t h i r t y s i x

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ANABEL 🌙

Chegamos a clínica e nos guiamos para a área destinada a oncologia, encontrando Prudence em um dos corredores.

- Prudence? - Jonathan a chamou, e ela ergueu o rosto de expressões severas na direção dele, totalmente vestida com uma roupa da clínica. - Como ela está? - Perguntou ele, preocupado, já perto da mesma.

- Um pouco melhor agora, se estabilizou. Ela já vinha se sentido mal desde a tarde, mas a madrugada tudo agrava, mas ela foi medicada, está bem melhor. - A mulher disse, o deixando mais calmo.

- Vocês poderiam ter me avisado antes.

- Mas só se agravou de umas horas pra cá, na verdade, ela ficou estranha desde a visita de um homem durante a tarde, na verdade.

- Que homem?

- Não sei, não vi, e ela não quis falar. As enfermeiras desse lugar que me disseram. - Prudence disse e eu só consegui pensar no quão falantes as enfermeiras eram. Todo mundo conseguia informações com elas?

- Vou tentar falar com ela. Já você Prudence, descansa, fez mais do que deveria. Obrigado. - Ele agradesceu e ela assentiu, dizendo que voltava pela manhã.

- Vem! - Ele me chamou e seguimos pelos corredores, no caminho nos encontramos com uma enfermeira que nos levou para nos vestir. Pelo que eu tinha entendido, a imunidade de Diana estava muito baixa, então todo tipo de proteção e de higiene ao estar com ela era uma regra indispensável da clínica.

A enfermeira, nos deu as roupas e afins, me fazendo sentir uma enfermeira de Grey's Anatomy pronta para entrar em cirurgia.

Quando voltamos para a ala onde Diana estava, Jonathan antes que entrarmos no quarto se virou para mim - Olha, qualquer coisa ignora. E se ela passar mal, ou se eu te pedir, saia do quarto, okay? - Questionou baixinho, como quem conta um segredo arrumando a máscara no meu rosto e eu assenti.

Ele abriu a porta e automaticamente fiquei apreensiva, me perguntando como ela estaria, e como me trataria, me fazendo querer sair correndo.

Entrei no quarto e fechei a porta, o lugar era amplo, confortável e bem equipado, e ela estava ali, tomando algum medicamento na veia, sobre a cama, totalmente abatida, extremamente pálida, muito mais magra, e os cabelos platinados estavam presos, e com as raízes escuras, ela possivelmente estava fazendo algum tratamento para os fios não caírem. Era muito triste ver alguém nessa situação.

- Diana, como você está? - Ele perguntou se aproximando dela, mas seus olhos frios estavam em mim.

- Hm. Oi. - Cumprimentei baixinho, e mordi a bochecha por dentro, tensa.

- Olá. - Disse com a voz branda, mas polida e continuou. - E respondendo a você, meu filho, estou péssima mas já estive pior. - A mesma disse a Jonathan, abraçando o próprio corpo que estava dentro de um pijama de frio azul, de seda.

- Calafrios? - Ele questionou, a ignorando, e ela assentiu. - Me dá espaço. - Pediu e ela o fez, ele se sentou ao lado dela na cama e a abraçou, fazendo a mesma deitar em seu ombro. Era uma relação estranha, mas eu torcia muito para que desse tudo certo.

- Senta Anabel. - Ele disse e eu fui a passos curtos, bastante sem graça até a poltrona beje e estofada perto da cama e me sentei.

- Fico satisfeita que reataram. - Ela disse. O que? Como assim? Oi? E completou. - Jonathan estava insuportável.

Ele a olhou, boquiaberto e eu ri soprado dentro da máscara.

- Okay, eu aceito que talvez não estivesse no meu melhor humor. - Ele comentou. É, eu também não estive.

InérciaOnde histórias criam vida. Descubra agora