Duas voltas, Uma amiga, Uma advertência

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[Algumas horas antes do encontro de Emerald e Azula]

Emerald Echidna, talvez timidez e vergonha fossem as palavras que a definissem além do fato dela se reprimir bastante e constantemente, fora da oficina de seu pai. Como filha do grande construtor e montador de Gears oficiais pela SEGA, a jovem tem praticamente um passe livre como aluna independente de qual ano vá cursar lá, e mesmo depois de anos e mais anos vagando pelo instituto, estar rodeada de pessoas que a olhavam mesmo que de relance ainda era ligeiramente desconfortável, não ao extremo, mas Emerald nunca foi muito boa com interação, os poucos colegas que fez, que seriam o mais próximos de amigos se foram da instituição a muito tempo, e como sempre, a esqueceram. Emerald sabe bem como funcionam as amizades de ano letivo, talvez até, nutrindo essa certeza ela acabaria firmando a aposta com uma certa azulada horas mais tarde, mas naquele dia em específico, as coisas estavam um pouco diferentes do de costume, a começar pelo fato dela estar tendo que ser a tester de um Gear a mando de seu pai; não que isso fosse exatamente ruim, longe disso, mas as coisas ganham uma perspectiva diferente quando seu teste envolveria exatamente disputar uma corrida amistosa contra um aluno ou aluna qualquer, e era por isso que ela estava totalmente insegura diante ao homem que parecia focado em seu trabalho de montagem numa mesa metálica enorme.

—M-mas pai! Tem certeza que é uma boa ideia? —A ruiva insistiu um pouco em sua tese. —Eu poderia só levar um cronômetro comigo e...

—Não Emerald. —O mais velho a cortou. —Esse Gear precisa ser testado numa corrida de verdade, usar as pistas de treino podem não ser uma boa ideia. —Ele alertou e cessou um pouco seus afazeres para virar-se a sua jóia preciosa. —Não deve ser tão difícil minha querida, é só chamar alguém pra testar e pronto.

—Você fala isso por que consegue. —Emerald fez um bico reprovador, não aceitava aquele argumento, não com ela. —Eu não consigo conversar direito com alunos e sei lá... Pedir uma corrida me soa meio... Invasivo.

—Emerald, você está numa escola que treina Riders, e Riders são um tipo de corredor, como isso seria invasivo? —O mais velho ergueu uma sobrancelha confuso.

—Eu não sei! Só não consigo! —Ela abraçou a maleta prateada com mais força. —Eu não queria ter de sair da oficina hoje.

—Bom você seria de grande ajuda mas infelizmente alguns funcionários não puderam vir hoje pro serviço então estamos sem testers, e como você é aluna, teoricamente não haveria problema em você testar.

Apesar dele ter justificado de forma tranquilizadora havia sim um problema, havia um grande problema... Mas Emerald suspirou derrotada, nem ia dizer mais nada então pra não deixar a conversa morrer ou a ordem ser raza, disse um...

—Tudo bem, eu vou...

—Ótimo, obrigado minha querida. Tente andar um pouco pelos corredores ou caminhos da instituição, quem sabe o gear não chama atenção de alguém e você consegue a corrida? —Ele a aconselhou como conseguiu e embora na cabeça de Emerald TALVEZ a ideia tivesse algum embasamento, estava longe de ser o suficiente.

E com isso ela apenas suspirou em concordância novamente e assentiu.

—Eu vou tentar... Eu acho...

Emerald nunca soube bem o que era coletivamente viver como uma aluna da SEGA, afinal ela passou grande parte de seus dias e anos na oficina de gears do lugar e como este era praticamente um subsolo, para ela ver a luz do dia era apenas uma obrigação formal diante as aulas, e por esse mesmo motivo, depois de algumas decepções e amizades afastadas pelos campeonatos e o sucesso dos outros, a ruiva de olhos aperolados roxos se contentou em apenas... Sair, estudar e construir... Como imaginou que fosse ser aquele dia, mas só imaginou mesmo.

Azula RiderOnde histórias criam vida. Descubra agora