Capítulo 23

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A culpa está queimando
Estou ferido por dentro
Não consigo suportar esse sentimento

Calvin Harris - Blame ft. John Newman

Allan Sullivan

Ódio.

É tudo que estou sentindo.

Esse maldito vai pagar por tudo que fez com minha insolente, não vai ficar uma pedra no chão quando eu encontrar esse desgraçado. 

Sinto a respiração de Nat regular, percebo que ela acabou adormecendo, coloco lentamente seu corpo na cama quando a acomodo ela se mexe um pouco mas acaba dormindo de novo, saio da cama pego o coberto a embrulho, regulo a temperatura do ar condicionado quando tudo está do jeito que eu quero saio do quarto em passos rápidos.

Minha calma acabou.

Soco a parede diversas vez, grito de raiva.

Me controlei na frente da minha mulher, mais agora o ódio que eu sinto veio para a superfície, minha vontade é de matar da pior forma possível esse filha da puta, tudo que ela sofreu por maldade não será perdoado quando eu encontrar ele.

E eu vou encontrar. Custe o que custar esse desgraçado vai pagar.

Sinto uma mão delicada no meu braço, puxo o mesmo sem nenhuma delicadeza. 

- Filho, o que foi? - pergunta mamãe preocupada.

- Um desgraçado nasceu - rosno em fúria.

- Me explique não estou entendendo! 

- Ele maltratou minha mulher - Dou um soco na parede assustando mamãe.

- Allan, acalmasse - ouço meu pai dizer com autoridade.

- Ela era uma criança - me encosto na parede escorregando até o chão.
Coloco as duas mãos atrás da minha cabeça encostando minha testa nos meus joelhos.

- O que houve papai? - Lorenzo pergunta.

- Não sei, eu e sua mãe estávamos nos preparando para dormir quando ouvimos Allan gritar - responde ele.

Sinto os braços de minha mãe ao meu redor, não me mexo, tenho medo de me descontrolar e machuca - lá.

- Conta pra mamãe o que houve - pede ela - Cadê a Natasha?

- Dormindo - respondo - Chame  Matteo.

- Estou aqui senhor - responde ele, levanto minha cabeça, vejo que meus irmãos, meu pai, meu avô, e Matteo está no meu redor.

- Mande caçar o maldito que adotou Natasha quando ela era pequena, vasculhe tudo, não deixe uma pedra no lugar. - Ódio está evidente na minha voz, sinto meu corpo tremer cada vez que penso no que minha menina passou.

- Demore o tanto que precisar si no final tiver esse bastardo em minhas mãos - me ponho de pé. 

- Ele tá preso - ouço Natasha disser atrás do meu pai. - Foi condenado a 23 anos de cadeia por agressão.

- E a morte do amigo dele? - pergunto.

- Não foi provado de que ele matou mesmo eles - reponde.

- Eles? - questiono.

- Não terminei de contar toda minha história - diz desviando o olhar.

- Ainda tem mais? - indago chocado.

- Sim, a pior parte ainda está por vim.

- Algum pode explicar o que tá acontecendo? - pergunta Aeron.

- Vamos nos sentar - pede mamãe

- Quer que eles estejam presente? - pergunto a ela.

- Sim, vai ser bom contar tudo de uma vez - responde fixando os olhos no meu.

Puta que pariu, sinto que vem mais merda por aí.

- Ótimo, vamos todos para sala - abre caminho mamãe - Me esperem, vou preparar um café para todos nós.

Nos acomodamos nós sofás, todos calados e apreensivos sobre as revelações de Natasha. Quando minha mãe aparece com as xícaras de café, vejo a apreensão e o nervosismo nos gestos de Nat.

- Estamos todos aqui - fala mamãe séria olhando pra Natasha - Pode começar. 

Ela conta desde o começo para que minha família entenda, cada palavra que ouvia meu ódio aumentava mais um pouco, vi lágrimas escorrer dos olhos de minha mãe e Louise, punhos sendo apertados por meu pai, avô e irmãos, maxilar sendo travado, expressão de fúria e ódio de todos.

Então ela começa a segunda parte, volto toda minha atenção à ela.

- Depois que ele matou o homem fiquei dias sem saber dele, ele voltou 1 semana depois, durante esse tempo preparei tudo para mim fugir, não podia mais suportar tudo aquilo de novo - dá uma pausa - Na noite em que fugi, o Carlos ia chegar um pouco mais tarde em casa sai antes dele chegar, caminhei por umas horas, achava que finalmente tinha conseguido fugir dele, mas quando tava escurecendo ele apareceu atrás de mim, estava furioso começou a me bater na rua mesmo, de repente senti que ele tinha se afastado  quando levantei vi ele brigando com um garoto, ele tinha indo me salvar - Ela soluça - O garoto não parecia ter mais que 21 anos, mais ele lutou por mim, em algum momento naquela briga o garoto conseguiu da um soco em Carlos o que o deixou meio aéreo, o menino mandou eu correr mais eu não queria deixar ele sozinho, eu queria ficar para ajudá - lo, então ele se desconcentrou de Carlos, não viu o momento em que ele puxou uma arma e atirou, o garoto caiu no chão ainda vivo, mando eu correr, daquela vez eu obedeci, corri, só parei de correr quando achei uma delegacia, pedi socorro, os polícias foram atrás de Carlos quando o encontraram ele estava fugindo da cena do crime, ele tinha deixado o menino morto no meio da rua.

Passo a mão no meu peito onde tem a marca de um dos tiro, olho para minha família eles estão pálidos, todos ele tem a mesma expressão no rosto. Choque. Todos nós estamos em choque.

- Ele não está morto - respondo.

- Esta sim, ele morreu tentando me salvar - Soluça si abraçando.

- Não está - rebato.

- Como você pode ter certeza? - pergunta ela.

- Porque estou vivo - digo olhando em seus olhos.

Achei a menina que a tanto tempo tinha desistido de encontrar.

Minha mãe começa a chorar, com certeza lembrando dos 3 anos em que passei em coma, e 1 ano depois que eu acordei a desgraça aconteceu.

A morte do meu irmão gêmeo por culpa minha.

Allan : Série Permita-seOnde histórias criam vida. Descubra agora