o portão. Como ela era linda, isso ele não podia negar, mas o que ele não estava aceitando era como em poucos dias seus sentimentos puderam ter mudado tanto; o desejo havia amainado e ele agora estava vendo coisas que a uma semana ele não via, ela era muito nova e as diferenças entre eles eram enormes, tanto nas experiências quanto nas expectativas.

Ela abriu a porta do carro e entrou.

-- Bom dia Carlos Eduardo, você está melhor? -- Ela estava receosa, com certeza estava se referindo a atitude dele ontem depois da chegada do Rafael. -- Você conseguiu conversar com seu amigo?

-- Conversamos ontem a noite, não foi a melhor conversa da minha vida, mas deu pra a gente se entender. -- Deu partida no carro e saiu. -- Me desculpe por ontem, eu acabei não sabendo como agir.

-- Eu vi que você ficou bastante perturbado com a chegada do Rafael.

-- O Rafael é o meu melhor amigo, a opinião dele é muito importante pra mim.

-- Eu acho que ele ficou com raiva de mim.

-- Não se preocupe com ele, o Rafael é meio passional e um pouco teatral, mas ele é inofensivo.

Depois de dizer isso ele acabou falando de coisas mais amenas, não queria conversar o mais importante enquanto estava dirigindo, já estava errado em conversar com ela dentro do carro. Ele até pensou em adiar a viagem, mas ficar em São Paulo neste momento não era a melhor opção, ele estava confuso, e pior, estava se sentindo sufocado, sabia que essa sensação o seguiria até Brasília, até porque eram suas dúvidas e sua instabilidade emocional que estavam causando esses sentimentos, e onde quer que ele fosse seus problemas iriam com ele, mas sua situação se agravaria se ele não se afastasse da Noely e da Bruna.

AOS SEUS OLHOS. Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora