t h i r t y s e v e n

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ANABEL 🌙

Após me despedir de Jonathan, descidi que precisava voltar para casa, caso contrario dona Alice iria comer meu fígado após a ter deixado sem voltar pra casa. No caminho, passei em um posto de gasolina para abastecer, pouco após sair do mesmo, com a mente definitivamente perdida em pensamentos, parei o carro de forma abrupta, assustada. Merda, eu havia atropelado algum animalzinho! Ouvi um latido baixo e dei ré devagar, vendo um cachorrinho todo preto, filhote, encolhido no asfalto. Pude respirar aliviada por não ter passado com as rodas em cima dele, desci do carro o deixando ligado, afinal a estrada era quase deserta e me perguntei o que aquele filhotinho de poodle fazia ali sozinho, sem acreditar que alguém teria a tamanha crueldade de abandonar aquela coisa fofa ali. Me abaixei para pega-lo e o mesmo deu um latido que não botava medo em ninguém, nem em mim que sou medrosa. O peguei em minhas mãos, ele tremia de medo mas não estava ferido.

- Acho que temos algo em comum. A tremedeira. - Falei olhando para ele em minhas mãos, tomando a decisão de leva-lo comigo, não sabia o que faria, mas não deixaria o coitadinho ali sozinho.

Entrei com ele no carro, e o coloquei no banco do carona, já imaginado tia Alice reclamando dos pelos.

Voltei a dirigir, olhando ele ali, todo amedrontado. É, eu entendia, ele parecia eu quando peguei carona com Jonathan quando o conheci.

- Ei não precisa ter medo. Eu também sou covarde, somos uma dupla perfeita. - Falei a ele, pensando no quão ridicula eu parecia conversando com um cachorro. Mas continuei.

- Será que você tem um nome? Bem, se tem não vai me falar... - Comecei, pensando em algo, mas logo algo veio em mente. - Então, por hora, vou te chamar de Max. - Pontuei, me lembrando do meu personagem favorito de A menina que roubava livros. Se bem que também poderia ser de Maxon Schreave de A Seleção.

Quando cheguei em casa, tirei os remédios da minha tia do porta luvas, tirando Max do carro, segurando ele, e meu ciclame, pensando em bons argumentos, porque agora eu queria ficar com ele e ninguém ia contestar. Sempre quis ter um bichinho mas a oportunidade nunca apareceu, e eu não compraria animais tendo tantos por aí precisando de casa e carinho.

Passei correndo, vendo o salão aberto. É, eu tinha que trabalhar ainda, tinha uma escova pra fazer na casa de uma senhora e em suas filhas depois da faculdade. Ou seja, até tarde da noite.

Quando entrei em casa, me perguntei onde colocaria Max, fui até meu quarto deixar minhas coisas por lá, e coloquei meu ciclame na mesinha de cabeceira, dentro de um frasco com água, sabendo que, infelizmente logo murcharia.

Voltei a cozinha, separei uma visilhinha e peguei leite, eu ainda teria que comprar ração, coleira e outras coisas pra ele.

Levei ele e a vasilha até um cantinho na sala, para ele tomar. Morar em apartamento tinha seus por menores.

Deixei ali junto a ele no chão, e esperto, logo foi até a vasilha tomar. Era muito fofo.

Deixei ele tomando o leite, e fui até meu quarto e separei uma roupa, resolvendo tomar banho de uma vez, e o fiz.

Quando sai, enrolada na toalha, fui até a sala dar uma olhada em Max, vendo aquela pequena coisinha ali abanando o rabinho, após depositar suas pequenas necessidades no tapete.

Merda, literalmente.

O resto do dia se fez em tia Alice me dando uma bronca daquelas por conta de ter pegado o carro e sumido, passado a noite fora e a deixar sem como vir pra casa, e claro tentando convence-la que adotar Max era uma boa, mesmo ele tendo defecado no nosso tapete. Mas ela até o que o achou um cachorrinho simpático e me deixou ficar com ele. E depois disso, tive que me arrumar, ir pra faculdade, onde, por não ter feito umas tarefas tive que fazer quando cheguei lá, as pressas, troquei umas mensagens com Jonathan no intervalo e passei raiva quando marcaram um trabalho em grupo, e por sorteio, me colocando com pessoas das quais nunca troquei um "a" sequer, eles marcaram na sexta, na casa de Willian, esse do qual eu nem sabia pronuciar o sobrenome, e pra fechar, assim que sai da faculdade, passei em um petshop e comprei algumas coisas pro Max, e em seguida tive que ir fazer cabelo a domicílio, saindo de lá por volta das oito da noite.

InérciaOnde histórias criam vida. Descubra agora