Capítulo 40 - Armações Descobertas

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Simón


Eu voltei a minha vida solitária, e agora sem o clube as coisas ficam ainda piores. Eu quero reabri-lo, mas sei que vai demorar muito para conseguir na justiça. O clube vai precisar ser inocentado no tribunal. Preciso provar que o Dama de Copas em si não teve nada com o que ocorreu. Sebastian, apesar de meu funcionário, era um parasita ali.

Eu tento todos os dias não entrar no drama da saudade, fracasso vergonhosamente todas as vezes que me flagro pensando nela. Ámbar acabou comigo, como eu suspeitava que seria, desde quando eu apenas fantasiava ter sexo com ela.

O desânimo me toma por completo. Tenho apenas meus irmãos para me apoiar.

Ramiro está atendendo um cliente então vou atrás de Erik, que não resolve porra nenhuma quando o assunto é conselhos.

Ele acaba de atender um cliente, está se despedindo e me olha com curiosidade.

Entro em sua sala e me sento fitando meus sapatos.

— Problemas? — Ele me fita com as mãos na cintura. Sobrancelha levantada.

— A mesma merda... estou na porra de uma fossa.

Mais curioso do que atencioso, Erik se senta diante de mim preparado para ouvir. Nesse instante, a porta se abre e Ramiro espia.

— Estava me procurando?

— Sim. — Ele entra, olha de mim para Erik analisando o que está acontecendo. Ramiro é do tipo investigativo, mas nada misterioso, sempre deixa evidente.

Conto para eles rapidamente o término com Ámbar e meu passado com Emma e não me admiro que ambos estejam abismados com meu relato.

— Você teve um relacionamento de oito meses e a gente não sabia?!

Quando foi isso, porra? — Erik questiona em um tom incrédulo.

— Eu estava no exército. A época lá em casa estava uma merda. O papai surtava por pouco, você — olho para Ramiro — se preocupava em ser

o melhor na faculdade, e você — olho para Erik — tinha ido passar uma temporada com a vovó na Espanha.

— Era um inferno essa época. — Erik comenta. — O pai achava

mesmo que conseguiria nos moldar. — Gargalha e diz acidamente: — Babaca. — E nem se importa com o olhar repressor de Ramiro.

— Pois é. Guardei toda essa merda comigo. Me fez muito mal ser abandonado daquela forma... Emma pisou com vontade no amor que ofereci.

— Então essa Emma está de volta agora? E aí? — Compenetrado no assunto, Ramiro indaga.

— E aí? Eu que pergunto. Ela está enfiada em minha casa e não quer sair. E agora que Ámbar terminou tudo comigo...

— Não contou para Ámbar?

— E nem iria contar. Pra quê? Causar intrigas?

— Então vamos ver se entendi. — Ramiro diz. — Você ia continuar levando Ámbar ao clube enquanto mantinha sua ex-namorada abrigada em seu apartamento?

— Basicamente. — Dou de ombros.

— E você não quer nada com essa Emma? — Erik complementa.

— Não, cara. Nesses últimos dias só penso naquela marrenta. Não consegui ainda ficar com outra.

— Erik, compre os foguetes, porra! — Ramiro dá um grito me assustando. — Esse é o momento, caralho! O grande magnânimo se apaixonou.

A Dama de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora