Ámbar
— Venha aqui. — Benicio me puxou para a varanda da frente, depois do jantar e eu agradeci por ele me salvar do constate interrogatório da minha mãe. Já estava toda desmontada: sem saltos, sem roupas caras e sexy. Me enfiei numa calça moletom e uma camiseta folgada e fiz uma trança nos cabelos.Me sentei com ele na varanda, cada um em uma cadeira de balanço, olhando o jardim aceso a nossa frente e a lua brilhando no céu. Até o ar do Brasil é diferente, mais puro, com cheiro de natureza.
— É ótimo voltar para casa. — Me viro para ele.
— Sim. Maravilhoso. Amanhã quero te mostrar tudo que já consegui preparar para o casamento.
Não me animo com esse assunto, mas sorrio.
— Sim, amanhã. Hoje estou só o pó. Completamente moída. Odeio viajar. — Me levanto e sento no colo dele, me aconchego e deito o rosto em seu ombro.
— Tenho algo para te contar. Ou melhor, mostrar. — Ele fala depois de um tempo em silêncio, me fazendo imaginar que seja algo como: “modelos de convites”. Benicio tem ânimo para nós dois nesse casamento.
— O quê? — Indago sem dar importância. Estou bem cansada mesmo e meu pensamento está na minha cama.
— Frequento um clube. Aquele que te contei.
Puxo na minha memória algo relacionado ao assunto e me lembro vagamente.
— Rainha de Copas. — Digo.
— Não. Dama de Copas.
— Não faz sentido.
— O quê?
Afasto o rosto de seu ombro e fito seus olhos.
— O nome. O correto é Rainha e não Dama, do naipe do baralho.
— É apenas um nome fantasia. — Ele ri, aperta meu nariz e emenda:
— Não te chamei aqui para discutir sobre o nome do clube.
— Ah, tá. — Volto a deitar minha cabeça.
Benicio começa a afagar meus cabelos e eu fecho os olhos. É maravilhosa essa calmaria, sem preocupações com concertos, ensaios e entrevistas; ouvir os grilos no jardim e um cafune gostoso na cabeça. Não tem vida melhor.
— Como eu ia dizendo, participo desse clube, e sábado terá uma festa lá. Quero te levar.
Levanto o rosto pela segunda vez. Isso me chamou atenção.
— Festa? Sei não. Vim para ficar quieta em casa e não aparecer em eventos, ao menos por enquanto.
Benicio ri e faz um gesto negativo, abanando a cabeça.
— Não qualquer festa. Será o quinto ano do especial de voyeur. Será como encontros íntimos de casais ou apenas assistir as performances alheias.
Semicerro os olhos. Ele já tinha me contado por alto que é um voyeur. Tem taras por ver outras pessoas transar. Para mim, foi normal ouvir isso. O sexo é algo que abrange muita coisa e, de verdade, sou uma pessoa de mente aberta para o sexo, na verdade sou quase uma viciada, se tem três coisas que mais amo são: Sexo, artigos de luxo feminino e tocar violoncelo.
— Hum... sei não. — Reflito um pouco — Uma festa da putaria...
— Ámb, eu sei que você é mente aberta para sexo...
— Apenas sexo comum, Benicio.
— Sim, eu sei. Mas... sei lá, fiquei pensando muito e tenho uma fantasia que envolve você.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Dama de Copas
RomanceSimón me segurou em seus braços e me beijou de uma forma que não tínhamos beijado antes. Havia mais que o fogo costumeiro. Eu me senti mais que confortável em seus braços enquanto ele se aprofundava, saía e tornava enterrar de maneira macia e muito...