Capítulo 30 - O Beijo

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Pedro


Nico é astucioso. E eu não estava preparado para cair em um jogo de um cara que me quer. Na verdade, nunca pensei nessa hipótese, de ter um cara a fim de mim. Se eu tivesse premeditado, seria mais fácil.

Ele chegou ao escritório onde trabalho, me surpreendendo e, como é um nome de peso no meio empresarial da cidade, meu chefe recomendou que eu aceitasse seu caso.

Ele estava lá sorridente e mais gostoso do que nunca, sentado na minha frente e eu apático, como se fosse uma serpente me encarando.

Nico queria apenas um advogado para acompanhar seus bares e boates, e como meu patrão tinha recomendado, eu aceitei.

Entretanto, essa noite eu estava em minha casa quando ele me ligou dizendo que eu precisava encontrá-lo em um de seus bares porque tinha surgido algo. Como parte de seu quadro de funcionários, corri imediatamente para lá.

Dei dois toques na porta de seu escritório e sua voz grossa ordenou para eu entrar.

Assim que entrei, quase tive um mini enfarte.

Ele estava falando ao celular, de pé ao lado da janela. Mas o que me afetou foi mesmo sua aparência. Apenas da calça social e sapatos lustrosos, ele exibia o peito forte e os braços apolíneos. Engoli seco diante de tanta virilidade.

Nico é mais alto que eu. Tem cabelos loiros que quase sempre estão desalinhados  É uma prova de controle para qualquer mente sã.

Ele terminou a ligação e veio até mim.

— E aí? — As mãos nos bolsos, me encarando com seu típico olhar inocente, como se não soubesse o que está provocando em mim.

— Ah... me chamou... algum problema?

Seus olhos passaram lascivamente pelo meu corpo antes dele se virar, ir a um bar e servir bebida em dois copos.

— Venha aqui, Pedro. — Caminhei obedientemente em sua direção e não me surpreendi quando empurrou um copo para mim. — Tome. Sente-se aqui. Vamos conversar.

E eu me sentei em uma poltrona bem à frente dele.

— Eu gostaria que me contasse com sinceridade, o que está acontecendo com você.

— Comigo? — Até coloquei a mão no peito.

— Pedro, eu já demonstrei que tenho interesse em você.

— Nic...

— Sim, eu sei. Você não está preparado. Mas eu não consegui aguentar e descobri algumas coisas sobre você.

— Sobre mim? Andou me espionando? — Aumentei meu tom de voz na mesma proporção de minha perplexidade.

— Infelizmente. Isso não é do meu feitio, mas eu fiz.

Me levantei revoltado, mas ele foi rápido e tocou meu peito.

— Sente-se. Eu faço isso com todo mundo que vai trabalhar para mim. Com você foi além do interesse, foi profissional.

Me sentei com todas minhas defesas acesas. Ele se recostou na poltrona e esperou um pouco, creio que dando um tempo para eu me acalmar. Em seguida, disse:

— Já fiquei sabendo dessa porcaria de terapia aqui na cidade, que tem um psiquiatra promovendo e já tomei as devidas providências para denuncia- lo pelos métodos desumano que usa. Por que está nessa, cara? Seja sincero.

Bom, como Ámbar havia me dito, ele pode me entender porque sente o mesmo que eu sinto. Sei que ele também já passou por seu momento de confusão quando se viu diferente dos outros homens. penso bastante olhando para a bebida em meu copo e só depois de tomar uma decisão levanto o rosto para ter um contato visual.

A Dama de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora