Ámbar
Eu tive uma noite gloriosa. Acordar no domingo depois de experimentar um dos sexos mais prazerosos que já tive me deixou animada para o dia. Eu odeio domingo, mas hoje em especial acordei feliz.Eu só soube o quanto queria transar novamente com Simón quando o tive nu na cama comigo, ontem à noite.
Antes de me relacionar com Benicio, eu não era uma mulher que grudava demais. Eu transava e fim, sem comprometimento, sem arrependimentos. E eu até achei que com Simón seria uma única vez, todavia, ao ver o convite dele e aceitar que o cara era mesmo bom, eu decidi ir ao clube. E por ter sido tão gostoso, não me arrependi mesmo.
Se meus amigos soubessem de todo o processo, iriam dizer que eu não estava me dando valor correndo atrás de macho, porque ele vacilou comigo, me aceitou como troca de negócios. Entretanto, eu tenho coisas mais importantes para me preocupar do que remoer eternamente ódio de uma pessoa. Simón não é nada meu, não me deve explicações, Benicio sim foi o maior babaca por não respeitar o compromisso que tinha comigo.
Agora, na noite de domingo, sem pretensão para sair, estou no apartamento de Pedro escolhendo algo para assistirmos na Netflix. Ainda não contei nada do que aconteceu para ele, estou esperando-o sair do banho para começar a contar tudo. É uma pena que Delfina não esteja aqui para presenciar a conversa.
— Escolheu? — Pedro entra na sala usando apenas uma calça moletom. Passo meu olhar pelo seu corpo admirando-o.
— Andou malhando, garoto? — Acerto um tapa em sua bunda.
— Preciso de algo que chame atenção das garotas. — Ele senta ao meu lado no sofá e enfia a mão na tigela de pipocas. — Vamos assistir terror mesmo?
— Para com isso. — Reclamo, seriamente. Ele para de mastigar as pipocas e me mostra uma expressão de dúvida.
— Parar com o quê?
— Sua baixa autoestima. Você é bonito, é independente, tem grana, não precisa malhar para...
— Ámb. Eu sei, mas...
— Te disseram para fazer isso?
Ele fica um instante de cabeça baixa e, após respirar fundo, argumenta:
— Sabe, eu sendo... é... aquilo... eu sendo...
— Gay? — Completo diante de sua gagueira.
— Não. Tendo esse tipo de comportamento...
— Pedro!
— Ámbar — começa com um tom mais bruto —, eu não acredito em natureza e sim em comportamento. Voltando ao assunto, é difícil para mim, como eu não tenho atração por mulheres, ainda...
— Ainda?
— Sim, ainda. Como eu não sinto essa necessidade de ter uma garota, fica difícil para eu chegar em uma mulher, como todos os homens normais fazem.
— Normais? — Já sinto minhas sobrancelhas altas de tanta perplexidade.
— Ok. Falando sua língua: os caras heterossexuais vão atrás de mulheres cedo em idade porque sentem a necessidade dos hormônios em combustão, para mim, que tenho esse comportamento ambíguo, não consigo seduzir uma garota.
— Eu entendo.
— Entende? — Me olha incrédulo.
— Sim. Então você quer que elas venham até você, porque não tem coragem de dar o primeiro passo.
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A Dama de Copas
RomanceSimón me segurou em seus braços e me beijou de uma forma que não tínhamos beijado antes. Havia mais que o fogo costumeiro. Eu me senti mais que confortável em seus braços enquanto ele se aprofundava, saía e tornava enterrar de maneira macia e muito...