Capítulo 8 - Surpresa do destino

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Simón


Na minha cadeira em minha sala na Orfeu, giro lentamente de um lado para o outro raspando recheio de bolacha com os dentes, deixando minha mente viajar, mais uma vez, a dois dias atrás, quando realizei um dos meus sonhos mais primitivos, que é comer Ámbar Smith. Consegui, como achei que conseguiria, foi até muito fácil, todavia não está sendo fácil interromper meu burro pau de querer repetir a dose.

Okay. É gostosa, fogosa e bonita, mas não justifica minhas ereções aleatórias em lugares pouco prováveis, onde não deveria acontecer. Basta passar um vislumbre dos lábios dela se fechando sedutoramente contra meu pau e lá está a vara dura dentro da minha calça.

Olho para baixo e balanço a cabeça irritado por estar novamente duro.

Chega a ser desconfortante.

Meus olhos passam pelas pastas sobre a mesa, assuntos que eu tenho que revisar antes que Ramiro queira fazer uma palestra aqui apontando motivos que o fazem achar que eu sou um incompetente. Todavia, algo mais importante vem em minha mente. Jogo as bolachas de lado, ligo o computador e em segundos já estou na página oficial de Ámbar. Tem um lugar onde eu posso encontrá-la novamente e agir como se fosse pura casualidade.

Rio comprometido com minha obsessão e, sem nem pensar duas vezes, reservo um lugar na área vip e faço o pagamento online.

Pronto. Tenho meu ingresso. Será entregue em meu endereço dois dias antes do concerto em São Paulo. Agora é só ensaiar o que direi a ela, preciso fazer parecer natural.

Recosto na cadeira e sorrio como se tivesse acabado de realizar uma transação bilionária. Entretanto, minha mente retoma o controle lógico da situação em que antes o pau estava controlando. Eu acordo para a realidade ao ver que estou fazendo o que sempre critiquei e sempre repudiei: correndo atrás de uma mulher.

Isso não pode acontecer nunca, miserável. Me xingo em pensamento.

Boceta nenhuma vale o esforço de um homem.

Caralho! Me levanto tão bruscamente que quase derrubo as pastas. Pelo vidro da minha sala vejo minha secretária e faço um gesto com o polegar voltado para a boca mostrando que quero uma bebida. Preciso repor o que tinha aqui na minha sala.

Erik passa, me vê fazendo o gesto e volta vindo nessa direção.

Puta que pariu! Esse pentelho vai zoar de mim. Viro de costas para ele não perceber minha cara de trouxa.

— E aí? Quem foi que comeu dessa vez para ficar assim? A Beyoncé?

— Vá se danar, Erick. — Ele ri e entra. Com as mãos nos bolsos, olha em volta analisando o que está acontecendo. Ele me viu pedindo bebida e sabe que as coisas não estão boas.

— Perdeu algum cliente? Fez alguma cagada e não quer que o Ramiro descubra? O que houve?

— Ah, se dane. Não tem nada para você fazer?

— Tem. Na verdade, tem para nós dois fazermos. Ainda não fechamos com o cliente da montadora de carros. Ele quer uma posição hoje ainda, está com medo do dono aumentar o preço do arrendamento.

— Ah, cara... — passo a mão na testa sem olhar para ele.

— Não fez os balanços do mês passado para explicarmos a ele?

— Fiz. — E fiz mesmo. — Só não estou com saco para ir resolver com ele, vai lá para mim? — Pego a pasta sobre a mesa e empurro contra o peito de Erik. Ele me olha confuso e segura. — Não estou podendo sair.

A Dama de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora