f o r t y e i g h t - bônus

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~ E eu que falei que não teriam mais bônus... Olha o que mudar o plot faz, rs.

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JONATHAN ☀

Acordei aos poucos, sentindo meu corpo inteiro doer, abalado, como se tivesse levado uma surra, sentia sangue escorrer pelo meu rosto e meu pulso latejava, o mexi sentindo uma dor intensa. Possivelmente quebrado ou deslocado.

Na verdade, tudo em mim doía.

Abri meus olhos, um tanto confuso, minha cabeça deu uma fisgada em sua lateral, enquanto meus olhos tentavam captar algo na escuridão.

Em busca de uma única pessoa.

Anabel.

E a encontrei. Me soltei do cinto de segurança, forçando as vistas, a vendo jogada ao meu lado, com parte do corpo para fora das poltronas. Desacordada.

A adrenalina corria em minhas veias. E não era bom.

Com dificuldade, tateei meu bolso com a mão esquerda, e puxei meu celular dali, e liguei a lanterna, podendo a ver melhor.

A posição de seu corpo estava a deixando completamente torta por ter sido lançada a frente, e tinha sangue em sua testa, creio que o ferimento em meu pulso seja por ter tentando a segurar, em vão. Por que não a pedi para colocar o cinto de novo quando ela o retirou?

Me desestabilizei completamente ao cogitar o pior, que talvez pudesse ter sido evitado. Tentei não pensar em diagnósticos que não poderia dar.

Meu coração batia tão rápido que pude até mesmo cogitar uma arritmia cardíaca.

Minha mente foi bombardeada de pensamentos, o egoismo, de forma quase inevitável, me fez pensar no que me restaria se perdesse Anabel. No quão insuportável seria.

Ela tinha que estar viva.

Passei a outra mão em meu rosto limpando o sangue que escorria com a manga do casaco, me enverguei, e toquei seu pulso. Checando inúmeras vezes, pra ter certeza absoluta.

Suspirei aliviado, como se uma tonelada tivesse saido do meu peito.

Viva.

Por instindo, pensei em ajeitar seu corpo, mas sabia que era preferível não mexer nela, a última coisa que eu queria era agravar seu caso. Mas precisava de ajuda urgentemente, e meu celular não tinha sinal.

Inferno.

E o clima deixava tudo mil vezes pior.

Passei a lanterna por toda a extensão do helicóptero, notando Raphael, com o corpo pendido pra frente, sendo segurado pelo cinto, me segurei no banco, me erguendo, envergado.

- Raphael? - Chamei. Nada.

Coloquei a mão que não estava ferida em seu pescoço, sobre a jugular. Nada.

Na frente de seu nariz para checar a respiração. Nada.

Puxei sua mão para mim. Sem pulso.

Morto.

O pior é que eu sabia, ele tinha um filho de quatro meses em casa. Essa criança não teria pai. Um pai que tentou nos salvar até o último momento, e morreu sem culpa alguma.

Me sentei de novo na poltrona, aturdido, a situação não deixava meus pensamentos nítidos o suficiente para pensar em uma solução.

Eu era o culpado.

Se eu não tivesse ido contra Rodolph, ele não teria cumprido as milhares de ameaças que me fez. Era horrível desejar isso, mas por mim, era ele que deveria estar morto. Se bem que a morte era pouco.

InérciaOnde histórias criam vida. Descubra agora