As palavras seguintes do amigo ficaram por muito tempo martelando na cabeça da Bruna.
-- Eu não posso deixar você fazer isso Bruna, eu..
-- Você não tem como me impedir, eu planejei assim e assim eu vou fazer! -- Ela estava resoluta.
-- Bruna, -- Continuou ele. -- eu entendo seu ponto, não concordo, mas entendo. Não vou tentar te impedir de perder a virgindade, eu vou te impedir é de sair por aí procurando um estranho para entregar ela.
Bruna começou a rir, agora era ele que estava pirado, o que ele pretendia fazer, procurar uma agência de extermínio de virgindade?
-- É mesmo, e como você pretende fazer isso, você por um acaso tem um amigo aí escondido na manga que você vai me oferecer para esse sacrifício? -- Ela estava começando a achar essa conversa muito surreal.
-- Em primeiro lugar tirar a virgindade de uma mulher como você não é sacrifício nenhum, em segundo lugar eu não preciso tirar nenhum amigo da manga, você já tem um amigo na manga, é só você usá-lo.
-- Eu tenho um amigo na manga? Mas eu não conheço ninguém aqui que.. -- E de repente ela entendeu.
Os dois ficaram se olhando, o entendimento do que ele acabou de propor mexeu com as estruturas dos dois.
-- Você não está..
-- Estou!
-- Isso é loucura Rafael.
-- Loucura seria deixar você caçar um homem por aí pra ele te deflorar.
-- Ai que horror Rafael, colocando assim até eu fico chocada.
-- Pois eu espero que fique mesmo, porque é assim que eu estou me sentindo.
-- Rafael não dê uma de moralista porque eu sei que você não é tá legal? E outra, eu não sei o que você vê te tão errado assim em eu perder a minha virgindade.
-- Não estou sendo moralista, só estou sendo racional, eu não vejo nada de errado em você vir pra Paris, conhecer um homem, gostar dele e depois se entregar. Se a situação fosse essa estaria tudo bem pra mim. Mas não é esse o caso, você quer entregar seu corpo a um homem por amor a outro, eu não sei em que mundo você vive, mas mesmo eu não sendo moralista eu tenho consciência de que isto é errado, se eu deixar você prosseguir com essa idéia maluca e amanhã depois você conseguir conquistar o Cadu, você acha que ele se sentirá como, se ele descobrir que para conquistá-lo você entregou sua virgindade a qualquer um?
-- Eu não havia parado para pensar nisso, eu..eu.. -- Ela não prosseguiu, abaixou a cabeça e começou a chorar, o Rafael se sentou ao lado dela no chão, passando a mão carinhosamente em seus cabelos ele continuou:
-- Eu poderia te dar inúmeras razões para te mostrar que seu plano é ruim, mas vou citar somente uma Bruninha, seu pai, o que seu pai diria se soubesse dos detalhes desse seu plano de conquista? Pior, o que ele diria sobre mim se soubesse que eu deixei você prosseguir com essa loucura?
Bruna ficou desconsolada, à visão dele do assunto acabou por desarmá-la, ele tinha razão, seus planos eram insanos, mas mesmo sendo insano ele era um plano, agora sem ele o que é que ela tinha? Nada, nada não, ela tinha um letreiro na testa dizendo virgem.
-- Eu não posso entregar minha virgindade a outro porque amo o Carlos Eduardo e o Carlos Eduardo nunca vai me querer porque eu nunca me entreguei a outro, isso é um paradoxo injusto. Eu nunca vou deixar de amar o Cadu, e aos olhos dele eu nunca serei uma mulher, ele sempre vai me ver como uma irmãzinha, o Cadu gosta de mulheres experientes e glamurosas, tudo o que eu não sou e nunca serei!
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AOS SEUS OLHOS. Livro 1
ChickLitVoltando à sala, o sofá confortável foi um chamariz, ajeitou o roupão e já ia se sentar quando a campainha tocou. -- Noely, deve de ser a nossa pizza, atenda por favor! -- O Carlos Eduardo gritou do Quarto. -- Você vai confiar em mim? Eu vou aprov...