ANABEL 🌙Ainda não era hora, não pra mim.
Jonathan me olhava interrogativo, e engoli em seco antes de falar alguma coisa sobre o meu não querer.
— Eu... Eu não estou preparada. — Falei, brincando com meus dedos, sem o olhar. Estava tensa, me sentindo mal.
— Anabel, não estou te cobrando nada. Não que não seja ruim ficar exitado e... — Fez uma pausa como se tivesse falado algo errado, e continuou tentando corrigir — Bem, eu sei que a primeira vez, é mais...
— Me sinto pressionada. — Soltei, o cortando, acho que nem ele estava sabendo lidar com isso. Comigo.
— Estou te pressionando? — Perguntou erguendo as sombrancelhas, como se estivesse ouvindo um absurdo.
— Sim e não. Eu... — Respirei fundo, eu não sabia que palavras usar — A situação me pressiona. Eu até queria tentar mas... Não consigo. Tenho vergonha.
— Posso entender você, mas não diga que eu te pressiono, se você não quer, é só falar.
— Eu não disse que você me pressiona! — Rebati levantando o tom de voz sem perceber. — Eu... Eu... Sei lá, não me sinto preparada, e você poderia tentar me entender.
— Estou tentando. E eu vou te ouvir se você me falar. Você não está preparada, mas não é só isso. Você já percebeu que sou eu sempre que me aproximo de você? Que tipo de medo você tem? — Ele perguntou, com a voz um tanto inquisitiva. Eu tinha meus temores, mas também não estava confortável em dizer.
— Tenho minhas próprias questões, como você tem as suas, das quais você não me conta. — O respondi no mesmo tom.
— Vamos voltar mesmo a falar disso? — Perguntou com desgosto.
— Não, não vai adiantar nada. — Me dei por vencida, ouvindo o celular dele tocar.
Ele não disse nada, apenas continuou com aquela expressão, e pegou o aparelho na mesinha para atende-lo. O que era estranho por já ser madrugada.
Eu já não tinha nada pra falar, então me levantei da cama, o vendo responder a chamada, monossílabo.
Ele me lançou um olhar, antes que eu saísse dali.
Fechei a porta do quarto de hóspedes, fui até a cama e me enfiei debaixo do edredom, deixando as lágrimas que eu estava segurando caírem, tentando não fazer barulho ao chorar. Eu odiava discutir, odeio brigas, era mais que isso. Jonathan quando fica nervoso não grita ou tem rompantes, ele fica frio, usa frases curtas e ríspidas e age com indiferença, o olhar fica indiferente. Meu medo é ele se cansar por conta disso. E pior do que ele me deixar, seria se ele me traísse.
Tentei evitar a paranóia, assim como não fungar ou tremer mas era impossível. Não queria ter uma crise de ansiedade, seria a cereja do bolo dessa noite que não acaba mais.Fechei meus olhos, sentindo as lágrimas escorrerem e as limpei em seguida, ao mesmo tempo que achei que ficaria cega com a luz do quarto sendo acesa.
Passei a mão no rosto limpando os vestígios do choro, mesmo sabendo que com certeza meu rosto estava vermelho e eu ainda estava tremendo.
Jonathan veio até mim sem amparo, e vi que ele não só estava usando a bota como havia vestido a camisa de novo. Quase sorri quando ele soltou "estou em missão de paz" quando se sentou na cama do lado onde eu estava deitada, perto de mim.
Me sentei arrastando o corpo e funguei mais uma vez, o olhando em seguida.
— Me desculpe. — Pediu. — Eu fui um idiota.
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Inércia
Teen Fiction" Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe" - OSCAR WILDE ANABEL HALKINN, é só mais uma garota comum, que sofre de ansiedade devido a problemas sociais e a perda prematura dos pais, não esperava que um desconhecido, nu...