Noely.
Ela estava com dor de cabeça, mas isso já era o esperado, ninguém que chorasse o que ela chorou, ficaria bem.
Um só pensamento parecia ser o batuque que fazia sua cabeça latejar. Porque? Porque? E porque?
Essa pergunta não ia sair de sua cabeça. O Rafael lhe pediu desculpas e prometeu nunca mais tocá-la, mas ele não respondeu porque ele fez o que fez com ela.
O problema foi ele dizer que ele tinha motivos, ele disse que eles não vinham ao caso, mas eles existiam. Mas também disse que não falaria quais eram esses motivos.
Isso não era justo, ela foi ofendida, humilhada e assediada, e não ia saber o verdadeiro motivo disso?
Não, isso não ia ficar assim mesmo não!
Noely se levantou resoluta, correu ao banheiro e depois de lavar bastante o rosto e escovar bem os cabelos, fez uma leve maquiagem e foi atrás do Rafael, descobriu que ele estava hospedado no quarto andar e não demorou a bater em sua porta.
Ele não demorou a atender.
-- Felipe eu já disse a você que eu não...
-- Não é o Felipe.
-- Estou vendo que não, Noely o que você está fazendo aqui? Eu já te garanti que não vou mais te importunar, não temos mais nada a nos dizer, vai embora!
Ele estava sendo sisudo, mas ele estava muito enganado se pensava que sua cara feia iria espantá-la. Mesmo ficando surpresa com ele usando seu nome pela primeira vez, ela não iria voltar atrás, ela veio atrás de respostas e só sairia dali com elas.
-- Você decide, você faz, e você diz quando tudo acaba não é verdade? Esse é o problema, eu fico feliz que tudo tenha acabado, mas eu quero saber porque começou, eu errei eu sei, mas o seu amigo também errou e eu não vi você fazendo nada contra ele.
Rafael passou as mãos pelos cabelos, virando o rosto ele não respondeu, ele bufou, mas não respondeu.
-- Fale, eu preciso saber, -- Ela acabou falando alto e chamou a atenção de alguns hóspedes que estavam circulando pelo corredor. -- tudo que você fez comigo foi porque eu me envolvi com o noivo de sua amiga, ou tinha outro motivo?
Ele não respondeu, mas a puxou para dentro do seu quarto e fechou a porta, e surpreendentemente ela não teve medo disso.
Ela ficou quieta e olhou em volta, já ele foi até o canto do quarto e se serviu de uma dose de whisky que estava em cima do balcão.
-- Você não devia ter vindo aqui, não temos mais nada para conversar, me esquece, eu não vou mais te prejudicar.
Ele falou baixinho mas ela escutou, agora foi ela que fez questão de se aproximar dele, levantando a cabeça ela ficou olhando para seu rosto e perguntou:
-- Por que, porque você me tocou, eu até entendo seu desprezo, não suas ofensas, mas entendo você não gostar daquela que foi o motivo da separação dos seus amigos, mas você vai ter que me responder porque você me tocou, por favor me diga, você me tocou por que você realmente pensou que eu fosse uma qualquer, eu você teve outro motivo?
Ele não fugiu do seu olhar, na verdade ele também a estava olhando, olhando mesmo.
Das outras vezes que ele a olhou, ela se sentia tudo aos seus olhos, menos a boa moça que ela sabia que ela era, estar perto do Rafael era uma caixinha de surpresa.
Quem era ele, melhor, quem era ela agora perto desse Rafael que a olhava?
-- Por que eu te toquei? Te toquei pelo mesmo motivo que você veio aqui, eu..
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AOS SEUS OLHOS. Livro 1
Chick-LitVoltando à sala, o sofá confortável foi um chamariz, ajeitou o roupão e já ia se sentar quando a campainha tocou. -- Noely, deve de ser a nossa pizza, atenda por favor! -- O Carlos Eduardo gritou do Quarto. -- Você vai confiar em mim? Eu vou aprov...