Capítulo 31 - Provocações

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Ámbar


Sou acordada com um cheiro gostoso de café.

— Está na hora de acordar. — Entreabro os olhos e vejo Pedro de pé ao lado da cama. Sorrio e espreguiço entre os lençóis. Não tive a noite que esperava, ao lado de Simón, mas foi uma noite legal.

— Fez café? — Ajeito os cabelos e me sento.

— Sim. — Ele senta na cama recostado na cabeceira, e me entrega uma caneca.

Me arrasto preguiçosamente e me sento ao lado dele. Dou um gole na caneca de café e está do jeito que gosto: forte e doce.

— Desculpa por ter acabado com sua noite. — Pedro diz, um tanto sem graça.

— De boa. Eu e Simón ainda temos muito tempo.

— Não vai propor mais tempo depois que esse período acabar?

Desanimada, olho para ele e minha resposta é um suspiro longo com um gole de café em seguida.

— Você não está apaixonada, não é?

— Que apaixonada o quê, rapaz? Me respeita. Sim, estou. — Choramingo em seguida. — Não tem como ser outra coisa, Pedro. Eu sinto por Simón algo forte demais, não é nem parecido com o que eu tinha com Benicio, é quase como um vício. Não sei explicar, porque é algo novo para mim.

— Você precisa de um momento sozinha, para entender o que está acontecendo.

— Sim.

— Não faça nada precipitado.

— Pode ter certeza que não farei. Simón é o tipo de homem que a gente se apaixona fácil. Ele tem esse poder, mas também é aquele tipo que sabe que provoca isso nas mulheres. Mais uma apaixonada por ele não seria novidade.

— É isso aí.

— E você? Está melhor? — Olho para ele.

— Nada como uma noite de conchinha com você para aliviar meus nervos.

— Deveria experimentar uma conchinha com o Nico, nunca mais iria querer outra coisa.

— Safada.

— Sensata, isso sim.

Depois que Pedro foi embora, eu recebi uma ligação da produção da série de TV confirmando para hoje o primeiro ensaio com o elenco.

Estou bem animada com isso, já tenho uma base em aulas de teatro e hoje darei o meu melhor na atuação.

Às onze Simón me ligou e eu fiquei olhando o nome “Sr. Tanque” na tela até decidi atender a chamada.

— Demorou. Estava cagando? Apesar de sorrir, reviro os olhos.

— Nossa, bom dia para você também, Simón. O que deseja?

— Sem delongas, gostaria que desse uma olhada por aí e verificasse se eu deixei minha carteira. Preciso dela com urgência.

Com o telefone no ouvido, vou para a sala e nem preciso olhar muito para vê-la no aparador no hall de entrada.

— Sim, está aqui.

— Ah, graças a Deus! Você poderia por favor trazê-la para mim? Por favor, poderíamos aproveitar e almoçar juntos. O que acha?

— Posso mandar um motoboy.

— Não vou transar com um motoboy e sim com você. Traga-a aqui para mim, por favor.

Como eu estava cheia de tédio agora pela manhã, dou de ombros e mais uma vez deixo a vida me levar.

A Dama de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora