f o r t y f o u r

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ANABEL 🌙

Merda. Será que eu exagerei?

- Anabel...- Ele começou, segurando o riso. Eu estava fervendo por dentro e ele achando engraçado? Ou melhor, por que todo mundo acha graça quando eu fico nervosa? Minha tia toda vez fica rindo que nem uma hiena. Sendo que, não tem graça nenhuma pra mim, que pra ser tirada do sério, tenho que estar no meu limite.

- Você está achando engraçado? Não tem graça! - Vociferei, irritada.

- Achamos um machado velho ali atrás, você quer? - Henry ofereceu fazendo Jonathan e eu nos virarmos pra ele, e o encararmos em perfeita sincronia.

- Henry, quem te chamou na conversa? - Jonathan perguntou em falso desdém, e Henry simplesmente o ignorou e se virou pra mim.

- Oi, é Anabel, não é? - Questionou sorridente e eu assenti pra ele. - Eu sou o Henry. - Disse e estendeu a mão para mim apertar, e eu o fiz, acanhada, porque sou péssima com essas coisas. Henry era moreno, atlético, de olhos verdes. Realmente muito bonito.

- Se me permite dizer, você tem um péssimo gosto. - Terminou de dizer entre o humor. E eu não sabia nem o que responder, então fiquei calada mesmo, vendo Ben e os outros adentrarem a casa.

Logo seguimos seu encalço e o lugar que por estar fechado, estava empoeirado, cheio de teias de aranha e fedia levemente a mofo, então avistei ali, ao lado de uma mesinha de madeira, um homem, todo sujo, amarrado a uma cadeira velha e amordaçado, parecia com... Ódio.

- Vocês atingiram o auge da falta de juizo. - Elivie disse, estava tão estupefata quanto eu. E questionou inquisitiva - Quem teve a ideia?

- Eu fui contra. - Jonathan e Ben declararam, em unissono.

- Carl e Henry, porque será que não estou surpresa? - Elivie ponderou olhando os dois com reprovação e prosseguiu. - Jonathan, me diz o que está acontecendo. - Ela pediu a ele, em tom de súplica, que assentiu.

- Ele não quer falar, se nega, nada que tentamos surtiu efeito. Então Carl e Henry, ao invés de chamarem a polícia, estão tentando outros métodos. - Jonathan esclareceu.

- Eu vou perder minha carteira de advogado por conta desses dois. Eu tenho uma filha pra criar. - Ben disse frustrado.

- Okay, qual seu plano? - Henry perguntou a ele.

- Chamar a polícia.

- Na verdade, eu tenho outro plano. - Ele retrucou, o mais curioso era a expressão do fora da lei.

- Me recuso a participar de um novo plano não seja chamar a polícia. - Jonathan disse.

- Você é tão maçante, por que a gente não solta o bandido e amordaça o Jonathan? - Henry implicou e prosseguiu, o olhando. - É por isso que vou roubar a Anabel de você.

- Anabel não é mercadoria pra ser roubada. - Jonathan rebateu, seco, me deixando satisfeita pela resposta. - Vem. - Me chamou, tocando meu braço, e por mais raiva que ele tenha me feito, não pensei duas vezes, e o segui para o lado de fora.

- De onde você tirou suas amizades? - Perguntei baixinho enquanto nos afastavamos da casa, caminhando pela beira do penhasco. Notando que finalmente, o sol estava nascendo.

Era errado eu não ter gostado do Henry?

- Estou me perguntando isso a anos. - Respondeu, se sentando na grama, dei dois passos a frente e olhei para baixo, era tão alto que me deu até vertigem, e ainda por cima tinha um desfiladeiro de pedras, mesmo assim, repeti o ato e me sentei ao lado dele.

InérciaOnde histórias criam vida. Descubra agora