Capítulo 6 - Pornóquio é uma coisa que não sou.

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Simón


"Até mais! Foi legal...". Essa frase fodida, dita por Ámbar, rebatia incansavelmente na minha mente depois que ela e o noivo foram embora e eu fiquei deitado pelado na cama fumando um charuto. Legal é uma porra.

Legal, apenas?

Uma foda comigo é destruidora de corações e bocetas. Não tem como ser apenas legal.

Ok. Geralmente eu não faço essas merdas de comer mulher dos outros com eles vendo. Mulher compromissada me dá um certo tesão; pensar que eu sou o amante me dá prazer. O amante secreto para as horas mais ocultas. Entretanto, com Ámbar é quase como um bilhete premiado: ela era meu sonho de consumo e eu nem fiz esforço para tê-la rebolando no meu pau. Na verdade, nem precisou de toda aquela enrolação de sedução. Ela apenas chegou, fui escolhido e pronto: caiu no pau.

Sorri muito satisfeito e me levantei após apagar o charuto em um cinzeiro de bronze. Olhei em volta procurando minha roupa sem tirar a satisfação em forma de sorriso da cara.

Velho do céu! Cacete! Eu sou a porra do homem mais sortudo. Quem no mundo deseja comer uma celebridade e ela vem e bate na sua porta para te dar?

Me vesti, saí do quarto e disse a Sebastian para cuidar de tudo para mim.

Não queria ficar mais e nem continuar minha satisfação com outra mulher.

É como quando comemos uma sobremesa deliciosa e não queremos comer mais nada em seguida para continuar sentindo o gosto na boca. Ámbar é gostosa de fazer qualquer um babar, ela conseguiu tirar o máximo do meu gozo e cada gota foi muito bem aproveitada.

Enquanto dirigia rumo a minha casa, eu pensava em como ela tinha visto tudo muito superficialmente. Rio sozinho quando lembro de terminarmos e eu pedir:

"Telefone?"

Esse não era meu papel, pedir telefone das garotas que eu tinha acabado de foder, mas era Ámbar Smith.

E fazendo o papel que deveria ser meu, ela disse: "Vai sonhando". — E se levantou da cama.

Eu deveria agradecê-la por quase ter me parado a tempo de fazer uma merda. Cacete! Pedir o telefone? Só pode ser mesmo falta de porra no saco para me fazer ter esse tipo de reação lamentável.

Todo mundo sabe que homens de saco cheio (literalmente) não raciocinam de maneira alguma. O pau está no controle e ele faz o que quer na nossa mente. É tipo: "Come essa aí e você vai ser morto". — A consciência sabendo que é errado, nos alerta.

Pau: "Ah, mas será uma vez só, quem vai saber?" — Dá um mata- leão na consciência.

Mais tarde, depois de gozar: "Puta que pariu! O que eu fiz? Vou ser morto."

Isso ilustra esse momento. Agora que minha consciência voltou a comandar meu corpo, acho ridículo ter pedido o telefone dela.

***

Na manhã seguinte, eu era aparentemente o único esbanjando felicidade. Entrei desfilando, mostrando toda minha suculência inata em 1,90m de pura masculinidade forrada por um terno risca de giz preto.

— O de sempre, Simón? — O carinha da lanchonete me pergunta quando passo e bato a mão para ele.

— Bom dia para você também, Josias. O de sempre. Mande para minha sala.

— Teve uma boa noite? — Seus olhos brilham para mim. Esse cara me idolatra. Um dia o levarei ao clube e o deixarei se esbaldar.

— Quando Michael Simón não tem uma boa noite? — Digo sem parar de andar, vendo de canto de olho todos virarem para me ver passar.

A Dama de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora