Capítulo 10

184 20 1
                                    

Henry

Saio da lanchonete as pressas atrás de Lorena, chego na calçada e ela não estava mais lá, soco a parede atrás de mim tentado aliviar a raiva.

"Porra Henry" meu subconsciente grita.

Chamo um táxi e vou direto para a minha casa esperando ansioso por uma ligação dela, horas se passam e nada, logo meu celular toca e não reconheço o número apenas atendo.

Alô?

Henry, é a Halley. A Lorena está com você?

Não, ela foi embora sem mim, tivemos uma pequena discussão hoje a tarde.

Estranho era pra ela estar aqui, mas ela não veio embora

Me sento no sofá já preocupado com Lorena.

Como assim não chegou?

Ela não veio embora, Henry.

Já ligou pra ela?

Várias vezes, só da na caixa postal.

Droga, eu vou procurar por ela.

Esta bem, qualquer coisa me avise.

Desligo o celular e saio de casa, pego meu carro e vou direto para a praia era o primeiro lugar onde ela iria após uma briga, estaciono o carro desço seguindo para a areia ando por quase uma hora mas nada dela, procuro em todos os lugares em qual eu tinha certeza que ela estaria, mas não a encontrei em lugar nenhum.

Volto pro carro entro e soco o volante, eu estava com raiva de mim mesmo por ter começado aquela discussão.

Chego em casa e ligo pra Halley avisando que não havia encontrado, olho no relógio e já eram quase meia noite, aquilo estava me deixando assustado Lorena não sumiria sem dar notícias, me sento no sofá e tento pensar um pouco mas sou interrompido por batidas constantes em minha porta.

Assim que abro meu coração se despedaça em meu peito, ao ver Lorena toda machucada e chorando em minha frente.

— Lorena, o que aconteceu com você?

Ela apenas se joga em meus braços e chora ainda mais, eu a pego no colo e coloco deitada no sofá, fui até a cozinha e fiz um copo de água com açúcar pra ela se acalmar, ela tomou e secou as lágrimas percebi que seu olho estava um pouco roxo e tinha alguns hematomas pelo seu corpo, escorria sangue pelo canto de sua boca, aquilo me deixou sem chão.

Apanho meu celular e ligo para Halley.

Henry, encontrou ela?

Sim, e ela vai ficar comigo esta noite.

Tudo bem, Sofia e  James acham que ela está dormindo aqui em casa, amanhã de manhã eu apareço aí.

Tudo Bem, Boa noite.

Desligo o celular e volto para Lorena ela estava parada feito uma estátua olhando para o chão, chego perto dela e pego em sua mão, ela me olha e vejo seus pequenos olhos azuis cheio de água e muita tristeza.

— Pequena, quem fez isso com você?

Ela aperta os olhos e balança a cabeça parecendo tentar esquecer o que houve.

— Lorena você precisa me contar, o que aconteceu?

— Eu pensei que ele fosse um qualquer, mas ele é meu irmão. — ela diz olhando para baixo.

— Quem Lorena? Quem é seu irmão?

Lorena

Todas aquelas lembranças vieram com um tsunami em minha mente, ele acabou com a minha vida, acabou comigo, ele me matou.

Acordei em uma casa suja e escura, o cheiro forte de mofo tomou conta do meu nariz, a porta é aberta bruscamente e William surge com uma garrafa de whisky em uma das mãos, ele me encara e abre um sorriso malicioso, aquilo embrulho meu estômago e me deixou com medo.

O que você quer de mim?

Bastardinha, eu quero me vingar de vocês!

Ele balbucia as palavras e bebe mais um gole do líquido, eu não estava entendendo nada, a porta se abre novamente e uma loira entra no quarto com uma pasta nas mãos.

Quem é você? — pergunto.

Não interessa, mini vadia.

Ela se aproxima de mim e acerta um tapa em meu rosto, queima como fogo mas não ouso derramar uma lágrima, olho pra ela com o sangue fervendo em minhas veias.

Porque bateu nela?William grita e ela o olha assustada.

Mas não era esse o plano?

Eu posso bater nela, você não ouse encostar um dedo nela.

Ela ergue as mãos em sinal de rendição e saindo do quarto me deixando sozinha com ele, o mesmo pega a pasta que a mulher havia deixado sobre a cômoda ele abre e joga alguns papéis sobre a cama.

Com dificuldade pego os papéis, pois minhas mãos estavam amarradas em frente ao meu corpo, começo a ler, eram papéis de certidão de nascimento depois de lelos sinto meu estômago, gelar olho para William que agora estava sentado em uma poltrona a minha frente, ainda bebendo.

Meu irmão? Você é meu irmão! Falo em um fio de voz.

Exatamente, e eu odeio você, odeio seu pai, eu odeio a sua mãe, eu odeio todos vocês.

O que fizemos pra você nos odiar tanto? Se você soubesse o quanto eu procurei por você.

Ah, não se preocupe, hoje você vai me conhecer muito bem.

Ele fala aquilo e bebe mais um gole do líquido, a garrafa já estava quase vazia ele pega e a quebra contra a parede.

Eles não te contaram, que você é fruto de uma traição? Em? Era pra você ser minha filha, e não filha do filho da puta do seu pai.

NÃO FALA ASSIM DO MEU PAI SEU NOJENTO!

No mesmo ato levo um tapa em meu rosto que me faz cair sobre a cama, com certeza deixaria minha pele com um belo hematoma eu ja não aguentava mais e deixei as lágrimas caírem, William percebe meu choro e se aproxima de mim passando a mão no local onde ele havia batido, ele me olha e depois segura meu queixo depositando um beijo em minha bochecha.

O que você vai fazer comigo?

Prometo que vai ser rápido.

O que?

Ele me joga em cima da cama e rasga minha camiseta deixando meu corpo exposto, aquilo só podia ser um pesadelo. Começo a gritar por socorro, ele se deita sobre mim já sem roupa e tapa minha boca com uma das mãos, seu peso sobre mim era enorme eu não conseguia me mover.

Lágrimas invadiam meus olhos eu sabia o que estava prestes a acontecer, mas eu não conseguia fazer absolutamente nada, apenas fechei meus olhos e desejei que aquilo acabasse o mais rápido possível, ou melhor, desejava morrer naquele instante.

— Depois do que aconteceu ele me jogou pra fora de casa, e disse que se alguém souber do que aconteceu ele vai matar meus pais — seco as lágrimas que insistiam em cair.

— Eu vou matar aquele filho da puta, vou fazer ele pagar por tudo que já fez. — Henry diz completamente irado.

Mais lágrimas escorrem e Henry me abraça, me arrependo a cada segundo que defendi aquele canalha, eu estava confiando nele.

— Posso dormir aqui está noite? — pergunto receosa.

— Claro que pode pequena, vou arrumar um quarto pra você. — ele ia sair, mas eu o seguro pelo braço.

— Não Henry, dorme comigo. Por favor!

Ele se aproxima novamente e me envolve em um abraço, naquele momento eu percebi em quem deveria ter confiado desde o começo.

Com Amor, Lorena Onde histórias criam vida. Descubra agora