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- Você é cruel, Sacerdote. – diz Dantálion, com seu sorriso irônico – Cruel, mas inteligente.

Ele ignora o comentário, desinteressado do assunto.

O céu está ainda mais carregado, transformando o fim da tarde em uma noite precoce, e não havia caído uma só gota. O clima desfavorável aumenta a ansiedade que já o devorava por dentro.

- Eu te darei um sinal quando for a hora de você entrar. – diz o Sacerdote.

- Eu estarei esperando lá fora.

- Certo.

- Você vai conseguir fazer isso, Lúcio?

O garoto o encara com o rosto torto para a esquerda, olhando-o com as sobrancelhas erguidas, procurando no fundo de seus olhos algum traço de medo.

- Vou conseguir. – responde, sem firmeza alguma.

Dantálion sacode a cabeça.

- Você ainda é um péssimo mentiroso, sabia?

- Eu não preciso mentir para você.

- Você até pode tentar mentir para mim, com muito talento. Mas minha preocupação agora é se você consegue mentir para si mesmo.

- Por que eu deveria mentir para mim mesmo?

O olhar implacável do outro retorna, sua voz fria:

- Porque seria mais fácil se você acreditasse que não vai sentir nada ao matar seu pai.

Um feixe de luz risca o céu, desviando a atenção de ambos.

- Aja primeiro, pense depois. – rompe Dantálion, apertando o ombro de Lúcio.

- Não é você quem sempre me diz para pensar antes de agir?

O garoto retorce os lábios, aumentando a pressão em seu ombro.

- Quando se trata de pessoas amadas, é melhor agir sem pensar muito.

Ele retira a mão, dando um sorriso amargo.

- Agora vá, Moloque, e não se perca.    

    

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Dantálion [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora