Azula Rider

Vamos Recomeçar!

—Firme... Firme... E...!

—Ah Max! Para de botar suspense e me deixa ver!

Se passaram mais dois dias desde que Azula se recuperou direito do acidente feio durante a corrida, totalizando uma semana inteira de aulas perdidas sendo os cinco dias a animação suspensa e os dois últimos, a observação e recuperação de Azula em um tratamento físico e mental, algo que foi particularmente surpreendente visto que em dois dias ela já apresentava sinais de quem havia tido uma recuperação completa mesmo em estado de observação. Nesse meio tempo, com as visitas periódicas de Emerald, Max entre outros, Azula se sentiu abraçada e cheia de carinho perante a todos os aliados que fez no fim das contas, segundo Emerald, Fang e sua equipe haviam sido expulsos secretamente e retornaram pra sua terra natal, a Eggmanland; local que Azula criou uma certa curiosidade sobre já que depois de toda aquela conversa com Maria sobre as esmeraldas do caos, estava lógico que por mais complexo que fosse, o objetivo por trás da busca desses itens ainda era algo bastante instigador. E no segundo dia, para comemorar a saída de Azula do hospital da ilha, Max e Emerald prepararam uma surpresa! A ruiva vendou os olhos de Azula e Max se aproximou dela tentando encaixar algo em sua cabeça, Azula sentiu um velcro frio ao redor do couro cabeludo e isso lhe causou um desconforto maior ainda do que o de ser vendada, lutando para sair das garras fortes de Emerald que ria junto a seu amigo loiro, Azula lutou para que eles matassem sua curiosidade mas foi tudo em vão... E no fim, depois de quatro minutos inteiros tentando achar uma posição correta para aquela situação, Max finalmente consegue finalizar seu trabalho.

—Bingo! Consegui! —Ele exclama satisfeito.

—Ainda bem! Eu não sei por quanto tempo mais aguentaria... —Emerald passou as costas da mão esquerda sobre a testa em meio a um suspiro de alívio.

—O que que vocês aprontaram comigo seus doidos?! —Azula estava ansiosa tocando o próprio rosto.

—Calma Azula, você vai gostar, agora fecha os olhos e tira a venda. —Max pediu educadamente.

—Que fechar os olhos o que! Eu to querendo saber o que é! —Azula rebate colocando os polegares por debaixo da venda diante a seus olhos.

—Bom, então você já vai descobrir. —Emerald tirou algo da bolsa vermelha que carregava e se prontificou. —Muito bem, pode puxar!

—Se vocês tiverem pintado minha cara eu juro que...

Azula se interrompeu no meio de sua reclamação enquanto tirava a venda. Diante de si estava um espelho de rosto que demonstrava seu estado atual com uma pequena diferença que lhe fez na hora acelerar o coração e tocar-lhe a alma. Sobre sua cabeça estava o seu tão querido óculos de aventureira que ela até então podia não ter dado falta mas no seu interior sabia que provavelmente seria a primeira coisa material que procuraria quando deixasse o hospital... Emerald que segurava o espelho, estava sorrindo cheia de alegria e junto a Max, disse com todo o carinho do mundo o que esperaram uma semana para poder oficializar.

—Bem-vinda de volta Az!

Azula fungou um pouco mais e tocou os cantos das lentes com os polegares de apoio enquanto envolvia os indicadores pelas bordas num sinal de reconhecimento. Os olhos marejaram e ela inflou as bochechas fungando outra vez numa tentativa de engolir o choro, Azula lembra bem quando ganhou aquilo, foi um presente de Christiane, o primeiro presente da primeira mulher que apostou no sonho de Azula em viver das pistas e algum dia chegar ao grande Hall dos mundiais... Aquele óculos representava o primeiro passo da sua jornada, que mesmo sem um Gear e naquele subúrbio de Boulevard, sua mãe e somente sua mãe olhou para si e lhe deu esperança para um primeiro passo. E agora, passando o indicador sobre a lente de vidro refinado e sentindo uma clara mudança na consistência do material, ela repara que aquele também poderia ser o seu recomeço... Ela começou a chorar com um sorriso, um sorriso emocionado e vívido de alguém que estava com os melhores amigos que poderia pedir. Os três se abraçaram e assim que Azula conseguiu fôlego o bastante para falar, ela sem perder o brilho emocionado no olhar, retribuiu as palavras de seus camaradas. Aos soluços e fungadas, ela fecha suas mãos e ergue os punhos diante a ambos e estica para que eles tocassem, Emerald e Max concordam e chocam seus punhos no instante em que Azula inicia sua sentença.