Capítulo 2 - Conhecendo lugares e gostos novos

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Ámbar


— Venha aqui. — Benicio me puxou para a varanda da frente, depois do jantar e eu agradeci por ele me salvar do constate interrogatório da minha mãe. Já estava toda desmontada: sem saltos, sem roupas caras e sexy. Me enfiei numa calça moletom e uma camiseta folgada e fiz uma trança nos cabelos.

Me sentei com ele na varanda, cada um em uma cadeira de balanço, olhando o jardim aceso a nossa frente e a lua brilhando no céu. Até o ar do Brasil é diferente, mais puro, com cheiro de natureza.

— É ótimo voltar para casa. — Me viro para ele.

— Sim. Maravilhoso. Amanhã quero te mostrar tudo que já consegui preparar para o casamento.

Não me animo com esse assunto, mas sorrio.

— Sim, amanhã. Hoje estou só o pó. Completamente moída. Odeio viajar. — Me levanto e sento no colo dele, me aconchego e deito o rosto em seu ombro.

— Tenho algo para te contar. Ou melhor, mostrar. — Ele fala depois de um tempo em silêncio, me fazendo imaginar que seja algo como: “modelos de convites”. Benicio tem ânimo para nós dois nesse casamento.

— O quê? — Indago sem dar importância. Estou bem cansada mesmo e meu pensamento está na minha cama.

— Frequento um clube. Aquele que te contei.

Puxo na minha memória algo relacionado ao assunto e me lembro vagamente.

— Rainha de Copas. — Digo.

— Não. Dama de Copas.

— Não faz sentido.

— O quê?

Afasto o rosto de seu ombro e fito seus olhos.

— O nome. O correto é Rainha e não Dama, do naipe do baralho.

— É apenas um nome fantasia. — Ele ri, aperta meu nariz e emenda:

— Não te chamei aqui para discutir sobre o nome do clube.

— Ah, tá. — Volto a deitar minha cabeça.

Benicio começa a afagar meus cabelos e eu fecho os olhos. É maravilhosa essa calmaria, sem preocupações com concertos, ensaios e entrevistas; ouvir os grilos no jardim e um cafune gostoso na cabeça. Não tem vida melhor.

— Como eu ia dizendo, participo desse clube, e sábado terá uma festa lá. Quero te levar.

Levanto o rosto pela segunda vez. Isso me chamou atenção.

— Festa? Sei não. Vim para ficar quieta em casa e não aparecer em eventos, ao menos por enquanto.

Benicio ri e faz um gesto negativo, abanando a cabeça.

— Não qualquer festa. Será o quinto ano do especial de voyeur. Será como encontros íntimos de casais ou apenas assistir as performances alheias.

Semicerro os olhos. Ele já tinha me contado por alto que é um voyeur. Tem taras por ver outras pessoas transar. Para mim, foi normal ouvir isso. O sexo é algo que abrange muita coisa e, de verdade, sou uma pessoa de mente aberta para o sexo, na verdade sou quase uma viciada, se tem três coisas que mais amo são: Sexo, artigos de luxo feminino e tocar violoncelo.

— Hum... sei não. — Reflito um pouco — Uma festa da putaria...

— Ámb, eu sei que você é mente aberta para sexo...

— Apenas sexo comum, Benicio.

— Sim, eu sei. Mas... sei lá, fiquei pensando muito e tenho uma fantasia que envolve você.

A Dama de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora