Simón
Eu não dormi nada à noite.Depois que fomos embora e transamos enlouquecidos, ela logo caiu no sono. Eu levantei e fui para a sala fumar um charuto.
A minha parte racional brigava furiosamente com minha parte emocional. Eu queria continuar com ela, porque era bom de uma maneira que eu não conseguia explicar. Era algo que eu não conseguia imaginar em outra mulher, como Erik e Ramiro afirmando que não queriam transar com outras que não fossem suas companheiras. É justamente o que sinto nesse instante. Quero estar com Ámbar., dormir com ela, conversar com ela e transar apenas com ela.
Que porra eu me tornei?
Paixão de cu é rola. Essa devia ser a máxima que eu deveria acreditar, mas não era. Apaixonado era eu mesmo passando a madrugada em claro fumando e olhando a cidade lá embaixo pela janela.
Xana se enroscou aos meus pés e eu a peguei. Me sentia o caralho de um homem fraco, do mesmo modo que fui anos atrás, com Emma. Por causa dela eu quase perdi minha lucidez e jurei não deixar acontecer de novo.
Mas Emma pisou no amor que eu ofereci a ela. Era tão novo e inexperiente...
Abalado com tudo, vesti minha roupa e fui embora deixando Ámbar sozinha na cama. Eu só não podia continuar mais um segundo lá naquela casa com todos os meus pensamentos prestes a explodir.
Precisava beber, então fui para o clube. Será que há alguma maldição nos Alvarez? Ramiro estava picado de paixão, sentou no balcão do Dama de Copas sem aproveitar nada, só pensando na Yam. Depois veio Erik, sentou aqui e chorou pitangas. E agora eu, o senhor do lugar, dono de tudo isso, estou olhando para o copo de uísque como se tivesse perdido cem milhões em uma aposta.
E o mais impensável é que, assim como eles, eu recusei uma mulher.
Eu, Simón Alvarez, recusando mulher.
Virei as costas e subi para meu quarto pedindo a Sebastian que não me perturbasse.
Ámbar não me ligou, mas eu mandei uma mensagem no início do dia dizendo que precisei sair cedo. Ela acreditou, pois mandou um “ok” seguido de um emoji.
Agora, estou na minha sala olhando a área de trabalho do computador, sem saber o que fazer.
Minha secretária entra, entrega um pacote de bolachas recheadas e sai.
Eu olho o pacote com desânimo.
Sem ajuda não poderei tomar uma decisão. Cada um dos meus irmãos veio a mim quando se sentiram assim, confusos, e queriam um conselho porque eles confiam em mim, e não tem pessoas que eu possa confiar mais que eles.
Pego meu terno na cadeira, visto e saio da minha sala.
— Ramiro está aí? — Pergunto a Saulo, o secretário do meu irmão, quando chego na ala que ele trabalha.
— Sim. Quer que eu avise?
— Não.
Quando entro na sala, Ramiro levanta os olhos e, assim que vê que sou eu, volta a digitar.
— E aí? — Pergunta sem me olhar.
Me sento a sua frente e abaixo a cabeça nas mãos. Ele continua digitando por alguns segundos até estranhar meu silêncio e me dar atenção.
— Simón? O que houve?
— Cara. — Levanto o rosto e me recosto na poltrona. — Ah, cara. Eu estou fodido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Dama de Copas
RomanceSimón me segurou em seus braços e me beijou de uma forma que não tínhamos beijado antes. Havia mais que o fogo costumeiro. Eu me senti mais que confortável em seus braços enquanto ele se aprofundava, saía e tornava enterrar de maneira macia e muito...