Ámbar
Sou acordada com um cheiro gostoso de café.— Está na hora de acordar. — Entreabro os olhos e vejo Pedro de pé ao lado da cama. Sorrio e espreguiço entre os lençóis. Não tive a noite que esperava, ao lado de Simón, mas foi uma noite legal.
— Fez café? — Ajeito os cabelos e me sento.
— Sim. — Ele senta na cama recostado na cabeceira, e me entrega uma caneca.
Me arrasto preguiçosamente e me sento ao lado dele. Dou um gole na caneca de café e está do jeito que gosto: forte e doce.
— Desculpa por ter acabado com sua noite. — Pedro diz, um tanto sem graça.
— De boa. Eu e Simón ainda temos muito tempo.
— Não vai propor mais tempo depois que esse período acabar?
Desanimada, olho para ele e minha resposta é um suspiro longo com um gole de café em seguida.
— Você não está apaixonada, não é?
— Que apaixonada o quê, rapaz? Me respeita. Sim, estou. — Choramingo em seguida. — Não tem como ser outra coisa, Pedro. Eu sinto por Simón algo forte demais, não é nem parecido com o que eu tinha com Benicio, é quase como um vício. Não sei explicar, porque é algo novo para mim.
— Você precisa de um momento sozinha, para entender o que está acontecendo.
— Sim.
— Não faça nada precipitado.
— Pode ter certeza que não farei. Simón é o tipo de homem que a gente se apaixona fácil. Ele tem esse poder, mas também é aquele tipo que sabe que provoca isso nas mulheres. Mais uma apaixonada por ele não seria novidade.
— É isso aí.
— E você? Está melhor? — Olho para ele.
— Nada como uma noite de conchinha com você para aliviar meus nervos.
— Deveria experimentar uma conchinha com o Nico, nunca mais iria querer outra coisa.
— Safada.
— Sensata, isso sim.
Depois que Pedro foi embora, eu recebi uma ligação da produção da série de TV confirmando para hoje o primeiro ensaio com o elenco.
Estou bem animada com isso, já tenho uma base em aulas de teatro e hoje darei o meu melhor na atuação.
Às onze Simón me ligou e eu fiquei olhando o nome “Sr. Tanque” na tela até decidi atender a chamada.
— Demorou. Estava cagando? Apesar de sorrir, reviro os olhos.
— Nossa, bom dia para você também, Simón. O que deseja?
— Sem delongas, gostaria que desse uma olhada por aí e verificasse se eu deixei minha carteira. Preciso dela com urgência.
Com o telefone no ouvido, vou para a sala e nem preciso olhar muito para vê-la no aparador no hall de entrada.
— Sim, está aqui.
— Ah, graças a Deus! Você poderia por favor trazê-la para mim? Por favor, poderíamos aproveitar e almoçar juntos. O que acha?
— Posso mandar um motoboy.
— Não vou transar com um motoboy e sim com você. Traga-a aqui para mim, por favor.
Como eu estava cheia de tédio agora pela manhã, dou de ombros e mais uma vez deixo a vida me levar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Dama de Copas
RomanceSimón me segurou em seus braços e me beijou de uma forma que não tínhamos beijado antes. Havia mais que o fogo costumeiro. Eu me senti mais que confortável em seus braços enquanto ele se aprofundava, saía e tornava enterrar de maneira macia e muito...