Capítulo 24

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Alguém me ajude
Estou rastejando dentro da minha pele
Às vezes, sinto vontade de desistir
Mas eu não posso
Não está no meu sangue
Não está no meu sangue

Shawn Mendes - In My Blood

Natasha Grant

Ele é o Allan.

Minha mente tá gritando na minha cabeça repetindo várias e várias vezes dizendo que o garoto que me salvou é o Allan, o meu Allan.

Estou aérea, sinto que estou flutuando não de um jeito bom, sempre achei que eu tinha sido culpada pela morte de duas pessoas, e agora descubro que só uma pessoa morreu e a outra nada mais é que o Allan, aquele que foi minha primeira opção para me salvar no presente e aquele que me salvou no passado.

Tô ficando tonta, não consigo ouvir nada ao meu redor.

Ah, meu Deus! Eu vi ele levando um tiro, eu... eu vi ele cair no chão.

Tô surtando!

Será que eu ouvi errado? Posso está ouvindo coisas não é? É isso, eu ouvi errado.

Mas isso não explica o porque da família dele parecerem chocados não é? 

Volto minha atenção para eles, vejo que a dona verônica está chorando copiosamente enquanto seu Arthur e o Gregório tentam acalma lá, os irmãos estão mais branco do que papel, Allan está tão imóvel que eu acho que com um sopro ele cai.

Ah meu Deus! Eu não ouvi errado!

Me coloco de pé, começo a andar de um lado pra o outro, ele tá vivo. E ele é o meu Allan.

- Você me salvou - murmuro.

- Salvei - responde depois de alguns minutos.

- E não morreu - digo pondo as mãos na minha cabeça ainda andando de um lado pra o outro.

- Quase morri - diz - Nat, você poderia parar de anda?

Não lhe dou ouvidos. Continuo andando pra lá e pra cá.

- Oh, meu Deus, quase morreu por minha culpa - digo entrando em desespero. 

- Já disse que não foi sua culpa - me pega em seus braços, caminha na direção do sofá que até pouco tempo eu tava sentada.

- Eu vi ele atira em você - confirmo.

- Sim, tomei um tiro quando você estava presente e outro depois que mandei você fugir, quase morri, não aconteceu de fato porque você foi rápida o suficiente para buscar ajuda, se tivesse custado um pouco mais eu teria morrido - jogo meus braços ao seu redor, me aperto tão forte a ele que tenho medo de machuca lo. 

- Eu sinto muito - digo entre o choro - Eu sinto muito.

Repito várias vezes.

- Calma, meu bem - me afasta para olhar em meus olhos - Não foi sua culpa, eu não deixaria aquele miserável bater em você e não fazer nada.

- Me conte o que aconteceu depois que fui embora pedir ajuda- peço.
 
- Como disse levei mais um tiro, quando os polícias chegaram eu ainda estava vivo, eles fizeram os primeiros socorros, depois disso não lembro mais de nada, acordei 3 anos depois, os médicos explicaram que fizeram indução ao coma para meu corpo regenera, mais o meu cérebro parou, quando cai no chão bati minha cabeça com muita força a pancada causou um coágulo, meu corpo e cérebro recusava qualquer estímulo, acordei quando meu corpo acho que estava tudo em perfeito estado. 

- Eu... eu não sei o que dizer ou fazer que possa agradecer ou compensar tudo que você fez e passou para me salvar - soluço.
- Só de ter encontrado você já compensa tudo o que aconteceu - beija minha testa - Depois que acordei eu procurei por você, eu parei de procurar quando não encontrei resultados, mas veja só, nós nos encontramos de novo.

Sorrio em meio às lágrimas.

- Obrigado - beijo seus lábios de leve - Nada vai nos separar.

Allan Sullivan

Sim vamos nos separar.

Quando descobrir o que eu sou não vai me querer perto de você. 

Penso afagando os cabelos da minha insolente, e pensar que eu passei anos atrás dela, o destino resolveu nos juntar outra vez, nada nas nossas vidas foi por acaso, é como uma teia que uma hora ou outra vai se cruzar e meu Deus estou tão feliz por nossos caminhos estarem cruzados. Só não sei até quando.

- Vai ter que contar a ela - a voz da minha irmã me arranca dos meus pensamentos.

- Contar o que? - questiono mesmo sabendo do que se trata.

- Sobre o que somos - responde.

- Eu sei, vamos esperar amanhecer, todos estamos cansados, não tivemos nem uma hora de descanso, tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo - digo me pondo de pé com uma insolente adormecida em meus braços - Quero aproveitar o pouco tempo que resta com ela.

- Sim. Allan está certo, vamos todos descansar, estamos precisando. - diz papai concordando.

- Vou indo. Tenho que por ela na cama - digo inclinado a cabeça na direção da minha menina.

- Boa noite filho - mamãe me beija - Sofreu tanto - passa a mão no rosto da minha mulher - E ainda sim é forte, valente. Ela é perfeita pra você.

- É sim mamãe - me curvo beijando seu rosto.

Caminho na direção do meu quarto, afasto o coberto coloco ela com cuidado na cama logo em seguida deito ao seu lado, a trago para junto de mim, não posso mais ficar sem ela.

Não vivo sem ela.

Com esse pensamento me deixo levar pelo sono.

Acordo com o barulho do meu celular tateio por sobre a  cabeceira da cama atrás do mesmo, Nat se mexe na cama procuro com mais afinco para não incomoda lá, quando acho atendo de imediato.

- Sim - resmungo.

- Senhor, tenho má notícia - ouço a voz de Matteo do outro lado da linha. 

- Diga de uma vez - digo enquanto saio da cama indo em direção da varanda.

- O homem que adotou a senhorita Natasha fugiu a dois dias da prisão, e ao que parece ele tinha proteção dentro e fora do presídio.

Aperto o celular com força, esse maldito teve ajuda e provavelmente de alguém muito importante pra ter tanto poder assim.

- Quem o ajudo? - rosno.

- Ainda estamos investigando senhor.

- Quero que descubra tudo sobre essa fuga, quem o ajudou dentro e quem o ajudou fora - digo furioso - Quero tudo, me entendeu?

- Sim senhor - concorda.

Desligo a ligação sem me despedir, esse desgraçado está a solto, minha menina está correndo perigo, vou até no inferno se for preciso para protegê lá, ele não vai tocar as suas patas sujas na minha mulher.

Mas não vai mesmo.

Allan : Série Permita-seOnde histórias criam vida. Descubra agora