Capítulo 26 - Surto

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Simón


— Chupem, seus pau-no-cu. — Dou um soco no ombro de Erik zoando com eles. — Eu disse que estava comendo a Ámbar e ninguém acreditou em mim.

Ramiro ainda olha incrédulo para ela, lá do outro lado no meio das mulheres rindo nesse instante de algo que uma delas disse.

— Ela pareceu bem surpresa de estar aqui. — Ele analisa. — Trouxe- a sem que soubesse, Simón?

— Lógico. Eu tinha que mostrar que cumpri meu papel de macho abençoado. Ela não iria querer vir se eu dissesse que é aniversário do meu sobrinho. Enganei.

— Ela vai arrancar teu couro depois.

— O couro da minha pica de tanto foder.

— Ôder. — Gael repete e só então vemos que ele está no chão, aos nossos pés, ouvindo.

— Shhh. Não pode falar isso. — Ramiro corrige o filho. — Palavra feia. Vai brincar com os amiguinhos, olha lá o Johnny. — Ramiro faz sinal para Carlota, mãe de Yam, e ela vem pegar o menino e levar para a área das crianças. Meu irmão se volta para mim com o cenho franzido de irritação: — Para de dar mau exemplo para as crianças! Não quero ter que te expulsar da festa.

— Eita. Olha lá a Tamâra. — Erik aponta sutilmente com o queixo.

— Ela está conversando com Ámbar. Deve estar fazendo sua caveira.

— Ámbar conheceu meus defeitos antes das qualidades. Não tenho medo.

— Então é mesmo sério? Já conhecem até defeitos? Bem-vindo ao mundo dos escravocetas, irmão. Quando é que vai dar o rabo? Você prometeu que daria se um dia isso acontecesse.

Ramiro gargalha junto com Erik me deixando puto da silva.

— Escravoceta de cu é rola. Olhe bem para minha cara e veja se tenho vocação para ser Erik, Ramiro ou Mariano, que ficam presos com uma única mulher. Estou me divertindo com ela; é foda, ouviram? Trepada, sexo gostoso sem compromisso. Coisas que vocês não sabem o que é.

— Ok. Não precisa ficar furioso. Acreditamos que você não gosta dela e está só passando tempo. — Erik estende as mãos na defensiva.

— Ela é bem bonita e tem uma classe elevada. O cara que colocar um anel no dedo dela terá sorte. Pena que não será você. — Ramiro diz.

O desgraçado me pegou pela cauda. Senti raiva crescente ao imaginar que outro cara vai ao menos tocar nela, veja lá colocar um anel no dedo. Já quero matar o filho da puta que ousar.

Erik percebe minha contradição em falar uma coisa e sentir outra. Bate no meu braço e confidencia: — Está tudo bem. Eu queria destruir dolorosamente uma mulher e agora não consigo ficar um dia sem ela. Eu entendo perfeitamente o que é um cara ter que lutar contra seus próprios princípios.

— É. Ele tem razão. Se for para ser, você não vai conseguir fugir.

— Vocês são uns imbecis facilmente manipulados. Se um dia eu precisar de família, pagarei uma barriga de aluguel para ter um menino e deixar toda minha herança. É meu projeto de futuro, sem mulheres, sem problemas. — Digo, mas continuo olhando sem piscar para Ámbar segurando o bebê encapetado de Erik. Ela ri, faz um comentário para Nina e todas em volta riem, até Tamâra.

Não acredito que a gangue da calcinha já está acolhendo Ámbar.

Na hora de cantar parabéns a você, me juntei novamente a Ámbar na mesa de doces.

— E aí? Está gostando?

— Sim. Quem não gosta de aniversário de criança, né? — Ela nem olha para mim, sua atenção nos diversos tipos de doces coloridos.

A Dama de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora